9 escritoras brasileiras que todo estudante precisa conhecer
Quantas escritoras brasileiras você conhece? Veja renomadas autoras brasileiras e suas principais obras
Quantas escritoras brasileiras você conhece? Infelizmente, quando se fala em autores e obras clássicas, os nomes de escritores homens são os primeiros que vêm à cabeça.
Isso porque, até pouco tempo atrás, escrever não era considerado “coisa de mulher” ou, quando escreviam, seus livros eram classificados como leituras femininas. Para que suas obras não fossem menos vendidas e para não sofrer repressão da sociedade, era comum que muitas escritoras utilizassem pseudônimos de homens.
O machismo na literatura se reflete até hoje. Na Academia Brasileira de Letras, por exemplo, das 40 cadeiras de membros, apenas cinco são ocupadas por mulheres. A subrepresentatividade não acontece por falta de talentos das escritoras brasileiras, muitas já recebem inúmeros prêmios nacionais e internacionais.
Para você conhecer algumas das autoras que mais se destacaram na literatura nacional, a Revista Quero listou nove escritoras brasileiras que abordam temas relevantes para compreender a realidade brasileira e que tem alguns de seus livros até como leitura obrigatória em vestibulares. Confira!
Carolina Maria de Jesus
Só a trajetória de vida da escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977) já renderia um livro. E foi o que, de fato, aconteceu. Carolina era uma mulher negra, pobre e catadora de papel de uma favela de São Paulo. Como forma de escapar dos seus problemas e fazer uma crítica social, ela registrava sua dura realidade da favela, da fome, do racismo e da invisibilidade social em diários.
Sua história de luta foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas e seus escritos foram transformados no livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada (1960), que se tornou um best seller traduzido para 13 idiomas. Outras obras de Carolina são Diário de Bitita (1982) e Casa de Alvenaria (1961).
Cecília Meireles
A carioca Cecília Meireles (1901-1964) é considerada uma das poetisas mais importantes da literatura nacional e pertence à segunda fase do Modernismo Brasileiro. Ela também era professora, pintora e jornalista.
Ganhadora de vários prêmios, Cecília escreveu poemas intimistas que, influenciados pela psicanálise, abordam questões psicológicas e espirituais. Ela também se destacou na literatura infantil. Suas obras mais famosas são Romanceiro da Inconfidência (1953) e Ou Isto ou Aquilo (1964).
Clarice Lispector
Nascida na Ucrânia e naturalizada no Brasil, Clarice Lispector (1920-1977) é uma das escritoras mais compartilhadas nas redes sociais (muitas vezes por frases que nem são de sua autoria). Clarice se destacou na terceira fase do Modernismo Brasileiro e é tida como uma das maiores escritoras do século XX.
Apesar retratar cenas cotidianas, muitas vezes, suas obras são complexas de serem lidas, já que Clarice escreve de forma poética, enigmática e introspectiva. O leitor é convidado a mergulhar nos dilemas existenciais de suas personagens por meio de intensos fluxos de pensamentos.
Um de seus romances mais conhecidos é A hora da estrela (1977), que ganhou até adaptação para o cinema. A história narra a vida de Macabéa, uma jovem nordestina, pobre e solitária que vive em condições miseráveis na capital São Paulo. Outras obras conhecidas são A paixão segundo G.H. (1964) e Laços de família (1960).
Cora Coralina
Cora Coralina (1889-1985), pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, é considerada uma das melhores poetisas do Brasil. Apesar de escrever desde a adolescência, ela só publicou seu primeiro livro aos 76 anos.
Com versos delicados, singelos e muitos profundos, os poemas de Cora retratam sua vida simples no interior do país. Suas obras mais conhecidas são Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais (1965), Meu livro de cordel (1976) e Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1983).
Rachel de Queiroz
A escritora, jornalista, professora, tradutora e teatróloga cearense, Rachel de Queiroz (1910-2003), foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Letras (ABL) e ganhadora de diversos prêmios.
Pertencente à segunda geração modernista, Rachel ganhou reconhecimento com seu livro O Quinze (1930), que retrata a realidade que estavam submetidos os retirantes nordestinos durante a seca que assolou o Nordeste em 1915. Outras obras famosas são João Miguel (1932), Caminho de Pedras (1937), As Três Marias (1939) e Memorial de Maria Moura (1992).
Conceição Evaristo
Nascida em 1946, a escritora mineira Conceição Evaristo veio de uma família muito pobre e foi a primeira da sua casa a conquistar um diploma universitário. Tendo sua obra reconhecida por diversos prêmios, hoje ela é professora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em seus livros, Conceição escreve sobre a vivência das mulheres negras no Brasil, retratando suas dores, tristezas, conquistas, e aborda temas como racismo, violência urbana, desigualdade social, opressão de gênero, resistência e ancestralidade africana. Entre as obras mais conhecidas, estão: Olhos d’água (2014), Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2011) e Poncia Vicencio (2003).
Hilda Hilst
Considerada uma das maiores escritoras do século XX, Hilda Hilst (1930-2004) era uma mulher a frente do seu tempo. Seus livros e poemas abordam sobre universo feminino, amor, sexualidade, erotismo, moral, costumes e outros temas polêmicos para a época.
Seu primeiro livro de poesias, Presságio, foi publicado em 1950. Outras obras de Hilda são A Obscena Senhora D. (1982) e Cartas de um sedutor (1991).
Maria Firmina dos Reis
Filha bastarda de uma mulher escravizada, Maria Firmina dos Reis (1822-1917) é considerada a primeira romancista negra brasileira. Em seu primeiro e mais famoso romance Úrsula (1859), Maria Firmina traz uma história de amor contada por personagens negros.
Lygia Fagundes Telles
Nascida em 1923, a paulistana Lygia Fagundes Telles é considerada a dama da literatura brasileira e a maior escritora brasileira viva. Ela é uma das poucas mulheres que ocupam uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Suas obras pertencem ao Pós-Modernismo e lhe renderam inúmeros prêmios e reconhecimentos. Nelas, Lygia desenvolve temas como amor, morte, loucura, fantasia, medo, além de discutir questões existenciais e a condição da mulher na sociedade. Seus livros mais famosos são: As Meninas (1973), Ciranda de Pedra (1954) e Antes do Baile Verde (1970).
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