Fotos, doces e roupas: alunos da UFRJ usam comércio para ter renda extra e manter estudos
Fotografias, venda de doces e de roupas. Essas são algumas formas que estudantes da UFRJ conseguem arrecadar um dinheiro extra e bancar as despesas dos cursos
Se manter financeiramente na faculdade é uma missão que pode não ser simples para muitos. Mesmo em universidades públicas, custos de materiais de estudo, transporte público e alimentação são as despesas que o universitário precisa arcar. Sendo assim, para custear esses gastos, alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) buscam opções criativas para garantir uma renda extra no final do mês.
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Suelen Aleixo, estudante de Comunicação Social, revela que o seu objetivo inicial era vender fotos em formato Polaroid para pagar uma viagem missionária: “As pessoas me pediram para fazer as fotos, mesmo depois da viagem. Então decidi continuar, pois perdi a bolsa de estágio após os cortes de verba que o MEC determinou para a UFRJ.”
Com o auxílio de sua irmã, Beatriz Aleixo, o objetivo atual das vendas é custear o valor de transporte das duas, que está por volta de R$ 700 por mês: “Minha irmã também estuda na UFRJ. Quando o auxílio que ela recebia acabou, ela passou a me ajudar com as fotos”, completa.
Além de fotografia, também podemos encontrar a venda de doces dentro da universidade. Para ajudar a pagar os gastos mensais e contribuir com as despesas da casa, a estudante Gabriela Torres, do curso de Psicologia, vende palhas italianas desde o 3° período.
Mesmo tendo retorno financeiro, Gabriela afirma que a venda de doces pode ser considerada mais como uma forma de adição a renda do que verdadeiramente uma vontade de empreender.
“Eu percebo que tem muita gente que vende aqui e acaba expandindo para fora, fazendo disso uma renda. Mas com a venda de doces, vejo isso muito pouco”, revela.
Para Beatriz Schreiner, estudante de História da Arte, a universidade não é um ambiente de empreendedorismo: “Acredito mais na ideia de pequenas iniciativas que fazem o mundo girar à margem do sistema”, afirma.
Além dos alunos vendedores, também encontramos “mesinhas” espalhadas pelos centros acadêmicos da UFRJ. O sistema de venda é simples. Para quem deseja comprar, é preciso apenas colocar o dinheiro na caixinha e pegar o lanche que quiser na mesa. As opções são variadas, onde pode ser encontrado desde brigadeiro até empada.
“A maioria
[alunos] faz como quebra galho mesmo. Ser estudante, ainda mais cotista, não é fácil”, afirma Juliana Gonçalves, estudante de Comunicação Social, que vendeu sanduíche vegetariano na mesinha durante dois meses.