Sendo assim, a Inconfidência Mineira teve como principais causas o descontentamento da população com a alta cobrança de impostos (o Quinto e a Derrama) e com a proibição da produção industrial no Brasil, ambas determinações da metrópole portuguesa.
A revolta foi articulada por importantes figuras das cidades extratoras de ouro em Minas Gerais, entre poetas, padres, comerciantes, militares e mineradores. Dentre essas figuras, estava o alferes e pequeno minerador, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Tiradentes recebeu esse nome pois tinha como atividade complementar o cuidado da saúde bucal de alguns militares.
Influenciados pelo Iluminismo francês e pela Independência dos Estados Unidos, os revoltosos construíram um movimento que pretendia não só romper com o pacto colonial, como também, proclamar a República no Brasil. Além disso, esperavam fundar indústrias e impor o serviço militar obrigatório.
É importante pontuar que, diferente da Conjuração Baiana, a Inconfidência Mineira não foi um movimento claramente abolicionista.
O conflito esperado pelos inconfidentes, entretanto, não chegou a acontecer. Isso, porque o movimento foi traído por um de seus integrantes: Silvério dos Reis, que delatou todos os envolvidos da revolta para uma das autoridades do governo monárquico em Minas Gerais.
Sendo assim, a revolta, que estava prevista para começar durante a Derrama, foi reprimida antecipadamente pelas tropas do governo.
Como muitos dos líderes da Inconfidência eram pertencentes a uma parcela rica da população - como coronéis, militares e advogados -, acabaram não sendo mortos, mas exilados na África.
Entretanto, à Joaquim José da Silva Xavier, foi determinada a pena de morte. Tiradentes acabou enforcado, esquartejado e teve seus membros expostos em praças públicas da região de Minas Gerais.
“Tiradentes esquartejado” pintado por Pedro Américo.
Um século depois, com o advento da República, o dia da morte de Tiradentes foi transformado em feriado nacional. O personagem se tornou um mártir da liberdade e sua imagem foi extenuantemente usada pelos republicanos.
Até hoje, a bandeira de Minas Gerais é a mesma confeccionada durante o período da Inconfidência Mineira.