O relevo brasileiro, assim como o do mundo inteiro, apresenta uma velocidade de transformação bastante baixa. Deste modo, pode-se dizer que, no geral, ele é praticamente o mesmo há milhares de anos. Os agentes externos que mais participam da formação do relevo brasileiro são o clima (temperatura, ventos, chuvas) e os rios.
A respeito dos estudos sobre o relevo brasileiro, destacam-se principalmente o de 3 autores: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Saber e Jurandyr L.S. Ross.
Aroldo de Azevedo
Ao elaborar sua divisão (1949), o professor Aroldo de Azevedo dividiu o relevo brasileiro em planaltos e planícies, como mostra a Figura abaixo.
Classificação do Relevo Brasileiro por Aroldo de Azevedo em 1949.
Para realizar essa classificação, o autor levou em conta principalmente as diferenças de altitude. Dessa forma, classificou-se como planícies as formas de relevo relativamente planas, com altitudes inferiores a 200 metros. Em contrapartida, os planaltos foram classificados como as partes de relevo cuja altitude superam 200 metros.
Com essa classificação, 59% do território brasileiro foi considerado planaltos e 41% planícies.
Aziz Ab’Saber
Durante a década seguinte, Aziz Ab’Saber aperfeiçoou a classificação anteriormente realizada, dando prioridade aos processos de formação do relevo, ou seja, às diferentes estruturas e aos mecanismos de esculturação.
Nesta divisão, as áreas cujo o processo de erosão apresenta predominância sobre o de sedimentação foram chamadas de planaltos. Em áreas em que ocorre o contrário - processo de sedimentação é maior que o de erosão - foram considerados planícies.
Classificação do Relevo Brasileiro por Aziz Ab’Saber em meados da década de 60.
Jurandyr L. S. Ross
Com o avanço tecnológico, foi possível conhecer melhor as características do território brasileiro. Com auxílio dos estudos do professor Ab’Saber e das informações adquiridas por meio do projeto Radam (reconhecimento dos recursos naturais através de radar), Jurandyr L. S. Ross apresentou, em 1989, uma classificação dos relevos brasileiros bem mais detalhada, levando em consideração as estruturas e a influência de agentes climáticos antigos e atuais, na formação do relevo.
Classificação do Relevo Brasileiro por Jurandyr Ross em 1989.
Nessa classificação, as unidades dos planaltos foram divididas de acordo com as estruturas que as sustentam:
- Planaltos em bacias sedimentares;
- Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma;
- Planaltos em núcleos cristalinos arqueados;
- Planaltos em cinturões orogênicos.
As depressões são formadas por longos processos erosivos, geralmente em regiões de menor resistência. O uso dessa forma de relevo é uma novidade em relação às classificações anteriores, entretanto, sua presença é bastante frequente no território brasileiro.