
CadÚnico: o que é e quem pode se inscrever? Entenda!
Isabella Baliana | 01/04/25Saiba o que é o CadÚnico, quem pode se inscrever e quais benefícios ele oferece, como Bolsa Família, Pé-de-Meia e outros programas sociais.
Símbolo da luta por direitos civis, a comunidade LGBTQIA+ não é homogênea e sim carregada de plurais, como denotam os caracteres que compõem sua sigla.
Entender o que cada um deles representa e qual a importância de sua identificação e do movimento em si é fundamental para ajudar a construir uma sociedade menos desigual, respeitosa e que trate os indivíduos a partir das nomenclaturas corretas.
Dúvidas sobre o significado da sigla e outras questões a respeito do movimento são muito comuns. Por isso, criamos esse material que te ajudará a entender os grupos que compõem a comunidade LGBTQIA+ e qual é o caminho histórico percorrido até aqui.
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexual e todas as outras possibilidades. A sigla LGBTQIA+ tem como objetivo principal a identificação de todos os grupos que compõem essa comunidade diversa e possibilitar a comunicação direcionada a esse público de maneira uniforme, incluindo o maior número de indivíduos possível.
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As duas siglas estão corretas e vem sendo usadas por diferentes meios de comunicação. A diferença entre as duas é a inclusão da letra “P” na segunda, em referência aos pansexuais.
A pansexualidade é a orientação sexual das pessoas que sentem atração física, desejo sexual e amor por outros indivíduos, independentemente de sua identidade de gênero.
Antes de partirmos para cada letra da sigla, é importante que você entenda um conceito que será utilizado a seguir. Estamos falando do termo “cisgênero” ou “cisgeneireidade”. Indivíduos que se identificam com o gênero designadas ao nascer, a partir de características puramente biológicas, são cisgêneros.
Chegou a hora de entender a que grupo cada letra da sigla se refere e quais são as características desses indivíduos que os fazem serem reconhecidos como um coletivo. Confira:
Esta orientação sexual diz respeito as mulheres, cisgênero ou transgênero, que se sentem atraídas por outras mulheres, independente de sua identificação com o sexo designado ao nascer.
É importante ressaltar que a orientação diz respeito à identificação e não às experiências. Portanto, uma mulher lésbica não precisa ter tido uma relação anterior com outra mulher para se identificar com este termo.
Assim como no caso das lésbicas, esta orientação sexual se refere a homens que se sentem atraídos por outros homens, sendo eles cisgêneros ou transgêneros.
A origem do termo gay está no inglês, e referia-se, inicialmente, a um indivíduo “alegre”. Com o tempo, assim como em muitos outros casos, o termo passou a ser usado pela própria comunidade para se referir a esses indivíduos.
Confira: O que é LGBTQIA+?
Os bissexuais são pessoas que se relacionam afetivamente tanto com pessoas do mesmo gênero quanto do gênero oposto. O diminutivo “Bi” é bastante utilizado, informalmente, para se referir a este grupo.
Existem discordâncias quanto à diferença entre os bissexuais e os pansexuais, já que, no fim das contas, os dois termos querem dizer que uma pessoa se atrai por outra independentemente de seu gênero. A diferença, neste caso, está na auto identificação de cada indivíduo.
Este conceito é relacionado à identidade de gênero e não à sexualidade dos indivíduos deste grupo, referindo-se às pessoa que possuem uma identidade de gênero diferente do sexo designado ao nascer. Esta é a diferença, na terminologia, entre os cisgêneros e os transexuais.
Transgêneros podem ser homens ou mulheres que procuram se adequar à identidade de gênero. Isso não quer dizer, contudo, que todas as pessoas trans recorrem a intervenções cirúrgicas ou médicas para alterar sua aparência.
Mulher trans é uma pessoa que se identifica com o gênero feminino, embora tenha sido biologicamente designada como pertencente ao sexo/gênero masculino ao nascer. O homem trans se identifica como sendo do gênero masculino, embora tenha sido biologicamente designado como pertencente ao sexo/gênero feminino em seu nascimento.
Homens e mulheres trans são os principais termos utilizados para se referir a estes indivíduos. No entanto, algumas mulheres trans, preferem ser chamadas e se identificam como travestis, motivadas, geralmente, por questões políticas e de resistência, já que, durante muito tempo, este termo foi atrelado à marginalização das mulheres trans.
Queer é um termo do inglês usado para se referir às pessoas que não se identificam com o padrão binário de gênero, homem e mulher, e também não se encontram em um das outras letras anteriores da sigla no que tange a sua orientação sexual.
Traduzindo o termo “queer” para o português, temos como significado as palavras “estranho” e “excêntrico”. Essa identificação foi usada como xingamento no início para se referir a esse grupo, no entanto, a comunidade incorporou o termo, alterando seu significado inicial.
Intersexo são os indivíduos que nasceram com características biológicas diferente do sistema binário, ou seja, cromossomo XY para definições biológicas masculinas e XX para as femininas. Segundo levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 0,05% a 1,7% da população mundial nascem com características intersexo.
Os assexuais são indivíduos que não sentem atração sexual por qualquer gênero. No entanto, eles podem manter relacionamentos e desenvolver sentimentos amorosos e afetivos por outros indivíduos.
O símbolo “+” é empregado no final da sigla visando abarcar todas as outras possibilidades de identificação, expandindo a sigla.
Da pré-história aos dias de hoje, não faltam exemplos de relações e identidades de gênero que fogem da heteronormatividade. Em alguns períodos e por alguns povos, os conceitos de gênero e a binaridade eram colocados em segundo plano, com exemplos de relações diversas sendo celebradas.
Com o passar do tempo e o crescimento da influência do cristianismo e do colonialismo, a comunidade LGBTQIA+ foi colocada na obscuridade.
Mais próximos dos dias atuais, foi em 28 de junho de 1969, no Greenwich Village em Nova Iorque, que a revolta de Stonewall, liberada pela ativista e mulher trans Marsha P. Johnson, se opôs a violência policial com protestos e outras atividades praticadas, dando início a uma série de importantes conquistas, como a marca do “Dia do Orgulho LGBTQIA+”, no dia de início da revolta.
De lá para cá, inúmeras conquistas têm contribuído para a diminuição da desigualdade que afeta a comunidade LGBTQIA+. No entanto, inúmeras questões ainda precisam ser superadas.
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O movimento LGBTQIA+ é importante porque, acima de tudo, ele representa uma luta constante de toda uma comunidade por condições de vida e acesso igualitário a oportunidades, espaços e direitos.
De forma incansável, esses indivíduos buscam superar preconceitos e legislações que resultam em crimes de ódio e invisibilização de diversas formas de existência.
Identidade de gênero se refere à percepção que o indivíduo tem do seu próprio corpo e sua identificação com um gênero, ou a discordância com ele, independente das características e gênero que lhe foi atribuído ao nascer.
Orientação sexual é a inclinação que temos para se atrair com outros corpos de maneira sexual, afetiva e amorosa. Existe uma gama imensa de orientações sexuais que podem ou não abarcar mais de um gênero.
No dia a dia, inúmeros desafios são impostos aos indivíduos LGBTQIA+. A alguns grupos, como as pessoas trans, a luta pelo acesso a locais de uso comum sem ser vítima de violência ou preconceito ainda é uma realidade. Em alguns casos, o acesso à saúde gratuita e com uma abordagem humanitária e livre de preconceitos também é dificultado.
Esses desafios são resultados de um longo período de cerceamento ao acesso e demonização de algumas identidades de gênero, muitas vezes respaldado pela legislação vigente e com apoio de uma parte da sociedade.
Um dos principais passos para apoiar o movimento LGBTQIA+ é conhecer a sigla, o que suas letras significam, qual é a história da comunidade e como ela atua em prol dos seus direitos. A partir desse conhecimento você consegue dialogar e ajudar a combater preconceitos em seus ciclos sociais, da família ao trabalho.
Ouça e entenda. Essas duas ações são importantes para que você estabeleça uma relação de confiança com seus amigos ou familiares LBTQIA+ e fará com que eles se sintam seguros em partilhar com você aquilo que os incomoda.
Seja ativo quanto à cobrança de respeito aos direitos dessa população e busque manter-se informado sobre o andamento das questões legais a respeito deste grupo.
Se possível, contribua para organizações que apoiam a comunidade, como centros de acolhimento, consultoria jurídica social e grupos de vagas de emprego afirmativas destinadas à população mais afetada pelo preconceito. Apesar de ser muito importante, a contribuição não precisa ser somente financeira, em alguns casos a sua assinatura em uma petição ou engajamento nas redes sociais conta como contribuição e ajuda a causa.