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O Período Regencial foi marcado por turbulências políticas e rivalidades entre as elites dominantes que disputavam o controle da nação.
Foi nesse período também que, por muitas vezes, as camadas populares revoltaram-se e utilizaram armas para fazer suas reivindicações. Sendo assim, foi uma época marcada pelas chamadas Revoltas Regenciais, que ocorreram em várias províncias brasileiras.
Na região do Grão-Pará havia um grande abismo social. Por um lado, uma elite muito rica. Por outro, os chamados cabanos, a grande maioria da população - em geral indígenas e mestiços - que viviam em situações de extrema pobreza.
Os cabanos sustentavam-se com a prática da pesca e com o plantio do cacau, castanha, baunilha, entre outros produtos. Práticas essas que eram, no máximo, suficientes apenas para sua própria subsistência. A situação de extrema pobreza gerou imenso descontentamento na população.
Além disso, comerciantes e fazendeiros colocaram-se contra o poder central, que elegeu um presidente de província que os desagradava.
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A Cabanagem foi uma revolta que teve participação tanto das elites locais quanto da população mais pobre, apesar de seus interesses distintos.
Enquanto a elite local desejava eleger seu próprio presidente da Província, a população mais pobre reivindicava melhores condições de vida, o fim da escravidão e a posse de terras.
A elite da região do Rio Negro, entretanto, além de exigir mais poder político, tornou-se também separatista e esperava tornar essa região uma província independente.
Em janeiro de 1835, em meio a um conflito sangrento entre os cabanos e as tropas do governo, a cidade de Belém foi ocupada. Além disso, Félix Malcher foi colocado no poder, no lugar do até então presidente da província, Bernardo Lobo de Souza, que fora executado na ocasião.
Ao assumir o poder, Malcher empreendeu tentativas de acordos com o Governo Central, chegando a prender Eduardo Angelim, um dos líderes do movimento. Acusado de traição, Malcher foi morto pelos cabanos e substituído por Francisco Pedro Vinagre.
Francisco Vinagre acabou por estabelecer tentativas de acordo, assim como seu antecessor, e foi finalmente substituído por Eduardo Angelim.
Eduardo Angelim é considerado o líder que mais atuou efetivamente em prol da eficácia e resistência do movimento.
Em maio de 1836, as tropas regenciais conseguiram tomar o poder das mãos dos cabanos. O movimento continuou na direção do interior da província, chegando a terras distantes, tornando-se, assim, uma das mais consistentes revoltas do Período Regencial.
Angelim posicionava-se, fundamentalmente, em prol da população mais pobre, fator que incomodou e afastou as lideranças de classes-média e alta do movimento. As discordâncias entre as lideranças e o afastamento das elites diante do radicalismo da Cabanagem foram fatores fundamentais para o enfraquecimento da revolta.
Além disso, a forte repressão das tropas regenciais colocou fim à ocupação de Belém, em 1836, e às movimentações no interior, em 1840. Por fim, a revolta não alcançou seus objetivos e os conflitos deixaram mais de 30 mil mortos e a devastação de inúmeras cidades.
É importante pontuar que, apesar do insucesso da Cabanagem, os ideais permaneceram vivos em revoltosos que escaparam da morte. Além disso, a estrutura da escravidão se desorganizou na região e se multiplicaram os números de quilombos.
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