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Revolução Farroupilha: aprenda o que foi e como aconteceu

História do Brasil - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 7/2/2023

Índice

Introdução

A Revolução Farroupilha, também chamada de Guerras dos Farrapos, foi a mais longa Revolta Regencial, com 10 anos de duração. Esse conflito aconteceu no Rio Grande do Sul, teve início em 1835 e só chegou ao fim no ano de 1845.

A Revolução foi inicialmente uma revolta tributária, promovida pelos ricos pecuaristas donos de terras. Esse grupo questionava os altos impostos cobrados sobre o valor do charque que produziam, comercializado apenas dentro do próprio Império. Entretanto, no decorrer dos anos, ganhou caráter separatista, abolicionista e republicano.

Mapa da região onde ocorreu a Revolução Farroupilha. Mapa da região da Revolução Farroupilha
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Contexto Histórico

A Revolução Farroupilha aconteceu durante o Período Regencial (1831-1840), momento em que o Brasil foi governado por regentes, enquanto se aguardava a maioridade de Dom Pedro II.

Esse período foi marcado por fortes conflitos políticos e pelas chamadas Revoltas Regenciais, como a Cabanagem, a Balaiada, a Sabinada e a própria Revolução Farroupilha.

Desde o período colonial, as elites locais do Rio Grande do Sul atuaram na defesa do território contra as investidas espanholas. Por isso, nos tempos do Império, esperavam como contrapartida que o Governo Central investisse no desenvolvimento econômico da região.

Entretanto, não foi assim que aconteceu. Pelo contrário, o Governo Federal aplicou pesadas taxas nos produtos rio-grandenses.

A base da economia no Sul do país, nesse período, era a criação de gado, a erva-mate, o charque e seus derivados.

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Causas

Apesar da produção de charque no Rio Grande do Sul, os altos impostos cobrados pelo Governo tornavam o produto produzido fora do Brasil (Argentina e Uruguai) mais barato que o charque nacional, tornando-o menos competitivo.

Além disso, o Governo também aumentou os incentivos à importação de charque da região do Prata e subiu a taxa de importação de sal, insumo básico para a manufatura do produto.

Essas atitudes do Governo desagradaram enormemente a elite do Rio Grande do Sul.

Inspirados pelos ideais iluministas e liberais, esse grupo começou a se aproximar politicamente das ideias de autonomia e federalismo.

Insatisfeita com a submissão imposta ao Estado, com o descaso do Governo e com a centralização política que em nada favorecia ao Rio Grande do Sul, a elite local decidiu se rebelar contra o Império.

A Revolução

No dia 20 de setembro de 1835, as tropas farroupilhas comandadas por Bento Gonçalves conseguiram conquistar Porto Alegre, destituindo o então presidente da província, Fernandes Braga.

Gonçalves deu posse ao então vice-presidente Marciano Ribeiro. Em poucos dias, todo o Estado acabou nas mãos dos farroupilhas, com exceção de Rio Grande, São Gabriel e Rio Pardo.

As tensões entre farroupilhas e o Império foram acentuadas quando o Governo ordenou a transferência das repartições de Porto Alegre para Rio Grande, marcando uma profunda ruptura.

Em 15 de julho de 1836, o Império retomou o poder de Porto Alegre. Alguns integrantes da Revolução Farroupilha conseguiram escapar e chegaram a tomar pontos importantes da cidade.

Entretanto, nenhuma das tentativas lideradas pelo líder farrapo Bento Gonçalves teve êxito, e os revolucionários nunca chegaram a retomar a cidade.

Em setembro de 1836, aconteceu a primeira grande batalha envolvendo as tropas do Governo e os farrapos. Comandados pelo General Netto, os farrapos obtiveram vitória e, empolgados com esse momento, declararam a separação do Estado e proclamaram a República Rio-Grandense.

Nesse momento, a revolta tomou delineadas formas separatistas e revolucionárias.

É nesse contexto que os líderes farrapos determinam que os escravizados que se alistassem nas tropas revolucionários seriam libertos, o que aumentou em muito o contingente de soldados.

A República Rio-Grandense não durou muito. Em outubro de 1836, o Império derrotou os farroupilhas e prendeu Bento Gonçalves e outros oficiais.

Entretanto, essa derrota não significou que a força revolucionário foi abatida. Muito pelo contrário, sobre a liderança de Antônio Netto, permaneceram resistentes e obtiveram outras vitórias.

Em novembro de 1836, os farrapos declaram a República em Piratini e nomearam Bento Gonçalves, ainda preso, como presidente.

Em outubro de 1837, Bento Gonçalves fugiu da prisão e assumiu a presidência da República. Os anos que se seguiram foram de intensos conflitos e tensões e, apesar da forte repressão do exército imperial, os farroupilhas ainda conquistaram a vila de Laguna e declararam a República Catarinense.

Essas conquistas mais uma vez duraram pouco. Logo Laguna voltou para o controle do Império e o Governo investiu mais de dois terços do contingente do exército nacional para o desmanche da Revolução Farroupilha.

Em 1842, Duque de Caxias foi nomeado pelo Império para pôr fim ao movimento. Enfim, após três anos de batalhas, a guerra chega ao fim com um acordo assinado por ambas as partes, o chamado “Tratado de Poncho Verde”.

No documento que selava o acordo, ficou determinado que:

  • os oficiais farrapos seriam anexados ao exército nacional;
  • as dívidas do governo republicano ficariam por conta do Império;
  • os escravos que lutaram nas tropas republicanas seriam libertos;
  • os prisioneiros políticos seriam soltos;
  • o aumento das taxas para a importação do charque estrangeiro.
Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UNESP/2012

A Revolução Farroupilha foi um dos movimentos armados contrários ao poder central no Período Regencial brasileiro (1831-1840). O movimento dos Farrapos teve algumas particularidades, quando comparado aos demais.

Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador e entreguei o governo ao seu substituto legal. E em nome do Rio Grande do Sul, digo que nesta província extrema, afastada da Corte, não toleramos imposições humilhantes. O Rio Grande é a sentinela do Brasil que olha vigilante o Rio da Prata. Não pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, ou, com a espada na mão, saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade.

(Carta escrita em 1835 por Bento Gonçalves, líder farroupilha, ao Regente Feijó.

Adaptado de PESAVENTO, S. J. A Revolução Farroupilha. São Paulo: Brasiliense, 1990)

Entre os motivos da Revolução Farroupilha, podemos citar:

A o desejo rio-grandense de maior autonomia política e econômica da província frente ao poder imperial, sediado no Rio de Janeiro.
B a incorporação, ao território brasileiro, da Província Cisplatina, que passou a concorrer com os gaúchos pelo controle do mercado interno do charque.
C a dificuldade de controle e vigilância da fronteira sul do império, que representava constante ameaça de invasão espanhola e platina.
D a proteção do charque rio-grandense pela Corte, evitando a concorrência do charque estrangeiro e garantindo os baixos preços dos produtos locais.
E a destruição das lavouras gaúchas pelas guerras de independência na região do Prata e a decorrente redução da produção agrícola no Sul do Brasil.
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