A banda The Velvet Sundown parecia ter construído o caminho perfeito: dois álbuns lançados em menos de um mês com mais de 800 mil ouvintes no Spotify e outros milhares em plataformas como Apple Music, YouTube, Deezer e Amazon Music.
Um número bastante considerável para o início de uma carreira musical. Mas não demorou muito para os ouvintes perceberem que o grupo se tratava, na verdade, de uma criação inteiramente feita por inteligência artificial.
A falta de informações sobre os integrantes e fotos geradas por IA no perfil da banda no Instagram, confirmaram a desconfiança.
Apesar de ainda não se saber quem está por trás do projeto, a banda-fake segue conquistando ouvintes e aparecendo em playlists de tendências com seu rock psicodélico e pegada retrô.
O caso chamou atenção justamente por mostrar até onde a inteligência artificial pode ir na criação artística — e como isso afeta a forma como a gente consome música hoje.
Continue a leitura e entenda melhor sobre o caso da banda fantasma que viralizou nas plataformas digitais.
Neste artigo você vai ver:
Quem é The Velvet Sundown?
Como a IA criou uma banda que bombou no Spotify?
Qual foi o impacto da The Velvet Sundown nas redes?
Pode registrar música feita por IA?
Foto reprodução: Instagram The Velvet Sundown
Quem é The Velvet Sundown?
Se você ouviu falar da banda The Velvet Sundown nos últimos dias, talvez tenha se perguntado de onde surgiu esse grupo e como ele está fazendo tanto sucesso tão rápido.
Com um som que mistura rock psicodélico e vibes dos anos 70 — lembrando nomes como Pink Floyd, U2 e Radiohead — a banda já lançou dois álbuns só no mês de junho: Floating on Echoes e Dust and Silence.
No total, já são 26 faixas disponíveis nas principais plataformas, como Spotify, Deezer e Apple Music. Além disso, um terceiro álbum já está confirmado para sair em breve, dando continuidade à trilogia da banda.
Segundo o perfil oficial no Spotify, o grupo é formado por quatro integrantes:
Gabe Farrow, vocalista e tecladista;
Lennie West, guitarrista;
Milo Rains, responsável pelos sintetizadores;
Orion “Rio” Del Mar, percussionista “de espírito livre”.
Mas aqui começa o mistério. Nenhum dos membros tem presença digital verificável. As fotos publicadas nas redes sociais foram claramente geradas por inteligência artificial. E tudo parece ter sido criado recentemente — do zero.
O público logo começou a desconfiar da autenticidade da banda. A plataforma Deezer foi a primeira a indicar oficialmente que parte do conteúdo é gerado por IA.
Curiosidade –> Apesar da identidade 100% digital, The Velvet Sundownjá tem mais ouvintes mensais no Spotify do que muitas bandas brasileiras em início de carreira. –> Com dois álbuns lançados em menos de 20 dias e um terceiro a caminho, o grupo viralizou sem dar uma entrevista, fazer um show ou sequer existir de verdade.
No Instagram, os seguidores aumentam, mas as interações levantam dúvidas: seria isso apenas uma farsa, uma jogada de marketing ou um experimento ainda mais ambicioso?
O projeto, ao que tudo indica, foi criado por uma equipe que uniu programadores, músicos e engenheiros para testar os limites da IA no universo artístico.
Ainda não se sabe quem está por trás da iniciativa, mas o caso levantou debates importantes sobre autenticidade, autoria e o impacto da inteligência artificial na indústria da música.
Como a IA criou uma banda que bombou no Spotify?
A ascensão viral da The Velvet Sundown levanta uma pergunta inevitável: como uma banda que sequer existe fisicamente conquistou tantos ouvintes em tão pouco tempo?
A resposta está nas ferramentas de inteligência artificial que hoje permitem criar não só letras e melodias, mas também vozes, arranjos, mixagens e até identidades visuais completas.
Algumas das mais conhecidas são:
Suno AI (provavelmente usada para a criação da The Velvet Sundown)
Aiva
Boomy
Soundraw
Loudly
Muitas dessas ferramentas são abertas ao público e fáceis de usar até para quem não tem formação musical.
No caso da banda-fake, especula-se que o projeto tenha sido conduzido por uma equipe de desenvolvedores, músicos e engenheiros de som que alimentaram modelos de IA com referências do rock psicodélico dos anos 70.
O resultado são faixas com uma sonoridade nostálgica e envolvente — e, para muita gente, bastante convincentes.
Qual foi o impacto da The Velvet Sundown nas redes?
A banda chegou a ser verificada no Spotify, com mais de 800 mil ouvintes mensais, sem qualquer aviso sobre o uso de IA — o que ajudou a criar uma impressão de legitimidade.
Já na Deezer, há um alerta claro:
Algumas faixas neste álbum podem conter ferramentas de inteligência artificial.
Foto Reprodução: Spotify The Velvet Sundown
Nas redes sociais, a repercussão foi mista. Alguns usuários elogiaram o som e chegaram a pedir uma turnê; outros se mostraram incomodados com a falta de autenticidade:
As faixas não são nada más — mas o fato de ser IA tornará isso menos atraente com o tempo. Infelizmente o som é bom também. Mas porque é gerado por IA, acho que não devemos apoiá-la, comentou um usuário.
A indústria musical está tentando encontrar uma maneira de chegar ao pote de dinheiro sem ter de lidar com artistas de verdade” observou outro.
Esses comentários refletem um dilema atual: É justo que músicas feitas por inteligência artificial disputem espaço com artistas humanos nas plataformas?
E mais: se o som for bom… será que isso importa mesmo? A discussão ainda está longe de ter um consenso.
O caso da The Velvet Sundown mostra apenas o começo de uma conversa que vai muito além da música e nos leva a repensar os rumos da arte na era da inteligência artificial.
Pode registrar música feita por IA?
A dúvida é comum — e totalmente válida. Afinal, se a banda The Velvet Sundown não tem integrantes reais, quem é o dono das músicas?
A resposta ainda está em construção. No Brasil e em muitos outros países, a legislação sobre direitos autorais ainda não cobre totalmente conteúdos criados por inteligência artificial.
Você sabia? Mesmo que uma música criada por IA esteja disponível nas plataformas, registrá-la como propriedade intelectual é algo que ainda gera discussão legal.
Em alguns casos, os criadores dos sistemas ou dos prompts (comandos) podem reivindicar autoria, mas isso depende de cada caso e da legislação de cada país.
No Brasil, esse debate ainda é embrionário — mas com o crescimento de casos como o da banda The Velvet Sundown, é só uma questão de tempo até virar pauta oficial.
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