União Ibérica é o nome dado ao período em que ocorreu a unificação das coroas portuguesa e espanhola.
As duas grandes potências, localizadas na região da Península Ibérica, permaneceram unidas entre os anos de 1580 e 1640. Esse foi um período de importantes transformações políticas no cenário da Europa e, consequentemente, para as colônias espalhadas pelo mundo.
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Durante o século XVI, por conta da expansão marítima, do comércio nas Índias e da exploração açucareira, Portugal se tornou uma grande potência política e econômica.
É nesse momento que, o então rei de Portugal, Dom Sebastião, decide travar uma guerra contra os mouros, a fim de tomar o Norte da África, mais especificamente a região do Marrocos.
Mesmo contra a vontade da nobreza, o próprio Dom Sebastião viaja para guerrear. Ele participa da chamada Batalha de Alcácer Quebir, que contou com mais de 18 mil homens portugueses - que acabaram derrotados em 1578.
Dom Sebastião não volta para Portugal depois da batalha, o que gerou a expectativa de uma parcela da população que não acreditava em sua morte e esperava seu retorno da África. Essa esperança por sua volta ficou conhecida como sebastianismo.
Ao contrário do que essa população esperava, Dom Sebastião não retorna e, sem herdeiros para sucedê-lo, a coroa acaba na posse de Dom Henrique, seu tio-avô.
Dom Henrique faleceu apenas dois anos depois. Sem herdeiros diretos oficiais para o trono, Portugal enfrentou uma grave crise de sucessão.
É nesse momento que começam a aparecer parentes distantes de Dom Sebastião como candidatos ao trono.
O mais expressivo e poderoso dentre esses candidatos foi Felipe II, que já era Rei da Espanha no período. A tomada do poder por parte de Felipe II significaria a unificação de Espanha e Portugal.
Mais uma vez na História de Portugal, a iminência da unificação dividiu opiniões. Afinal, desde a formação de Portugal, uma parcela da população portuguesa resistiu fortemente às investidas espanholas de integrar os dois reinos.
Dessa vez, o rei espanhol foi apoiado por grande parte da burguesia, nobreza e clero, que queriam fazer parte desse grande Império Espanhol, seduzidos pelo prestígio conquistado pela Espanha ao encontrar ouro na América.
A maior parte do povo e uma minoria entre nobreza, burguesia e clero, entretanto, colocaram-se contra a unificação.
Essa resistência não foi eficaz. Em 1581, Felipe II invade Portugal e é declarado rei, formando a chamada União Ibérica.
Nessa ocasião, assinou o Tratado de Tomar, onde se comprometeu a não interferir diretamente na administração portuguesa ultramarina e no seu comércio e colônias.
Essa medida deixou nobreza, clero e burguesia bastante satisfeitos, uma vez que garantia ainda sua autonomia mediante a expansão marítima e processos de colonização.
O período da União Ibérica foi marcado por importantes acontecimentos políticos que definiram os rumos da economia europeia e colonial.
Um desses acontecimentos foi a flexibilização das determinações do Tratado de Tordesilhas.
Uma vez que Espanha e Portugal estavam unificados, a divisão proposta em 1494 perdeu o sentido, e os colonos passaram a ultrapassar os limites impostos anteriormente.
Portugal, por ter consciência de sua fragilidade militar, era adepto de políticas de aliança. Com a Holanda, por exemplo, estabeleceu uma importante parceria que levou ao enriquecimento das duas potências, através do ciclo da cana-de-açúcar na América Portuguesa. Ao contrário de Portugal, a Espanha colecionava inimigos como a Inglaterra, França e Holanda.
A princípio, a Espanha não interferiu nas relações comerciais entre Portugal e outros reinos, mesmo estes sendo seus inimigos. Além disso, manteve o controle da colônia brasileira a cargo dos portugueses, a fim de evitar desgastes e possíveis rebeliões.
Esse período de calmaria acabou em 1621, quando os espanhóis:
A arbitrariedade espanhola quanto às relações comerciais de Portugal levaram a inúmeras tentativas de tomadas de territórios nos continentes africano, asiático e americano, por parte de países como França e Holanda.
Na iminência da perda de territórios, a burguesia, clero e nobreza portugueses, que antes apoiaram a unificação, revoltaram-se contra ela.
Nesse contexto, unem-se ao Conde de Bragança e iniciam uma verdadeira guerra pela independência de Portugal, a chamada Guerra de Restauração.
Para isso, contaram com o apoio de Holanda e Inglaterra. Em troca, estabeleceram favoráveis acordos comerciais para esses dois reinos.
A guerra terminou em 1640, com a coroação de D João IV, a dissociação das coroas e o começo da Dinastia de Bragança. O fim do domínio espanhol gerou a necessidade de restabelecer as divisões territoriais dos domínios coloniais entre os dois reinos, levando a assinatura do Tratado de Madri, em 1750.
A primeira metade do século XVII em Pernambuco foi marcada pela invasão holandesa à capitania. A presença holandesa em Pernambuco durou 24 anos, de 1630 a 1654.
A invasão foi motivada por vários fatores, dos quais podemos destacar: