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Interpretação de Texto
Português - Manual do Enem
Índice
Introdução
É muito comum deparar-se com exercícios em diferentes tipos de avaliação que têm como comando o ato de interpretar determinado texto. Mas o que isso significa, afinal? Segundo o dicionário Michaelis, interpretar pode significar “determinar com precisão o sentido de um texto”, “descobrir o significado obscuro de algo” ou mesmo “dar determinado sentido a, julgar”.
Todas essas definições indicam que a interpretação ocorre a partir do entendimento dos elementos que compõem uma situação (ou um texto). A interpretação está associada, então, à compreensão. Não se deve, no entanto, confundir esses dois conceitos.
A compreensão de texto acontece a partir daquilo que o texto informa, ou seja, a partir das informações que estão no texto. Já a interpretação vai além do texto; pela interpretação, pode-se chegar a conclusões sobre o texto, ainda que as ideias a que se chega não estejam apresentadas explicitamente nele.
Pensando especificamente no âmbito da linguagem e, de maneira mais precisa, nos textos, como é possível interpretá-los? Na prática, vários recursos linguísticos podem influenciar na interpretação de texto. Um deles é as aspas, por exemplo.
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Como interpretar textos – um guia rápido
A ação de interpretar textos – sejam eles de quaisquer tipos: notícias, propagandas, discursos, entre outros – envolve, em primeiro lugar, a prática da leitura. Portanto, a primeira dica para a interpretação correta é ler: leia o texto ao menos duas vezes.
Na primeira leitura, busque compreender o que está sendo dito, sobre que assunto está se falando. Na segunda leitura, observe como o texto é construído, quais são as estratégias utilizadas para alcançar seu objetivo.
Tendo feito as duas leituras, você poderá identificar como os parágrafos ou os outros elementos textuais se relacionam. Algumas possibilidades são relações de oposição (ou falsa oposição, vale a pena tomar cuidado!), de conclusão ou mesmo de continuação. Perceber qual é a conexão entre as ideias apresentadas é essencial para uma interpretação eficaz.
Outro recurso interessante é sublinhar as principais ideias apresentadas em cada parágrafo, ou seja, o tópico frasal. Você pode, também, escrever ao lado de cada parágrafo qual é a informação mais importante nele contida. Assim, você conseguirá localizar rapidamente os principais aspectos do tema.
É essencial ter em mente que todo texto tem um propósito, ou seja, um objetivo. Uma propaganda, por exemplo, tem o objetivo de convencer o leitor sobre um produto, promovendo sua compra. Uma carta de leitor, endereçada a um jornal, pode expressar uma crítica ou um elogio a uma reportagem. E assim sucessivamente.
Perceba que, junto da intenção do texto, tem-se o enunciador e o interlocutor do texto. O enunciador é aquele quem fala. No caso de uma propaganda, quem fala é o anunciante de um produto, que deseja vendê-lo. Essa propaganda é direcionada, por sua vez, a um público, ou seja, a um interlocutor. Todos esses elementos, então, são importantes para conseguir apreender adequadamente o sentido de um texto.
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Principais problemas de interpretação de texto
Há três principais problemas no que se refere à interpretação de texto. São eles: extrapolação, redução e contradição.
A extrapolação ocorre quando o leitor foge daquilo que é dito no texto. Nesse caso, a interpretação feita está além do que é permitido pelo texto. Deve-se ressaltar que extrapolar é diferente de inferir. A inferência é a dedução de algo dentro dos limites do texto, enquanto a extrapolação ultrapassa esses limites.
A redução consiste em atentar-se a um único elemento do texto, desconsiderando sua totalidade. Assim, parte grande do tema abordado é negligenciada, e o foco permanece em uma parte restrita dele.
Por fim, a contradição se refere a entender exatamente o contrário do que está expresso no texto. Para evitar esse problema, deve-se ter muita atenção durante as leituras.
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O mundo mudou
O mundo mudou. “O mundo mudou” porque está sempre mudando. E sempre estará, até que um dia chegue o seu alardeado fim (se é que chegará). Hoje vivemos "protegidos" por muitos cuidados e paparicos, sempre sob a forma de “serviços”, e desde que você tenha dinheiro para usá-los, claro. Carro quebrou na marginal? Relaxe, o guincho da seguradora virá em minutos resgatá-lo de locomoção? Espere, a empresa aérea disporá de uma cadeira de rodas para levá-lo ao terminal. Surgiu uma goteira no seu chalé em plenas férias de verão? Calma, o moço que conserta telhados está correndo para lá agora. Vai ficando para trás um outro mundo — de iniciativas, de gestos solidários, de amizade, de improvisação (sim, “quem não improvisa se inviabiliza”, eu diria, parafraseando Chacrinha). Estamos criando uma geração que não sabe bater um prego na parede, trocar um botijão de gás, armar uma rede. É, o mundo mudou sim. Só nos resta o telefone do SAC, onde gastaremos nossa bílis com impropérios ao vento; ou o site da loja de eletrodomésticos onde ninguém tem nome (que saudade dos Reginaldos, Edmilsons e Velosos!). Ligaremos para falar com a nossa própria solidão, a nossa dependência do mundo dos serviços e a nossa incapacidade de viver com real simplicidade, soterrados por senhas, protocolos e pendências vãs. Nem Kafka poderia sonhar com tal mundo.
ZECA BALEIRO. Disponível em: www.istoe.com.br. Acesso em: 18 maio 2013 (adaptado).
O texto trata do avanço técnico e das facilidades encontradas pelo homem moderno em relação à prestação de serviços. No desenvolvimento da temática, o autor: