A termologia é sustentada por três pilares que são cruciais para a compreensão completa desta ciência: temperatura, calor e dilatação. Cada componente é um tópico de estudo em si e é fundamental para decifrar a complexidade dos fenômenos térmicos. Ao explorar cada um deles, é possível desvendar não só o conceito de termologia, mas também como ela influencia os processos naturais e tecnológicos.
O que é temperatura?
A temperatura é frequentemente o primeiro conceito que vem à mente ao pensar em termologia. Ela é uma medida quantitativa da energia térmica presente nas partículas de uma substância.
Quando algo é definido como quente ou frio, na verdade, o que se está descrevendo é a percepção sensorial da temperatura. Diferente do calor, que é energia em trânsito de um corpo para outro, a temperatura é um indicador do nível de agitação das partículas em um corpo.
No dia a dia, a temperatura é percebida através do toque — o gelado de um sorvete ou o calor do sol na pele. É importante destacar que a percepção sensorial pode ser enganosa. Dois objetos podem estar à mesma temperatura, mas transmitir sensações diferentes dependendo do material. Isso ocorre porque diferentes materiais conduzem calor com eficiências distintas.
Calor e trabalho
O calor é um dos conceitos mais intrigantes e essenciais da termologia. Em termos científicos, ele é definido como a transferência de energia térmica entre corpos ou sistemas devido a uma diferença de temperatura.
A transferência ocorre sempre do corpo mais quente para o mais frio e continua até que haja um equilíbrio térmico. O trabalho, por outro lado, é a energia transferida para ou de um sistema pelas ações de forças externas, como quando comprimimos um êmbolo em um cilindro.
No contexto termológico, o calor e o trabalho estão intimamente ligados pela primeira lei da termodinâmica, que afirma que a energia do universo é constante. Isso significa que quando calor é injetado em um sistema, essa energia pode ser usada para realizar trabalho — e é esse princípio que está por trás do funcionamento de máquinas térmicas e motores.
Fórmula para calcular o calor específico:
ΔQ = m·c·ΔT, onde:
ΔQ é a quantidade de calor;
m é a massa;
c é o calor específico;
ΔT é a variação da temperatura.
Fórmula da Primeira Lei da Termodinâmica
Q = T + ΔU
Dilatação térmica
A dilatação térmica é um fenômeno observado em praticamente todos os materiais. É o processo pelo qual a matéria se expande em resposta a um aumento na temperatura e se contrai quando a temperatura diminui. Este comportamento pode ser explicado pelo aumento da agitação das partículas que compõem um material quando aquecidas, fazendo com que ocupem mais espaço.
Exemplos de dilatação térmica são facilmente encontrados: trilhos de trem que se expandem em dias quentes, a expansão das pontes para acomodar variações de temperatura, e até mesmo a dilatação dos líquidos em termômetros, que permite medir a temperatura.
A compreensão da dilatação térmica é essencial para a engenharia e design, onde ajustes precisam ser feitos para acomodar essas mudanças de dimensões com as flutuações de temperatura.
Fórmula da dilatação térmica:
∆L = LO ∙ α ∙ ∆T
∆L → variação do comprimento dilatado, medida em metros
[m ]. LO → comprimento inicial, medido em metros [m ].
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Medindo a temperatura – As 5 escalas termométricas
A termologia desenvolve métodos para quantificar e entender como a energia térmica é expressa em termos práticos. Um desses métodos é a medição da temperatura, que se baseia em escalas termométricas. Existem várias escalas, cada uma com sua origem e aplicação. Cinco das mais notáveis são Celsius, Fahrenheit, Kelvin, Rankine e Réaumur.
Celsius, Fahrenheit e Kelvin
A escala Celsius é familiar globalmente, usada no cotidiano para medir a temperatura do ar, dos corpos e dos líquidos em muitos países. A água congela a 0°C e ferve a 100°C, sob pressão atmosférica padrão, tornando-a uma escala prática para o uso diário.
A escala Fahrenheit, por outro lado, é comumente usada nos Estados Unidos e em alguns outros países. Nesta escala, a água congela a 32°F e ferve a 212°F. A familiaridade e o uso contínuo desta escala nesses locais reforçam a sua relevância, apesar da existência de outras escalas possivelmente mais intuitivas.
A escala Kelvin é a escolhida no mundo científico por ser uma escala termodinâmica e começar no zero absoluto, o ponto teórico onde as partículas teriam energia mínima. Nesta escala, o ponto de congelamento da água é 273.15 K e o de ebulição é 373.15 K. Esta escala é essencial para estudos científicos que exigem precisão e para o entendimento dos comportamentos térmicos em extremos de temperatura.
Confira a fórmula utilizada para converter uma temperatura representada em uma escala termométrica para outra:

A termologia assume um papel crítico em contextos industriais. Na engenharia, por exemplo, o conhecimento de como os materiais expandem ou contraem com mudanças de temperatura é vital para a construção de estruturas seguras e funcionais.
No setor de fabril, entender a transferência de calor é essencial para processos como a fundição de metais, a moldagem por injeção de plásticos e até a culinária industrial.
Além disso, a eficiência energética, que é um tema central para as indústrias modernas, está intimamente ligada à termologia. Os princípios termológicos são aplicados para otimizar processos, minimizar desperdícios de calor e melhorar a sustentabilidade operacional.
A habilidade de gerir e transformar energia térmica em trabalho é um dos pilares da termodinâmica, uma subdisciplina da termologia, que impulsiona desde turbinas em usinas de energia até motores de combustão interna em automóveis.
Portanto, a termologia é uma disciplina integral, que suporta e avança a inovação em diversas frentes, desde aplicações domésticas simples até os mais sofisticados processos industriais. A compreensão desses princípios não só permite manipular e controlar o ambiente, mas também abrir caminhos para avanços tecnológicos que podem transformar a sociedade.