Como funciona a nota do Enem?
Ao todo, quem faz o Enem recebe cinco notas, ou seja, uma para cada área de conhecimento: Ciências da Natureza; Ciências Humanas; Linguagens; Matemática e Redação.
No caso das quatro primeiras áreas, a metodologia de correção utilizada é a da TRI (Teoria de Resposta ao Item), um método que basicamente busca verificar o conhecimento do candidato e evitar os famosos chutes.
A nota não segue a Teoria Clássica dos Testes (TCT), que leva em consideração só o número de acertos na prova. A TRI considera uma escala-padrão de conhecimento, com três parâmetros sendo avaliados:
- o de discriminação, capaz de diferenciar os participantes que dominam e os que não dominam a habilidade cobrada em determinada questão.
- o de dificuldade, que avalia a complexidade da questão – quanto maior seu valor, mais difícil é o item e vice-versa – e é expresso na mesma escala da proficiência.
- o de acerto casual, que corresponde à probabilidade de um participante acertar a questão sem dominar a habilidade exigida; é o famoso “chute”. A ideia é avaliar o padrão de respostas.
Quando o Inep elabora a prova do Enem, são feitos pré-testes com alunos de várias escolas do Brasil para analisar o nível de dificuldade das questões que vão ser escolhidas para fazer parte do exame.
Quem faz a prova não sabe o nível de dificuldade envolvido nas perguntas. As questões são divididas em “fáceis”, “médias” e “difíceis”. Elas estão distribuídas aleatoriamente na prova.
Por exemplo, dois estudantes que tenham acertado a mesma quantidade de questões, podem ter notas diferentes: um com 518 pontos e o outro, 384. Considerando a TRI, a proficiência do primeiro candidato é adequada, porque houve uma maior coerência nos acertos, com questões fáceis corretas e mais difíceis incorretas.
Já com o segundo candidato, o padrão não foi coerente, porque ele errou grande parte das questões fáceis e acertou as mais difíceis. Assim, o sistema entende que provavelmente ele chutou algumas questões, e isso fez com que a sua nota fosse menor.
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