Existem poucos registros dessa época, o que torna esse período escasso em seus detalhes, se baseando, em sua maioria, em lendas. Contudo, é certo que houve uma monarquia nos primeiros séculos da sociedade romana.
Segundo a lenda da formação de Roma, o seu primeiro rei teria sido Remo, após matar o seu irmão gêmeo Rômulo, em uma disputa pelo poder. A lenda diz que Rômulo e Remo eram descendentes de Enéas (herói de Troia) e do deus Marte, que engravidou a sua mãe, sobrinha do rei de Alba, Amúlio. Os irmãos foram jogados em um cesto no Rio Tibre e por um milagre foram salvos por uma Loba, que os amamentou e cuidou, até serem acolhidos por um camponês.
Diz a lenda que os irmãos cresceram com habilidades extraordinárias. Já crescidos, Rômulo e Remo matam Amúlio e depois fundaram Roma, no Monte Palatino. Contudo, após um desentendimento entre os irmãos, Rômulo mata Remo e se torna o primeiro rei de Roma.
Na monarquia romana já existiam os traços da divisão social que permaneceria ao longo de toda a sua história. Nessa época, existiam os gens, que eram um grupo de famílias proprietárias de terras que seguiam o mesmo líder e compartilhavam um antepassado em comum, já que a sua linhagem era muito importante.
Esses proprietários eram chamados de Patrícios e representavam o poder aristocrático da sociedade romana. Os que compunham a maior parcela da sociedade romana eram os pequenos proprietários, comerciantes, artesãos e camponeses, chamados de plebeus. Vale pontuar que ainda não havia uma camada considerável de escravos em Roma.
O modelo político era a monarquia, ou seja, o poder era centralizado nas mãos do Rei, que detinha os poderes de chefe supremo, sacerdotais e judiciários. Existia um conselho que o ajudava em suas decisões. Este conselho era composto pelos chefes das principais famílias patrícias e era chamado de Conselho dos Anciões ou Senado.
Não existem muitas fontes sobre como se desenrolou o período da Monarquia até o da República. Dizem as lendas que houveram 7 reis durante a monarquia, dentre os quais os primeiros 4 eram latinos e os outros 3 etruscos. Acredita-se que a presença de reis Etruscos demonstrava os intensos conflitos entre as cidades-estados.
Existem mais escritos sobre os reis Etruscos do que do outros reis. Durante o reinado etrusco, houve uma intensa tentativa de diminuir os poderes dos Patrícios e do Senado, com o alinhamento do Rei com setores mais populares, como os comerciantes, que passam a exercer um papel político.
Isso levou ao descontentamento do Senado e dos Patrícios, o que levou à uma revolta no reinado de Tarquínio, o Soberbo (534 a.c - 509 a.c), visando acabar com o reinado etrusco e estabelecer um monopólio político, que se consolidou na formação da República Romana em 509 a.C.
Vestígios de Roma Antiga.