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Monarquia Romana: reis e como era a Roma Antiga

História Geral - Manual do Enem
Daniel Zem Bernardes Publicado por Daniel Zem Bernardes
 -  Última atualização: 1/12/2024

Introdução

Quando falamos sobre a Roma antiga, a primeira coisa que nos vem à cabeça é o seu grande império e seus ilustres imperadores. Contudo, a Roma antiga nem sempre foi um império. A história da antiga Roma se divide em três fases: a monarquia (VII - 509 a.C.), a república (509 a.C. - 27 a.C.) e, por fim, o império romano (27 a.C. - 476). 

A monarquia começou a partir da união de povos que viviam na península Itálica, em torno de uma estrutura defensiva e de uma figura política, o Rex ou Rei, com o objetivo de se defender dos Etruscos ao norte da península Itálica. Vamos entender mais à fundo a sua origem.

Rômulo e Remo sendo amamentados pela Loba.

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Índice

A origem da Monarquia

Nos meados de 700 a.C., a península Itálica já era ocupada por diferentes povos, com suas próprias culturas e dialetos. Os povos que habitavam a península eram indo-europeus, como por exemplo os latinos e os sabinos e algumas colônias gregas. 

Todos eles habitavam a porção mais central da península Itálica, às margens do rio Tibre, menos os gregos, que estabeleceram suas colônias ao na costa sul da península Itálica. Contudo, ao norte da península Itálica, existia um povo que não pertencia à família indo-europeia: os etruscos. Eles eram, assim como os gregos, os povos mais desenvolvidos da península. Tanto os gregos quanto os etruscos influenciaram muito na cultura de Roma.

É importante ressaltarmos a formação desses povos às margens do rio Tibre. Terras próximas às águas do Tibre eram favoráveis ao plantio, o que levou ao desenvolvimento de povos nesta região. O Tibre também era uma região estratégica econômica, já que representava um acesso ao mar e, portanto, uma ponte comercial para as colônias gregas, situadas na costa sul da península.

Por conta da posição estratégica do rio Tibre tanto para o plantio, quanto para o comércio, os povos que habitavam o centro da península eram alvos de invasões feitas pelos Etruscos, no intuito de controlar a região. Assim, foi construída pelos latinos na planície do Lácio, uma fortificação defensiva para proteger os povos das invasões dos etruscos. 

Houve uma significativa união em torno dessa fortificação e dela nasceu a sociedade de Roma, dando início à primeira fase da Roma antiga: a monarquia.

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O período monárquico (VII - 509 a.C.)

Existem poucos registros dessa época, o que torna esse período escasso em seus detalhes, se baseando, em sua maioria, em lendas. Contudo, é certo que houve uma monarquia nos primeiros séculos da sociedade romana.

Segundo a lenda da formação de Roma, o seu primeiro rei teria sido Remo, após matar o seu irmão gêmeo Rômulo, em uma disputa pelo poder. A lenda diz que Rômulo e Remo eram descendentes de Enéas (herói de Troia) e do deus Marte, que engravidou a sua mãe, sobrinha do rei de Alba, Amúlio. Os irmãos foram jogados em um cesto no Rio Tibre e por um milagre foram salvos por uma Loba, que os amamentou e cuidou, até serem acolhidos por um camponês.

Diz a lenda que os irmãos cresceram com habilidades extraordinárias. Já crescidos, Rômulo e Remo matam Amúlio e depois fundaram Roma, no Monte Palatino. Contudo, após um desentendimento entre os irmãos, Rômulo mata Remo e se torna o primeiro rei de Roma. 

Na monarquia romana já existiam os traços da divisão social que permaneceria ao longo de toda a sua história. Nessa época, existiam os gens, que eram um grupo de famílias proprietárias de terras que seguiam o mesmo líder e compartilhavam um antepassado em comum, já que a sua linhagem era muito importante.

Esses proprietários eram chamados de Patrícios e representavam o poder aristocrático da sociedade romana. Os que compunham a maior parcela da sociedade romana eram os pequenos proprietários, comerciantes, artesãos e camponeses, chamados de plebeus. Vale pontuar que ainda não havia uma camada considerável de escravos em Roma.

O modelo político era a monarquia, ou seja, o poder era centralizado nas mãos do Rei, que detinha os poderes de chefe supremo, sacerdotais e judiciários. Existia um conselho que o ajudava em suas decisões. Este conselho era composto pelos chefes das principais famílias patrícias e era chamado de Conselho dos Anciões ou Senado.

Não existem muitas fontes sobre como se desenrolou o período da Monarquia até o da República. Dizem as lendas que houveram 7 reis durante a monarquia, dentre os quais os primeiros 4 eram latinos e os outros 3 etruscos. Acredita-se que a presença de reis Etruscos demonstrava os intensos conflitos entre as cidades-estados.

Existem mais escritos sobre os reis Etruscos do que do outros reis. Durante o reinado etrusco, houve uma intensa tentativa de diminuir os poderes dos Patrícios e do Senado, com o alinhamento do Rei com setores mais populares, como os comerciantes, que passam a exercer um papel político.

Isso levou ao descontentamento do Senado e dos Patrícios, o que levou à uma revolta no reinado de Tarquínio, o Soberbo (534 a.c - 509 a.c), visando acabar com o reinado etrusco e estabelecer um monopólio político, que se consolidou na formação da República Romana em 509 a.C.

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Vestígios de Roma Antiga.

Quem foram os reis de Roma

Não existem muitos dados e fontes históricas disponíveis sobre a monarquia romana. Muito do que se sabe é proveniente dos relatos orais e lendas que circulavam pela cidade. Especula-se que, ao todo, Roma teve sete reis, sendo os quatro primeiros latinos e os três últimos etruscos. Abaixo está a lista dos sete reis romanos.

  • Rômulo (753 a 715 a. C) -  Irmão gêmeo de Remo, Rômulo teria vencido uma briga com o irmão e se tornado o primeiro rei romano. Especula-se que durante o reinado de Rômulo tenham sido criados o Senado, o Conselho dos Anciãos e a Assembleia Curiata, formados apenas por patrícios.
  • Numa Pompílio (715 a 675 a.C) - Por razão de sua religiosidade, Numa Pompílio teria sido o responsável por organizar formalmente e instituir a religião romana. Seria também obra dele a reorganização do calendário e a inclusão dos meses de janeiro e fevereiro.
  • Túlio Hostílio (675 a 642 a.C) - No reinado de Túlio Hostílio teriam sido  travadas várias guerras e batalhas para garantir a hegemonia e proteção da cidade. Foi também durante o governo de Hostílio que houve um significativo aumento no número de patrícios.
  • Anco Márcio (642 a 616 a.C) - Sobrinho do rei Numa Pompílio, também deu muita importância à religião. Travou importantes batalhas contra tribos latinas e levou os perdedores para Roma na condição de plebeus. É atribuída a Anco Márcio a construção da primeira ponte de Roma que atravessava o rio Tibre, a ponte de Sublício.
  • Tarquínio Prisco (616 a 579 a.C)- Primeiro rei etrusco, Tarquínio é conhecido pela construção de grandes obras públicas, dentre elas o Circo Máximo e o Fórum Romano.
  • Servio Tulio (579 a 535 a. C) - Segundo as tradições, Servio era filho de uma escrava com o rei Tarquínio. Durante seu governo realizou uma série de reformas políticas,administrativas e no exército. O rei teria morrido assassinado por sua filha e seu genro.
  • Tarquínio, o Soberbo (535 a 509 a. C) - Tarquínio, juntamente com a esposa, assassinou o sogro e assim subiu ao trono. Historiadores especulam que seu governo tenha sido marcado pela perseguição a senadores, patrícios e plebeus. Tarquínio foi expulso de Roma em 509 a.C. Apesar de sua pouca popularidade, o rei garantiu a superioridade militar romana diante dos inimigos.

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Vestígios do Fórum Romano construídos durante o governo de Tarquínio Prisco.

Como foi o fim da Monarquia Romana

A monarquia romana chega ao fim com a expulsão do último rei etrusco, Tarquínio, o Soberbo. Durante seu governo Tarquínio perseguiu membros do senado e aqueles que considerava inimigos entre os patrícios e os plebeus. Diante de sua impopularidade, o senado romano foi ganhando cada vez mais força e Tarquínio, perdendo a autoridade.

A partir da expulsão de Tarquínio, que morreu em exilado nas proximidades de Nápoles, tem início em Roma a República, momento em que o poder dos cônsules e senadores ganham destaque. A República Romana vai de 509 a 27 a.C.

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Resumo sobre monarquia romana

A monarquia romana aconteceu logo após a formação da cidade, segundo a lenda, feita pelos irmãos Rômulo e Remo. Após uma desavença, Rômulo mata Remo e inicia o período da Roma Antiga chamado de Monarquia. Sobre esse período, existem poucas fontes e informações escritas.As informações e decisões eram passadas a partir da fala e da construção de lendas e estórias.

Roma foi governada ao todo por sete reis, sendo os quatro primeiros latinos e os três últimos etruscos. De maneira geral, foi papel desses primeiros governantes criar e organizar importantes instituições romanas, construir obras públicas e organizar a religião romana. A monarquia chega ao fim em 27 a.C com a expulsão do rei Tarquínio da cidade.

Curiosidades

  • Diz a lenda que os desentendimentos entre Rômulo e Remo começaram na decisão sobre onde seria construída a fortificação. Rômulo diz que deveria ser construída no Monte Palatino e se chamar Roma, já Remo queria que fosse construída no Monte Aventino e que se chamasse Remoria.
  • Alguns historiadores acham que a Loba que criou Rômulo e Remo era uma representação de uma prostituta.

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Fórum construído no Monte Palatino, Roma.

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Esse artigo foi revisado por Natália Cruz
Formada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tem pós-graduação em História da Arte pelo Claretiano e em História e Cultura afro-brasileira. Atualmente, é professora de História do COC Paulínia.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
Mackenzie/2003

Após vingarem o destino infeliz da mãe Rea Silvia, detida por longo tempo pelo pérfido tio Amúlio, e restituírem o reino de Alba ao avô Numitor, Rômulo e Remo teriam decidido, por conta própria, fundar com seus companheiros, todos homens, uma cidade. De modo muito simples, Rômulo e Remo foram tomados pelo desejo de fundar uma cidade nos mesmos lugares que haviam sido abandonados e criados, ou seja, às margens do Tibre (Adaptado de Levi G. Schmitt -- História dos jovens).

O texto apresenta um trecho da versão escrita pelo poeta Virgílio, em Eneida, acerca da fundação da cidade de:

A Esparta
B Roma
C Bagdá
D Tebas
E Atenas
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