Qual é a importância do bar na faculdade?
Acredite, tomar uma gelada com os colegas de sala pode fazer toda a diferença!
Em qualquer faculdade do Brasil é possível ver a mesma cena: dez da matina, as aulas comendo a pino dentro das salas e, naquele barzinho que fica bem em frente à faculdade, dezenas de estudantes estão posicionados, copos em riste, brindando. As garrafas de cerveja correm e logo aparecem os sorrisos. OK, matar aula para ficar no bar pode não ser das coisas mais estudiosas, mas certamente pode ajudar na sua graduação.
A psicóloga Luana Carvalho, formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Bauru acredita que tomar uma cerveja com amigos de sala ajuda a formar vínculos. “As pessoas conversam, compartilham histórias, e isso acaba gerando empatia. Ficamos mais cientes do outro e, com isso, há uma melhora na relação, inclusive em sala de aula”, conta.
O estudante de Direito Lorenzo Calil, da Estácio em Ribeirão Preto, concorda. Ele conta que é comum chegar direto da balada, dar uma passada na aula e rebater a ressaca com mais uma cerveja. “Aconteceu algumas vezes, mas vale a pena. Conheci muito mais gente interessante no bar do que na sala de aula”, conta, entre risadas.
Lorenzo conta ainda que, graças à presença constante em bares, tem contato com pessoas de outras universidades e acaba ficando sabendo do que rola na cena estudantil da cidade, inclusive oportunidades de emprego e estágio. “Vou em bares frequentados por pessoas de quatro, cinco universidades diferentes. E sempre rola alguém que sabe de um estágio, um curso, uma palestra. Fico sabendo de muitas coisas que não ficaria se não saísse da universidade”, conta.
Mas Luana ressalta que, ainda que uma fugidinha ou outra para o bar seja até benéfica, é preciso ter equilíbrio. “Nada errado matar uma aula e ir para o bar, mas essa não deve ser a rotina. A presença nas aulas é fundamental. O bar pode ser um excelente complemento, mas nunca o principal”, analisa.
OS 5 MELHORES BARES PRÓXIMOS À ESTÁCIO E UNAERP
1– Bar do Mineiro
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Um dos mais tradicional dos bares universitários da cidade, localiza-se em frente à Unaerp e próximo à Estácio de Sá. Apresenta movimento desde as primeiras horas da manhã, mas é à noite que o ambiente ferve. Boa cerveja, preço camarada e tratamento diferenciado.
2 – Beerblioteca
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Também próximo à Unaerp, é opção para quem, além de beber aquela gelada, quer fazer uma refeição decente, a preço justo. O auge da movimentação ocorre no horário de almoço.
3 – Copo Sujo
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Também próximo à Unaerp, apresenta sempre promoções para os frequentadores. Também organiza festas e eventos que atraem os universitários da cidade.
4 – Boteco de Casa
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Mais refinado – e um pouco mais caro – o Boteco de Casa é o point dos universitários que procurar por uma baladinha. Cerveja gelada, ambiente acolhedor e decoração diferenciada são os grandes atrativos.
5 – Posto da Atri
É o lugar onde se vai depois que os bares fecham. Funciona 24 horas e sempre é possível encontrar rodas de universitários tomando aquela gelada para rebater a manguaça da noite. Também é ponto de encontro da galera.
NÃO É SÓ FARRA
OK, você achou esse texto engraçadinho, mas ainda não ficou convencido de que o bar pode fazer bem? Aí vai minha última cartada: onze países do mundo, incluindo o Brasil, realizam o “Pint of Science”, festival de origem inglesa que leva a sala de aula para o bar. Durante três dias, professores, cientistas e especialistas em diversas áreas do conhecimento vão a bares tomar uma cerveja e conversar sobre suas especialidades.
O psicólogo e professor universitário Vinícius Ferreira Borges, que já realizou atividades didáticas em bares de Ribeirão Preto e participou dos últimos eventos do “Pint of Science” na cidade, acredita que entre cerveja, petiscos e boas risadas é possível aprender.
“Quando a gente se reúne com os colegas, pesquisadores, tem várias ideias, insights, isso é muito legal. De fato, conseguimos formar novos conhecimentos a partir disso”, conta ela, que ressalta que, para atividades didáticas, é importante o direcionamento. “É uma coisa mais descontraída, mas não dá pra perder muito o foco”, explica.
O pesquisador João Paulo Lopes, doutorando da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto, concorda. “Fica uma coisa menos chata. A cerveja acaba desinibindo, as perguntas fluem mais naturalmente”, explica.
E ai, bora tomar uma?