5 grandes ameaças à saúde que podem cair no Enem
Lista inclui problemas à saúde apontados pela OMS e que podem causar muitas vítimas em 2019
“A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.”
Esse conceito, definido em 1946 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem o objetivo de ampliar a visão da população do que é estar saudável. E o dia 7 de abril, data em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, foi criado justamente para garantir o melhor nível de saúde para as pessoas em todo o mundo e conscientizá-las quanto a fatores que afetam a qualidade de vida.
No início de 2019, a OMS listou 10 grandes problemas à saúde que precisam ser combatidos desde já para evitar mortes e quedas no bem-estar populacional. São estes:
- Poluição do ar e mudança climática;
- Doenças crônicas não contagiosas (diabetes, hipertensão, câncer…);
- Pandemia global de gripe;
- Cenários de fragilidade e vulnerabilidade;
- Resistência bacteriana;
- Ebola e outros agentes infecciosos letais;
- Atendimento primário de saúde deficiente;
- Medo de vacina;
- Dengue;
- HIV.
Como são temas importantes e atuais, alguns tópicos podem ser abordados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano. A Revista Quero conversou com o Nelson Castro, professor de biologia do Curso Anglo, e a Heloisa Agudo, autora do material de biologia do Sistema de Ensino pH, para indicar quais desses assuntos os estudantes precisam ficar atentos para a prova. Confira:
Poluição do ar e mudança climática
A poluição do ar é considerada pela OMS o maior risco ambiental para a saúde. Conforme a organização, nove em cada dez pessoas respiram ar poluído todos os dias e mais de 7 milhões morrem anualmente devido a enfermidades decorrentes da poluição.
De acordo com Heloisa, a exposição a poluição de uma grande avenida de São Paulo, por exemplo, pode equivaler a fumar 11 cigarros em um dia.
Para o Enem, o “estudante deve fazer a associação entre poluição do ar pela queima de combustíveis fósseis, aumento dos gases de efeito estufa, aquecimento global e mudanças climáticas, lembrando do progressivo derretimento das geleiras e das calotas polares e as consequências desses eventos”, afirmou Nelson.
Heloisa também complementou que o aquecimento global e as mudanças climáticas advindas da poluição provocam extremos climáticos, como “aumento de chuvas onde já chove bastante e desertificação de áreas já pouco chuvosas, reduzindo a produção de alimentos, piorando a qualidade da água e, assim, reduzindo a qualidade de vida em países periféricos”.
Doenças crônicas não contagiosas
Segundo a OMS, as doenças crônicas não transmissíveis – como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares – são responsáveis por mais de 70% de todas as mortes no mundo. E o aumento da ocorrência dessas doenças tem sido impulsionado por cinco fatores de risco: uso do tabaco, inatividade física, uso nocivo do álcool, dietas pouco saudáveis e poluição do ar.
Nelson explicou que o vestibulando deve relacionar o progressivo envelhecimento da população brasileira com o aumento das enfermidades crônicas, associado inclusive com o aumento dos índices de sobrepeso e obesidade.
“É importante conhecer os fatores predisponentes para doenças como a diabetes (dieta excessiva em carboidratos e gorduras, consumo de álcool, estresse), a hipertensão (obesidade, dieta com excesso de sal, consumo de álcool e cigarro) e o câncer (múltiplos fatores, incluindo exposição excessiva ao sol (pele), dieta pobre em fibras vegetais (intestino), cigarro (pulmão), viroses e álcool (fígado), vírus (HPV no câncer de útero) e o processo de envelhecimento (próstata em homens, entre outros).”
Neste tema é fundamental ainda lembrar da importância da realização periódica de exames preventivos para detectar as doenças na sua fase inicial.
Cenários de fragilidade e vulnerabilidade
Mais de 1,6 bilhão de pessoas, ou seja, 22% da população mundial, moram em locais com pouquíssima infraestrutura.
A respeito do assunto, a especialista do Sistema de Ensino pH disse que populações de regiões pobres sofrem mais com doenças que poderiam ser evitadas ou controladas.
“A reduzida infraestrutura de saneamento leva ao consumo de água contaminada, levando a doenças como diarreias, cólera, hepatite A e verminoses. Além disso, muitas comunidades carentes apresentam elevado adensamento populacional, com habitações insalubres, sem ventilação e insolação. Nessas condições, aumenta a circulação das bactérias causadoras da tuberculose e hanseníase.”
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Atendimento primário de saúde deficiente
O atendimento primário é o primeiro ponto de contato da pessoa com o sistema de saúde. Consiste no atendimento em consultas de rotina, monitorando-se parâmetros simples: hemograma, pressão arterial, nível de glicose no sangue, peso corporal, preventivo ginecológico.
“Esses procedimentos, aliados a educação para a saúde, podem evitar ou diagnosticar precocemente doenças como diabetes, hipertensão, trombose, derrame e câncer de colo de útero, além de diminuir a procura por unidades de atendimento médico mais complexo, como prontos-socorros”, falou Heloisa.
No entanto, segundo a OMS, muitos países não têm instalações de atenção primária de saúde adequadas.
Para Nelson, o estudante deve se atentar à importância dos processos de medicina preventiva no controle de muitas doenças que afetam a população brasileira. “O conhecimento das formas de prevenção das doenças mais frequentes é uma maneira de conscientização social, indispensável para a manutenção da cidadania e frequentemente cobrado no Enem.”
Medo de vacina
Embora salve de 2 a 3 milhões de vida por ano, a vacinação tem sido alvo de grupos, boatos e notícias falsas que alegam malefícios dessa estratégia. O problema é que isso têm contribuído para o ressurgimento de doenças que haviam há um bom tempo sido controladas, a exemplo de sarampo e poliomielite.
Heloisa explicou que “são as populações de países periféricos, especificamente crianças, que mais sofrem óbitos, pela combinação de baixa cobertura vacinal e baixa infraestrutura urbana”.
“Para o vestibular, o estudante deve conhecer o que são as vacinas, como são preparadas e sua ação, entendendo os benefícios para a população e para a saúde pública”, apontou o professor do Curso Anglo.
Temas extras
A saúde é um assunto que pode ser muito explorado. Por isso, outros temas também podem aparecer no exame. Para complementar a lista, o professor Nelson ainda indicou estudar as consequências ambientais da tragédia de Brumadinho, com os efeitos sobre a biodiversidade na região e o aumento da poluição da água e do solo no local.
Outro tópico essencial é os avanços nos processos de manipulação gênica, incluindo o silenciamento gênico por RNA e interferência e a edição gênica, com o processo CRISPR-Cas 9.
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