A Constituição de 1824 determinava que, na ausência do imperador - nesse caso, por conta da menoridade de Dom Pedro II - o Brasil deveria ser governado por três regentes.
Sendo assim, entre 1831 e 1834, foi o período das Regências Trinas, formadas por três pessoas.
Nos primeiros meses do ano de 1831, foi instaurada uma Regência Trina Provisória e se restaurou o Ministério dos Brasileiros.
Ainda em 1831, aconteceu a eleição para a Regência Trina Permanente. Nenhum regente eleito, entretanto, obteve o mesmo destaque que o Ministro da Justiça Padre Diogo Antônio Feijó.
Retrato de Diogo Antônio Feijó
Foi ele o responsável pela formação da Guarda Nacional, ao convocar vários fazendeiros para que estes montassem tropas militares para atuar na defesa do país. Além disso, foi ele quem permitiu a compra dos títulos de coronéis pelos fazendeiros, fato importante para a constituição do coronelismo no Brasil.
Em 1834, foi realizada uma emenda na Constituição, ou seja, uma lei vigente foi alterada.
Neste caso, a lei modificada foi justamente a que determinava as regras para o Governo na ausência do imperador. As modificações significaram o Avanço Liberal, promovido pelos federalistas, e o estabelecimento do chamado Ato Adicional de 1834, que:
- transformou a regência composta por três pessoas em regência una, ou seja, composta apenas por uma pessoa;
- determinou a eleição direta dos representantes, realizada de 4 em 4 anos;
- estabeleceu que cada província do Brasil poderia ter sua própria Assembléia para a criação de leis.
Na primeira eleição direta para governante, foi o Ministro da Justiça, Padre Feijó, o representante eleito.
Durante o governo do Padre Feijó, eclodiram vários movimentos e conflitos, chamados de Revoltas Regenciais. Algumas delas de caráter separatista, como o caso da Cabanagem, Sabinada e Farroupilha; outras, movimentos populares que exigiam melhores condições de vida, como o caso da Balaiada; e a abolição da escravidão, como a Revolta dos Malês.
Com exceção da Farroupilha, que conquistou seu objetivo e garantiu 10 anos de emancipação política para o Rio Grande do Sul, as Revoltas Regenciais foram fortemente reprimidas pelo poder militar Imperial.
Os Regressistas utilizaram as Revoltas Regenciais, principalmente as separatistas, como argumento para defender que o Ato Adicional dava margens para a fragmentação territorial do país. Essa crise política, movimentada pelas revoltas e pela pressão dos Regressistas, acabou levando à renúncia do Padre Feijó em 1837.
Com a renúncia do governante, o poder foi assumido por uma liderança Regressista, Pedro de Araújo Lima, que à frente do Governo Único, criou a Lei Interpretativa do Ato Adicional, uma nova emenda na Constituição.
Essa emenda é chamada de Regresso Conservador, uma vez que - apesar de manter a regência única, a eleição direta e as assembléias provinciais - determinou que todas as decisões tomadas nas províncias passariam a valer somente após a ratificação do Governo Central, o que significou a redução de suas autonomias.
Uma vez que o Governo estava, naquele momento, nas mãos dos Regressistas, a oposição começou a desenvolver argumentos para a retomada de seu poder.
Os Progressistas passaram a defender que os males do país estavam ligados à falta da figura do imperador. Sendo assim, se inicia a chamada Campanha da Maioridade, na intenção de antecipar a coroação de Dom Pedro II.
A Campanha da Maioridade acabou por ganhar o apoio das elites, de algumas lideranças provinciais e da população, culminando no Golpe da Maioridade, a coroação de Dom Pedro II como imperador com 14 anos, em 1840.
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