O Governo de São Paulo anunciou, na segunda-feira (19), que passará a utilizar inteligência artificial para corrigir lições de casa dos alunos da rede estadual.
A iniciativa faz parte de um projeto experimental da Secretaria da Educação (SEDUC-SP) com o objetivo de apoiar os professores da rede pública na correção de atividades dissertativas.
A tecnologia será integrada à plataforma TarefaSP, utilizada pelos estudantes para a realização de lições de casa online. Neste primeiro momento, a IA nas escolas será aplicada em tarefas de alunos do 8º ano do ensino fundamental e da 1ª série do ensino médio, corrigindo cerca de 5% das respostas dissertativas enviadas.
Segundo a SEDUC-SP, a proposta é que a ferramenta funcione como assistente pedagógico, e não como substituta dos docentes. O projeto é parte de um conjunto de ações que visam inovar a educação pública com o apoio de tecnologias educacionais.
Continue a leitura para entender melhor o projeto, o que muda com a IA nas lições de casa e qual é o papel de professores, pais e alunos nesse novo cenário.
Neste artigo você vai ver:
Como funciona a IA da TarefaSP?
O que muda com a IA nas escolas?
Qual o papel do professor nesse cenário?
O que os pais e responsáveis devem saber?
Como funciona a IA da TarefaSP?
A nova ferramenta de inteligência artificial nas lições de casa será usada dentro da plataforma TarefaSP, um ambiente digital criado pelo Governo de SP em 2023 para alunos da rede estadual a partir do 6º ano do ensino fundamental.
Com o novo recurso de IA, o processo de correção das questões dissertativas ficará mais dinâmico, funcionando como uma espécie de assistente de apoio aos professores.
Funciona assim:
O aluno responde à tarefa: ele acessa a plataforma e responde às questões de acordo com o conteúdo que foi trabalhado em sala de aula.
A resposta entra em fila de correção: após o envio, a resposta é processada pela IA, que começa a análise.
A IA compara com o gabarito oficial: a inteligência artificial usa como base uma resolução modelo criada por especialistas da SEDUC-SP.
Geração de feedback automático: a ferramenta indica se a resposta está correta, parcialmente correta ou incorreta, junto de uma explicação.
O aluno avalia a correção da IA: ao final, o estudante pode dizer se concorda com o retorno da IA, ajudando a aperfeiçoar a tecnologia.
A correção automatizada será aplicada às disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Química, Física, Geografia e História, com foco inicial nos alunos do 8º ano do ensino fundamental e da 1ª série do ensino médio.
De acordo com o secretário da Educação, Renato Feder, o objetivo do projeto é ampliar o número de atividades dissertativas na plataforma, sem sobrecarregar os professores com milhões de tarefas extras para corrigir.
Nesse sentido, a IA atua como um assistente de correção, liberando os docentes para se dedicarem ao que mais importa: o ensino em sala de aula.
Foco nos detalhes importantes:
–>A IA será aplicada inicialmente para estudantes do 8º ano do ensino fundamental e da 1ª série do ensino médio.
–> O sistema corrigirá cerca de 5% das atividades realizadas na TarefaSP.
–> Durante a fase experimental, a correção feita pela IA não terá impacto na nota dos alunos.
O que muda com a IA nas escolas?
A adoção da inteligência artificial nas escolas públicas de São Paulo marca um novo momento no uso da tecnologia na educação básica.
Com a ferramenta, os alunos passam a contar com correções automatizadas em parte das tarefas dissertativas, o que representa uma inovação no processo pedagógico que logo pode evoluir para outras regiões do país.
Ainda de acordo com o secretário Feder, essa mudança permite ampliar a prática da escrita nas questões dissertativas — uma habilidade essencial para vestibulares e outras avaliações externas.
Mas, afinal, o que muda na prática?
Vantagens:
Mais espaço para atividades dissertativas, com foco no desenvolvimento da escrita.
Feedback mais rápido, ajudando o aluno a identificar erros e aprender com eles.
Menos carga de correção para os professores, que podem focar em acompanhar o progresso dos alunos.
Desafios:
Risco de erros na correção automatizada, especialmente em respostas mais subjetivas.
Importância de manter o olhar pedagógico do professor, sem substituí-lo pela IA.
Garantia de segurança dos dados dos alunos, especialmente no uso contínuo da tecnologia.
Qual o papel do professor nesse cenário?
No dia 20 de maio é celebrado o Dia do Pedagogo e, nesse contexto, o uso das IAs nas escolas surge como um desafio que ressignifica o modelo de ensinar e aprender conhecido até então.
Nesse sentido, a discussão sobre IA nas lições de casa reforça ainda mais a importância de valorizar esses profissionais e de garantir que a tecnologia esteja a serviço da educação— e não o contrário.
Afinal, mesmo com os avanços tecnológicos, o papel do professor continua essencial. É ele quem:
Interpreta as necessidades individuais dos alunos;
Cria estratégias para que todos aprendam de forma significativa;
Garante um olhar pedagógico sensível, que nenhuma IA consegue substituir.
Como lembrou o secretário da educação, Renato Feder:
A IA vem para otimizar o tempo do educador, permitindo que ele se concentre no mais importante: ensinar.
O que os pais e responsáveis devem saber?
Com a chegada da IA nas escolas, é natural que muitas famílias tenham dúvidas sobre como essa novidade vai impactar a rotina dos estudantes. A resposta envolve equilíbrio, atenção e participação ativa dos responsáveis.
A inteligência artificial na correção de lições de casa, como proposta pelo Governo de SP, pode ser uma aliada no processo de aprendizagem. No entanto, o uso dessa tecnologia exige acompanhamento e diálogo constante com os estudantes.
Veja como os pais e responsáveis podem contribuir:
1 – Conversem com os filhos sobre as correções feitas pela IA
Pergunte o que eles acharam do feedback, se entenderam a explicação dada e se a ferramenta ajudou ou gerou dúvidas.
2 – Fiquem atentos ao comportamento e à motivação dos estudantes
Mudanças como desânimo, ansiedade ou dificuldade em compreender o retorno da IA devem ser observadas e compartilhadas com os professores.
3 – Reforcem a importância do esforço pessoal
Explique que a IA pode facilitar o processo, mas o aprendizado continua dependendo da dedicação de cada aluno.
4 – Eduquem para o uso ético da tecnologia
Ensinar os filhos a usar ferramentas de IA de forma responsável é essencial. Afinal, eles viverão em um mundo cada vez mais digital — e os valores humanos, como empatia e honestidade, não podem ser deixados de lado.
Ainda segundo especialistas, como a ex-diretora global de educação do Banco Mundial, Claudia Costin, é fundamental que a tecnologia seja usada com cautela e supervisão.
“É um instrumento. Pode ser bem ou mal usado[…]”, destaca. Por isso, o acompanhamento e avaliação das famílias, nesse contexto, será determinante para que o projeto experimental tenha resultados realmente positivos.
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O uso da IAnas escolas mostra que a tecnologia está cada vez mais presente no dia a dia dos estudantes. Contudo, mais do que acompanhar tendências, garantir uma educação de qualidade passa também por escolher uma boa escola.
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