O pós-modernismo, movimento artístico, cultural e filosófico atual, destaca-se pelas inovações científico-tecnológicas, ampla difusão dos meios de comunicação e adoção intensiva das tecnologias.
O termo "pós-modernismo" começou a ganhar destaque na década de 1960, mas suas características fundamentais podem ser encontradas em obras anteriores de diversos pensadores e artistas. O movimento rejeita o modernismo e suas crenças na busca pela verdade absoluta e na validade universal das ideias. Em vez disso, o pós-modernismo abraça a fragmentação, a incerteza e a relatividade das perspectivas.
Não há um local específico para o surgimento do pós-modernismo, pois ele se desenvolveu de forma dispersa em várias áreas do conhecimento, incluindo filosofia, arte, literatura, arquitetura e cultura popular. No entanto, alguns dos principais centros onde as ideias pós-modernas começaram a florescer incluem Paris, Nova York e outras cidades importantes do mundo ocidental.
O pós-modernismo no Brasil teve expoentes notáveis como Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado e Lygia Fagundes Telles. Esse movimento no país refletiu uma mistura eclética de estilos e influências culturais, desafiando a arte tradicional e enfatizando a pluralidade e a diversidade cultural brasileira.
Relativismo Cultural e Ceticismo: Questionamento de verdades universais e enfatização na subjetividade das experiências.
Ironia e Paródia: Uso frequente de ironia, paródia e pastiche para criticar conceitos estabelecidos.
Rejeição de Grandes Narrativas: Ceticismo em relação a teorias e ideologias abrangentes que pretendem explicar tudo.
Fragmentação: Estruturas fragmentadas e não lineares nas narrativas e nas formas artísticas.
Hibridismo: Fusão de estilos, gêneros e mídias, resultando em obras que cruzam fronteiras tradicionais.
Intertextualidade: Referências constantes a outras obras de arte e cultura, criando uma rede de significados.
Autoreferencialidade: Obras que se referem a si mesmas ou à sua condição de artefato cultural.
Multiculturalismo e Diversidade: Valorização da pluralidade cultural e de diferentes identidades.
Tecnologia e Mídia: Foco na influência da tecnologia e dos meios de comunicação na sociedade e na arte.
Simulação e Realidade: Questionamento da distinção entre realidade e simulação, frequentemente abordado através de realidades virtuais e simulacros.
Andy Warhol: Artista americano, líder do movimento Pop Art, conhecido por suas obras que exploram a relação entre a arte, a cultura das celebridades e a publicidade.
Cindy Sherman: Fotógrafa e artista americana, famosa por suas séries fotográficas autorretratistas que exploram identidade e representação feminina.
Damien Hirst: Artista britânico, parte do grupo Young British Artists, conhecido por suas obras controversas que exploram a morte e a relação entre arte e comércio.
Jeff Koons: Artista americano conhecido por suas reproduções de objetos cotidianos e ícones da cultura popular, questionando o conceito de arte e valor.
Barbara Kruger: Artista americana, conhecida por suas obras de colagem que combinam fotografias e texto provocativo, desafiando percepções sobre poder, identidade e sexualidade.
Basquiat: Artista americano, iniciou como grafiteiro em Nova Iorque e se tornou uma figura central na arte neo-expressionista, com obras que abordam questões raciais e sociais.
Tracey Emin: Artista britânica, também do grupo Young British Artists, conhecida por suas obras autobiográficas e confissionais, que exploram experiências pessoais e feminilidade.
Anish Kapoor: Escultor britânico-indiano, famoso por suas grandes instalações e esculturas que jogam com percepção, forma e cor.
Leia o seguinte texto de Guimarães Rosa:
Famigerado
Com arranco, [o sertanejo] calou-se. Como arrependido de ter começado assim, de evidente. Contra que aí estava com o fígado em más margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do que, se resolveu. Levantou as feições. Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não me encarava, só se fito à meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu monologar.
O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos, insequentes, como dificultação. A conversa era para teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as mínimas entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele enigmava. E, pá:
— Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: fasmisgerado… faz-me-gerado… falmisgeraldo… familhas-gerado…?
(ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988)
A linguagem peculiar é um dos aspectos que conferem a Guimarães Rosa um lugar de destaque na literatura brasileira.
No fragmento lido, a tensão entre a personagem e o narrador se estabelece porque