A segunda fase da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) 2023, vestibular que permite a entrada na Universidade de São Paulo (Usp) começou neste domingo (8). O primeiro dia dessa etapa foi composto por 10 questões dissertativas de português e uma redação.
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Neste ano, a Usp está oferecendo mais de 8.000 vagas por meio da Fuvest. A lista com os aprovados será divulgada no dia 30 de janeiro de 2023. A seguir, confira qual foi o tema de redação da Fuvest 2023!
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Tema de redação da Fuvest 2023
O tema de redação abordado nesta segunda fase da Fuvest 2023 foi "Refugiados ambientais e vulnerabilidade social".
Felipe Leal, professor de redação do Curso Anglo, considerou o assunto inédito para a prova, visto que tradicionalmente o vestibular leva temas de caráter abstrato e filosófico, como no último ano em que abordou “As Diferentes Faces do Riso”.
“Esse é um tema que assemelha mais a proposta de redação do Enem, mas só no aspecto da escolha do assunto, por ter uma abordagem de um problema social. De certa forma me parece a redação segue uma mudança que já foi observada nas provas de primeira fase, em que houve também uma ocorrência maior de abordagens de preocupações sociais, que podem indicar que a Fuvest está fazendo uma mudança de tendência, mas quanto aos critérios da correção nada muda, isso é importante dizer”.
De acordo com Felipe Leal, a coletânea de textos era bastante concreta a respeito dos dados sobre o problema geral dos refugiados e pessoas que precisam migrar devido às mudanças climáticas. O desafio era construir uma visão mais crítica a partir dessas informações e do repertório cultural do candidato.
“É necessário repertório, como conhecimentos geopolíticos, falar das desigualdades da globalização, poderia ser também pensar em críticas ao modelo econômico da sua relação com a natureza. Até o texto que tem na coletânea de Ailton Krenak ajudava nesse sentido, porque mostrava que as mudanças climáticas têm a ver com nossas escolhas, então, ele faz pensar na questão do modelo de vida que nós temos e na sua relação com esse problema”.
O professor de redação também contou que poderia explorar a temática da necropolitica, que aborda a construção de uma população onde é definido quem pode viver e quem deve ser deixado para morrer, entre outros temas.
“Também era possível falar sobre racismo ambiental, que diz respeito justamente como os efeitos da degradação ambiental acabam sendo mal distribuídos e atingindo, principalmente a população não branca, como as pessoas negras, povos originários, entre outros. Então, eu acho que o caminho de problematização seria mais ou menos esse”, finalizou.
Já para a professora de redação da Oficina do Estudante, Vanessa Botasso, a prova surpreendeu por algumas escolhas na organização da proposta do tema, o que se tornou um desafio para os candidatos.
“Os textos apresentados pela coletânea não apresentaram grande densidade temática e conceitual, o que pode tornar difícil aprofundar a análise sobre a questão. Além disso, o trabalho com os dados numéricos apresentados em um dos excertos pode levar um candidato desavisado a redigir um texto mais expositivo do que argumentativo. De modo
geral, a prova desafia o candidato a sair do senso comum e ousar em estratégias argumentativas”, explicou.
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