Um animal extinto há mais de 10 mil anos pode ter voltado à vida graças à ciência. Foi o que anunciou a equipe de cientistas de uma startup de genética norte-americana: a “desextinção” do lobo-terrível (dire wolf, em inglês), uma espécie de lobo gigante pré-histórico.
A empresa americana Colossal Biosciences revelou que trouxe de volta à vida três filhotes de lobos-terríveis a partir de DNA encontrado em fósseis que datam de 11 mil a 72 mil anos, aliado a edições no código genético do lobo-cinzento — espécie viva mais próxima.
Para os amantes da ficção científica, o lobo-terrível nunca saiu do imaginário. Ele se tornou um ícone na série Game of Thrones, como mascote da família Stark — o que só aumentou o fascínio por essa criatura imponente.
O caso gerou grande repercussão nas redes sobre a possibilidade de trazer de volta espécies extintas, reacendendo debates sobre ciência, biotecnologia, biodiversidade e ética genética.
E mais: abriu espaço para um novo olhar sobre o potencial transformador da ciência no mundo real.
Continue a leitura e descubra como esse caso inusitado pode despertar a curiosidade científica em crianças e adolescentes — e aproximá-los do universo da genética, da biotecnologia e da ficção científica.
Neste artigo você vai ver:
O que são os lobos-terríveis e como foram extintos?
Como a ciência fez o lobo-terrível “voltar à vida”?
Por que esse caso pode inspirar o interesse pela ciência?
Como transformar curiosidades em paixão por ciência e exatas?
Imagem: Colossal Biosciences/ Divulgação
O que são os lobos-terríveis e como foram extintos?
Apesar do nome assustador, os lobos-terríveis (Canis dirus) não eram tão assustadores assim— mas também estavam longe de ser animais comuns.
Essa espécie de lobo viveu nas Américas durante o período da Era do Gelo, há cerca de 125 mil até 10 mil anos atrás, e ficou famosa por ser um dos maiores predadores do seu tempo.
Com cerca de 1,5 metro de comprimento e pesando até 80 kg, o lobo-terrível era mais robusto e musculoso que os lobos-cinzentos que conhecemos hoje. Seu porte físico o tornava ideal para caçar presas grandes, como cavalos selvagens, mastodontes, bisões-antigos e preguiças-gigantes.
Como os lobos que conhecemos hoje, eles também viviam em bandos, o que facilitava a caça e a sobrevivência em um ambiente repleto de outros grandes predadores.
Fósseis da espécie foram encontrados em diversas regiões da América do Norte e América Central, incluindo os Estados Unidos e o Canadá.
Mas por que uma espécie tão poderosa foi extinta?
A extinção dos lobos-terríveis está ligada a um conjunto de fatores: mudanças climáticas abruptas ao final da Era do Gelo, diminuição das grandes presas e o surgimento dos primeiros seres humanos na região, que competiam por alimento e também caçavam esses animais.
Sem conseguir se adaptar rapidamente às novas condições, os lobos-terríveis desapareceram — ou pelo menos era isso que todos pensavam… até agora.
Como a ciência fez o lobo-terrível “voltar à vida”?
Pode parecer coisa de ficção científica, mas a ideia de “trazer de volta” uma espécie extinta está se tornando cada vez mais real com o avanço da genética e da biotecnologia.
Foi justamente isso que a Colossal Biosciences anunciou ao revelar o nascimento de três filhotes de lobo-terrível em laboratório. Tudo começou com a análise de fragmentos de DNA extraídos de fósseis, alguns com mais de 70 mil anos.
A partir dessas amostras, os cientistas decodificaram partes do genoma do lobo-terrível e utilizaram edição genética para inserir essas informações no DNA de seu parente vivo mais próximo: o lobo-cinzento.
Os embriões foram gerados em laboratório e implantados em cadelas domésticas de grande porte, que deram à luz aos três primeiros filhotes. Os dois primeiros, nasceram em outubro de 2024 e foram batizados de Romulus e Remus.
A terceira, nasceu em janeiro de 2025 e recebeu o nome de Khaleesi, personagem da série Game of Thrones, onde os lobos-terríveis ficaram famosos na ficção.
Os animais vivem hoje em uma reserva sigilosa e são monitorados de perto. A ideia é que, no futuro, possam ser reintroduzidos em áreas preservadas, como parte de um plano de conservação ambicioso da startup que também inclui espécies como o mamute-lanoso e o tigre-da-Tasmânia.
Por que esse caso pode inspirar o interesse pela ciência?
O caso do lobo-terrível é apenas um exemplo de como a ciência tem avançado. Além de avanços em áreas como medicina, vacinas e inteligência artificial, a ciência também tem um papel fundamental na preservação e restauração da biodiversidade.
Jovens cientistas: por que não?
Já pensou que esse cientista do futuro pode ser você? O que antes parecia coisa de filme ou série, agora começa a acontecer de verdade. E mais: essas descobertas são feitas por pessoas reais, que um dia também se perguntaram como tudo isso funcionava.
Com curiosidade e interesse por áreas como biologia, física e química, é possível transformar o conhecimento escolar em algo muito maior: uma carreira capaz de impactar positivamente o mundo.
A “desextinção” de espécies é só um exemplo do quanto a ciência pode ir além da sala de aula — e mostrar caminhos para um futuro promissor, sustentável e cheio de descobertas.
Já imaginou, poder contribuir para que isso aconteça?
Como transformar curiosidades em paixão por ciência e exatas?
Nem todo mundo nasce amando matemática, biologia, física ou química. Mas essas matérias podem se tornar muito mais interessantes quando você entende como elas estão presentes no mundo real — e até nas curiosidades mais inesperadas, como a história dos lobos-terríveis.
Veja algumas formas de começar a olhar para a ciência com outros olhos:
1. Comece pelas perguntas curiosas
Sabe quando você se pega pensando: “Como era o mundo antes dos humanos?”, “Será que dá para clonar um dinossauro?” ou “Por que algumas espécies desaparecem e outras não?”.
Essas perguntas são o ponto de partida para a ciência. Todo cientista já foi uma criança ou adolescente cheio de curiosidades. O segredo é continuar se perguntando.
2. Use filmes, séries e jogos como inspiração
Histórias como Jurassic Park, O Mundo Perdido, The Last of Usou até clássicos como GoTpodem despertar o interesse por temas como genética, medicina, evolução, biotecnologia, vírus, espaço e muito mais.
3. Experimente e explore o mundo à sua volta
Não precisa ter um laboratório em casa — basta observar, pesquisar e testar ideias. Montar um mini terrário, criar um diário de observações ou até cultivar uma planta podem te ajudar a entender biologia na prática.
4. Leia sobre temas que te interessam
Tem curiosidade sobre espaço, DNA, robôs ou dinossauros? Comece por aí. A leitura pode ser um jeito divertido de entrar em assuntos que, mais pra frente, vão aparecer nas aulas e provas.
5. Descubra como tudo isso pode fazer parte do seu futuro
A ciência não está só nos livros: ela está nos hospitais, nos satélites, na agricultura, na inteligência artificial… e pode estar no seu futuro também. Quem sabe você não se torna o próximo cientista responsável por reviver espécies extintas?
Dica para pais e responsáveis: Incentive a curiosidade dos seus filhos! Escute suas perguntas, proponha desafios divertidos, assista a documentários com eles e mostre como a ciência está em tudo ao nosso redor. Pequenos estímulos podem despertar grandes paixões.
A história dos lobos terríveis mostra que a ciência é feita de descobertas, mas também de perguntas ousadas. O que parecia ficção pode, aos poucos, se tornar realidade.
E é justamente esse tipo de curiosidade que move a ciência e pode inspirar as próximas gerações de pesquisadores, inventores e pensadores.
E então, gostou desse conteúdo sobre o caso dos lobos-terríveis? Compartilhe com outros pais e responsáveis que gostariam de saber mais sobre esse assunto. Leia também outros artigos do nosso site.
Incentivar o interesse pela ciência começa com a escola certa
Nem toda escola ensina ciência da mesma forma — e para crianças e jovens curiosos, isso faz toda a diferença.
Hoje em dia, muitas instituições de ensino já investem em propostas pedagógicas que valorizam o raciocínio lógico, o pensamento científico e o uso da tecnologia desde os primeiros anos da vida escolar.
Esses ambientes estimulam a criatividade, o trabalho em equipe e a resolução de problemas — habilidades essenciais para quem quer explorar o mundo com olhos científicos.
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