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LGBTQIA+: história, significado e importância

Símbolo da luta por direitos civis, a comunidade LGBTQIA+ não é homogênea e sim carregada de plurais. Conheça a história e entenda sua importância

Símbolo da luta por direitos civis, a comunidade LGBTQIA+ não é homogênea e sim carregada de plurais, como denotam os caracteres que compõem sua sigla. 

Entender o que cada um deles representa e qual a importância de sua identificação e do movimento em si é fundamental para ajudar a construir uma sociedade menos desigual, respeitosa e que trate os indivíduos a partir das nomenclaturas corretas. 

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Dúvidas sobre o significado da sigla e outras questões a respeito do movimento são muito comuns. Por isso, criamos esse material que te ajudará a entender os grupos que compõem a comunidade LGBTQIA+ e qual é o caminho histórico percorrido até aqui.


O que significa LGBTQIA+?

Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexual e todas as outras possibilidades. A sigla LGBTQIA+ tem como objetivo principal a identificação de todos os grupos que compõem essa comunidade diversa e possibilitar a comunicação direcionada a esse público de maneira uniforme, incluindo o maior número de indivíduos possível. 

Leia mais: Entenda porque junho é o mês do orgulho LGBTQIAP+

LGBTQIA+ ou LGBTQIAP+, qual o certo?

As duas siglas estão corretas e vem sendo usadas por diferentes meios de comunicação. A diferença entre as duas é a inclusão da letra “P” na segunda, em referência aos pansexuais. 

A pansexualidade é a orientação sexual das pessoas que sentem atração física, desejo sexual e amor por outros indivíduos, independentemente de sua identidade de gênero. 

Significado de cada sigla

Antes de partirmos para cada letra da sigla, é importante que você entenda um conceito que será utilizado a seguir. Estamos falando do termo “cisgênero” ou “cisgeneireidade”. Indivíduos que se identificam com o gênero designadas ao nascer, a partir de características puramente biológicas, são cisgêneros. 

Chegou a hora de entender a que grupo cada letra da sigla se refere e quais são as características desses indivíduos que os fazem serem reconhecidos como um coletivo. Confira:

L – Lésbicas 

Esta orientação sexual diz respeito as mulheres, cisgênero ou transgênero, que se sentem atraídas por outras mulheres, independente de sua identificação com o sexo designado ao nascer. 

É importante ressaltar que a orientação diz respeito à identificação e não às experiências. Portanto, uma mulher lésbica não precisa ter tido uma relação anterior com outra mulher para se identificar com este termo.

G – Gays

Assim como no caso das lésbicas, esta orientação sexual se refere a homens que se sentem atraídos por outros homens, sendo eles cisgêneros ou transgêneros. 

A origem do termo gay está no inglês, e referia-se, inicialmente, a um indivíduo “alegre”. Com o tempo, assim como em muitos outros casos, o termo passou a ser usado pela própria comunidade para se referir a esses indivíduos.  

Confira: O que é LGBTQIA+?

B – Bissexuais 

Os bissexuais são pessoas que se relacionam afetivamente tanto com pessoas do mesmo gênero quanto do gênero oposto. O diminutivo “Bi” é bastante utilizado, informalmente, para se referir a este grupo. 

Existem discordâncias quanto à diferença entre os bissexuais e os pansexuais, já que, no fim das contas, os dois termos querem dizer que uma pessoa se atrai por outra independentemente de seu gênero. A diferença, neste caso, está na auto identificação de cada indivíduo.

T – Transexuais 

Este conceito é relacionado à identidade de gênero e não à sexualidade dos indivíduos deste grupo, referindo-se às pessoa que possuem uma identidade de gênero diferente do sexo designado ao nascer. Esta é a diferença, na terminologia, entre os cisgêneros e os transexuais. 

Transgêneros podem ser homens ou mulheres que procuram se adequar à identidade de gênero. Isso não quer dizer, contudo, que todas as pessoas trans recorrem a intervenções cirúrgicas ou médicas para alterar sua aparência. 

Mulher trans é uma pessoa que se identifica com o gênero feminino, embora tenha sido biologicamente designada como pertencente ao sexo/gênero masculino ao nascer. O homem trans se identifica como sendo do gênero masculino, embora tenha sido biologicamente designado como pertencente ao sexo/gênero feminino em seu nascimento.

Homens e mulheres trans são os principais termos utilizados para se referir a estes indivíduos. No entanto, algumas mulheres trans, preferem ser chamadas e se identificam como travestis, motivadas, geralmente, por questões políticas e de resistência, já que, durante muito tempo, este termo foi atrelado à marginalização das mulheres trans.

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Q – Queer

Queer é um termo do inglês usado para se referir às pessoas que não se identificam com o padrão binário de gênero, homem e mulher, e também não se encontram em um das outras letras anteriores da sigla no que tange a sua orientação sexual.

Traduzindo o termo “queer” para o português, temos como significado as palavras “estranho” e “excêntrico”. Essa identificação foi usada como xingamento no início para se referir a esse grupo, no entanto, a comunidade incorporou o termo, alterando seu significado inicial. 

I – Intersexo 

Intersexo são os indivíduos que nasceram com características biológicas diferente do sistema binário, ou seja, cromossomo XY para definições biológicas masculinas e XX para as femininas. Segundo levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 0,05% a 1,7% da população mundial nascem com características intersexo. 

A – Assexual 

Os assexuais são indivíduos que não sentem atração sexual por qualquer gênero. No entanto, eles podem manter relacionamentos e desenvolver sentimentos amorosos e afetivos por outros indivíduos.

E o +, o que significa?

O símbolo “+” é empregado no final da sigla visando abarcar todas as outras possibilidades de identificação, expandindo a sigla.

História e evolução do movimento LGBTQIA+

Da pré-história aos dias de hoje, não faltam exemplos de relações e identidades de gênero que fogem da heteronormatividade. Em alguns períodos e por alguns povos, os conceitos de gênero e a binaridade eram colocados em segundo plano, com exemplos de relações diversas sendo celebradas.

Com o passar do tempo e o crescimento da influência do cristianismo e do colonialismo, a comunidade LGBTQIA+ foi colocada na obscuridade. 

Mais próximos dos dias atuais, foi em 28 de junho de 1969, no Greenwich Village em Nova Iorque, que a revolta de Stonewall, liberada pela ativista e mulher trans Marsha P. Johnson, se opôs a violência policial com protestos e outras atividades praticadas, dando início a uma série de importantes conquistas, como a marca do “Dia do Orgulho LGBTQIA+”, no dia de início da revolta. 


De lá para cá, inúmeras conquistas têm contribuído para a diminuição da desigualdade que afeta a comunidade LGBTQIA+. No entanto, inúmeras questões ainda precisam ser superadas. 

Leia ainda: 7 relatos que mostram como é ser LGBTQ+ na faculdade

Por que o movimento LGBTQIA+ é importante?

O movimento LGBTQIA+ é importante porque, acima de tudo, ele representa uma luta constante de toda uma comunidade por condições de vida e acesso igualitário a oportunidades, espaços e direitos. 

De forma incansável, esses indivíduos buscam superar preconceitos e legislações que resultam em crimes de ódio e invisibilização de diversas formas de existência. 

Identidade de gênero: o que é?

Identidade de gênero se refere à percepção que o indivíduo tem do seu próprio corpo e sua identificação com um gênero, ou a discordância com ele, independente das características e gênero que lhe foi atribuído ao nascer. 

Orientação sexual: o que é 

Orientação sexual é a inclinação que temos para se atrair com outros corpos de maneira sexual, afetiva e amorosa. Existe uma gama imensa de orientações sexuais que podem ou não abarcar mais de um gênero. 

Desafios enfrentados pelas pessoas LGBTQIA+

No dia a dia, inúmeros desafios são impostos aos indivíduos LGBTQIA+. A alguns grupos, como as pessoas trans, a luta pelo acesso a locais de uso comum sem ser vítima de violência ou preconceito ainda é uma realidade. Em alguns casos, o acesso à saúde gratuita e com uma abordagem humanitária e livre de preconceitos também é dificultado. 

Esses desafios são resultados de um longo período de cerceamento ao acesso e demonização de algumas identidades de gênero, muitas vezes respaldado pela legislação vigente e com apoio de uma parte da sociedade.

Como apoiar o movimento LGBTQIA+?

Um dos principais passos para apoiar o movimento LGBTQIA+ é conhecer a sigla, o que suas letras significam, qual é a história da comunidade e como ela atua em prol dos seus direitos. A partir desse conhecimento você consegue dialogar e ajudar a combater preconceitos em seus ciclos sociais, da família ao trabalho. 

Como apoiar amigos e familiares LGBTQIA+?

Ouça e entenda. Essas duas ações são importantes para que você estabeleça uma relação de confiança com seus amigos ou familiares LBTQIA+ e fará com que eles se sintam seguros em partilhar com você aquilo que os incomoda. 

Seja ativo quanto à cobrança de respeito aos direitos dessa população e busque manter-se informado sobre o andamento das questões legais a respeito deste grupo. 

Recursos e organizações de apoio

Se possível, contribua para organizações que apoiam a comunidade, como centros de acolhimento, consultoria jurídica social e grupos de vagas de emprego afirmativas destinadas à população mais afetada pelo preconceito. Apesar de ser muito importante, a contribuição não precisa ser somente financeira, em alguns casos a sua assinatura em uma petição ou engajamento nas redes sociais conta como contribuição e ajuda a causa.

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