Mediante à insatisfação com os vários tipos de violências sofridas, o marinheiro João Cândido Felisberto, começou a tramar uma revolta.
Para isso, reuniu marinheiros, negros e mulatos descontentes em navios, como o encouraçado Minas Gerais - do qual fazia parte -, encouraçado São Paulo, navio Deodoro, navio Bahía, entre outros.
Inicialmente, os revoltosos esperavam a tomada de poder do Marechal Hermes da Fonseca para se manifestar. Entretanto, a punição de 250 chibatadas dada a Marcelino Rodrigues Menezes, fez eclodir antecipadamente a revolta.
A Revolta começou em Minas Gerais e foi, aos poucos, se espalhando para outros navios. Em meio aos conflitos, muitos marinheiros brancos que tentaram impedir a movimentação dos revoltosos acabaram morrendo.
Todos os navios tomados pelos manifestantes foram apontados na direção do Rio de Janeiro, e o Governo enviou um representante para entender as reivindicações do movimento.
Uma imagem histórica da Revolta da Chibata é a fotografia de João Cândido lendo as questões fundamentais pelas quais o movimento lutava, como:
- o fim dos castigos corporais;
- melhores salários;
- melhores dormitórios e refeitórios;
- igualdade na concessão das patentes.
João Cândido lendo o manifesto da Revolta da Chibata
O Governo, inicialmente, assumiu uma postura intransigente e afirmou que não negociaria com revoltosos.
Como represália, João Cândido fez disparos na direção do Congresso Nacional, o que levou ao presidente Hermes da Fonseca a prometer atender às reivindicações, encerrando a Revolta no dia 27 de novembro de 1910.
Na negociação inicial do presidente da República com os revoltosos, havia ficado acordado o perdão aos marinheiros participantes, o que garantiria sua liberdade.
A pressão da imprensa, que acusou o Governo de negociar com homens que teriam “atirado contra o próprio país”, acabou por fazer o presidente voltar atrás em sua decisão, terminando com a prisão de centenas de marinheiros, incluindo João Cândido.
Apesar de terem alcançado seu objetivo e conseguirem retirar os castigos corporais dos manuais da marinha, os manifestantes acabaram sofrendo duras punições ao final da Revolta da Chibata.