Entender o que é um modelo de maturidade de PMO é fundamental para qualquer organização que deseja evoluir sua capacidade de entregar resultados com consistência.
Mais do que uma estrutura técnica, esses modelos ajudam líderes a enxergar com clareza onde estão, onde desejam chegar e quais mudanças são necessárias no caminho.
Neste artigo, eu explico o conceito de maturidade aplicada a Escritórios de Projetos (PMOs), com foco nas 5 dimensões-chave usadas para avaliação segundo os principais referenciais da disciplina, especialmente os modelos da PMO Global Alliance em sintonia com práticas recomendadas pelo PMI.
Você vai entender como avaliar seu PMO sob a ótica da governança, metodologia, competências, performance e influência organizacional, e porque esses pilares são decisivos para gerar valor estratégico. Se sua meta é transformar o PMO em um agente de mudança real, este conteúdo é o seu ponto de partida.
O que é maturidade em gerenciamento de projetos?
Entender o que é um modelo de maturidade de PMO é fundamental para qualquer organização que deseja evoluir sua capacidade de entregar resultados com consistência. Mais do que uma estrutura técnica, esses modelos ajudam líderes a enxergar com clareza onde estão, onde desejam chegar e quais mudanças são necessárias no caminho.
Para falar de maturidade, precisamos dar um passo atrás e entender o que são boas práticas. No contexto de projetos, uma boa prática é uma abordagem testada, validada por diversas organizações e comprovadamente eficaz na geração de resultados positivos. Maturidade, portanto, é o grau em que uma organização aplica essas boas práticas no gerenciamento de projetos, programas e portfólios e o quanto essa aplicação impacta seus resultados.
Quanto maior o nível de maturidade, maiores são as chances de sucesso repetido nos projetos. Mas esse não é um caminho rápido, a maturidade é construída ao longo de anos, por meio de um ciclo contínuo de avaliação, aprendizagem e melhorias. E não se trata apenas de copiar modelos prontos: o uso cego de boas práticas, sem adaptação ao contexto da organização, pode ser tão ineficaz quanto a ausência de qualquer método.
Alcançar a maturidade é como construir um sistema nervoso organizacional. Envolve implementar metodologias consistentes, criar mecanismos de governança, formar líderes capazes e estabelecer uma cultura voltada à entrega de valor.
Neste artigo, você vai explorar como os modelos de maturidade, oferecem um mapa para guiar essa transformação. Mais do que um diagnóstico, eles revelam o potencial estratégico que um PMO pode alcançar quando bem estruturado.
Níveis de maturidade de projetos
Os níveis de maturidade indicam o quanto uma organização é capaz de aplicar boas práticas de gerenciamento de projetos de forma consistente, eficiente e alinhada à estratégia.
Cada nível representa um estágio evolutivo, numerado de 1 a 5, conforme a maioria dos modelos reconhecidos globalmente:
Nível 1 – Inicial: Ausência de processos padronizados; resultados dependem de indivíduos, não de sistemas.
Nível 2 – Repetível: Algumas práticas são replicadas, mas ainda com pouca padronização formal.
Nível 3 – Definido: Metodologias, papéis e processos estão documentados e são amplamente utilizados.
Nível 4 – Gerenciado: Monitoramento por KPIs, uso de dados para análise e melhoria da performance.
Nível 5 – Otimizado: Cultura de melhoria contínua, inovação e adaptação estratégica.
Avançar nesses níveis exige mais do que ferramentas: é preciso transformar a cultura, desenvolver competências e fortalecer o papel do PMO. Quanto maior a maturidade, maior a previsibilidade, controle e geração de valor.
Processos de avaliação de maturidade
Avaliar a maturidade em gerenciamento de projetos é um processo estruturado que fornece clareza sobre onde a organização está e quais caminhos pode seguir para evoluir.
O primeiro passo é escolher o modelo de maturidade mais adequado, alinhado aos objetivos e ao contexto da organização. Em seguida, é essencial definir o público-alvo da avaliação, ou seja, quem responderá ao questionário, preferencialmente profissionais com vivência nos projetos e no funcionamento do PMO.
O terceiro passo é a aplicação do questionário e a coleta das respostas, seguidos pelo registro e análise criteriosa dos dados obtidos. Esse diagnóstico revela os níveis de maturidade por dimensão, os pontos fortes da organização e as áreas com maior potencial de melhoria.
Por fim, o processo resulta na elaboração de um plano de ação realista e orientado à evolução contínua, com foco na construção de capacidades, padronização de processos e entrega de valor organizacional.
Modelo organizacional Project Management Maturity Model (OPM3)
O OPM3®, Organizational Project Management Maturity Model, é o modelo de maturidade organizacional criado pelo PMI para ajudar empresas a alinharem suas estratégias à execução por meio de projetos, programas e portfólios. Diferente de modelos que analisam apenas a performance do PMO, o OPM3 oferece uma visão mais ampla: ele conecta a maturidade da organização à sua capacidade de entregar resultados estratégicos sustentáveis.
Baseado em boas práticas e padrões internacionais, o OPM3 avalia a maturidade em três domínios (projetos, programas e portfólios) e quatro estágios de progresso: padronizar, medir, controlar e melhorar continuamente.
Sua aplicação permite identificar lacunas críticas, priorizar iniciativas de melhoria e criar uma cultura orientada à excelência em gerenciamento. Mais do que uma ferramenta de avaliação, o OPM3 é um guia para organizações que desejam sair da improvisação e operar com alto desempenho, foco estratégico e resultados replicáveis.
Modelo Kerzner Project Management Maturity Model (KPMMM)
Desenvolvido por Harold Kerzner, o KPMMM (Kerzner Project Management Maturity Model) é um modelo de referência amplamente utilizado para avaliar a maturidade de organizações em gerenciamento de projetos. Sua proposta é: maturidade significa previsibilidade, repetibilidade e melhoria contínua nos resultados dos projetos.
O modelo propõe cinco níveis de maturidade, que vão desde a ausência de processos estruturados (nível 1) até a excelência organizacional com foco em melhoria contínua (nível 5). Cada nível representa um estágio de evolução da organização em termos de cultura, processos, ferramentas e competências em gestão.
Diferente de abordagens puramente técnicas, o KPMMM valoriza também o desenvolvimento da cultura de gestão de projetos, com foco em comportamento organizacional e apoio da liderança. É um modelo prático, com diagnósticos claros, que ajuda empresas a planejarem sua jornada rumo à maturidade plena, com foco em valor e sustentabilidade.
Modelo Capability Maturity Model Integration (CMMI)
O CMMI (Capability Maturity Model Integration) foi desenvolvido pelo Software Engineering Institute (SEI) da Universidade Carnegie Mellon, e tornou-se um dos modelos de maturidade mais reconhecidos globalmente, especialmente em organizações com foco em tecnologia, engenharia e desenvolvimento de software.
Seu principal objetivo é melhorar processos organizacionais, garantindo maior qualidade, previsibilidade e eficiência na entrega de produtos e serviços. O modelo é estruturado em cinco níveis de maturidade, que vão da execução inicial e informal (nível 1) até a otimização contínua com base em dados (nível 5). Cada nível representa um avanço na capacidade da organização de gerenciar seus processos de forma repetível, mensurável e eficaz.
Apesar de sua origem na engenharia de software, o CMMI influenciou fortemente a gestão de projetos como um todo. Ele fornece uma base sólida para aumentar a maturidade em PMOs, especialmente aqueles que atuam em ambientes complexos, regulados ou com forte componente técnico.
Modelo Portfolio, Programme and Project Management Maturity Model (P3M3)
O P3M3 (Portfolio, Programme and Project Management Maturity Model) é um modelo de maturidade criado pelo governo britânico por meio da AXELOS, utilizado amplamente no setor público e privado. Ele avalia a maturidade organizacional em três domínios distintos, porém integrados: portfólio, programas e projetos.
O modelo é estruturado em cinco níveis de maturidade:
Conhecimento do processo.
Processo repetitível.
Processo definido.
Processo gerenciado e
Processo otimizado.
A grande vantagem do P3M3 é permitir que a organização avalie cada domínio separadamente, identificando com precisão onde estão os pontos fortes e as fragilidades. Além disso, o modelo fornece uma estrutura clara para implantar melhorias progressivas e sustentáveis, sempre alinhadas à estratégia corporativa.
Seu foco está menos em ferramentas específicas e mais na capacidade da organização de aplicar boas práticas com consistência, controle e aprendizado contínuo.
Berkeley PM Maturity Model (PM)²
O Berkeley Project Management Maturity Model (PM)² foi desenvolvido pela Universidade da Califórnia, Berkeley, como uma ferramenta prática para diagnosticar e melhorar a maturidade em gerenciamento de projetos nas organizações. Seu diferencial está na abordagem simples, direta e orientada à aplicação real.
O modelo avalia cinco níveis de maturidade, com foco na adoção progressiva de boas práticas, partindo de um ambiente informal até atingir excelência organizacional. A avaliação é feita em cinco áreas principais: integração com a organização, equipe de projetos, métodos e práticas, uso de ferramentas e resultados obtidos.
O (PM)² é especialmente útil para organizações que estão começando sua jornada rumo à maturidade ou que buscam um modelo acessível e adaptável ao seu contexto. Ele permite identificar lacunas de forma clara e propor ações concretas de evolução, tornando-se um guia prático de desenvolvimento de capacidades em gestão de projetos, com ênfase em melhoria contínua e aprendizado organizacional.
O modelo de avaliação da maturidade do EGP – Maturity Cube (Pinto et al., 2010)
O Maturity Cube, proposto por Pinto e colaboradores (2010), é um dos modelos mais reconhecidos no Brasil para avaliar a maturidade de Escritórios de Gerenciamento de Projetos (EGP), equivalente ao PMO. Sua principal contribuição é oferecer uma visão tridimensional, permitindo uma análise integrada e realista da atuação do EGP na organização.
O modelo considera três eixos de avaliação:
Níveis de maturidade;
Funções exercidas pelo EGP, e
Perspectivas organizacionais (estratégica, tática e operacional).
Essa estrutura em forma de “cubo” permite mapear o grau de evolução do EGP em diferentes frentes, promovendo um diagnóstico mais completo e acionável. Além de avaliar o estágio atual, o modelo orienta o caminho para o desenvolvimento contínuo do EGP como um instrumento de governança e entrega de valor. Por isso, o Maturity Cube é uma referência sólida para organizações que desejam fortalecer seu Escritório de Projetos com visão estratégica.
Conclusão: Maturidade é o caminho para gerar valor com consistência
Alcançar maturidade em gestão de projetos não é um fim em si mesmo, é um meio para entregar valor com previsibilidade, consistência e alinhamento estratégico. Os modelos que você explorou oferece caminhos diferentes, mas convergem na mesma direção: fortalecer o PMO como agente de transformação organizacional.
É aí que entram as 5 dimensões-chave que sustentam um PMO maduro: Governança bem definida, metodologias e processos sólidos, competências desenvolvidas, foco em performance e influência organizacional. Ignorar uma dessas áreas é comprometer a evolução.
Na Formação PMO da ModernPMO, esses pilares são trabalhados de forma integrada e prática. Não se trata apenas de teoria, mas de aplicar conhecimento em contextos reais, com o apoio de especialistas que já lideraram mudanças em empresas globais.
Se você quer transformar seu PMO em um verdadeiro motor de resultados estratégicos, essa formação é o próximo passo.