
Pé-de-Meia: estudantes receberão incentivo financeiro em todos os meses de 2025
João Marcondes | 27/06/25Confira as datas e os valores mensais do programa Pé-de-Meia para estudantes do ensino médio regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Com origem nos trovadores medievais e trazido ao Brasil pelos portugueses, os cordéis são considerados um Patrimônio Cultural Brasileiro imaterial. Seu início foi registrado nas regiões norte e nordeste, e hoje em dia se espalhou pelo país, sendo que o cordel infantil é usado no processo de alfabetização por auxiliar na escrita e na oralidade.
O cordel infantil consiste em um texto simples, o qual conta história por meio de rimas e métricas, em uma sequência de estrofes. Além disso, ele também é caracterizado com ilustrações e geralmente é exposto em varais e cordas.
Existem cordéis de folclore, fábulas, conto de fadas e até sobre a história brasileira. O cordel infantil tem um ritmo e humor próprios, inspirados principalmente na cultura nordestina do nosso país.
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Por remeter à cultura brasileira e estimular a imaginação, criatividade e interação, o cordel infantil se faz presente na alfabetização dos pequenos, onde os alunos podem desenvolvê-lo por meio da fala, escrita ou desenhos.
O cordel infantil se destaca pelas métricas, rimas e oralidade. As sílabas presentes nos versos devem ser sextilhas, setilhas, oitavas ou meia quadra, para garantir que todas as estrofes rimem.
A linguagem coloquial também faz parte desse gênero literário, o qual geralmente é expressado ao ser “cantado” ou pela xilogravura. Este é o modo mais tradicional da reprodução de cordéis, já que é uma técnica de impressão feita na madeira como matriz e repetida para fazer as gravuras em série.
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Os temas do cordel infantil são diversos, podendo variar de histórias mais fictícias ou acontecimentos reais. É possível misturar a imaginação com humor, o qual costuma ser carregado com um toque de sarcasmo e ironia. Essa é uma forma de falar de temas sociais nos cordéis. Outro assunto abordado no cordel são histórias regionais e locais.
A voz do vento soprando
Entoava esta canção:
Dois corações que se amam
Tornam-se um só coração.
Não há Tristão sem Isolda,
Nem Isolda sem Tristão.
Os nossos antepassados
Eram muito prevenidos,
Diziam: Mato tem olhos
E paredes têm ouvidos,
Os crimes são descobertos,
Por mais que sejam escondidos.
Antigamente a mulher
Apenas lia cordel.
Depois passou a ser musa
Nos versos do menestrel.
Querendo contar história
Tirou versos da memória,
E passou para o papel.
A virtude é um lago
De água bem cristalina,
Um espelho de diamante,
Uma joia rara e fina,
Onde o vício não pode
Lançar a mão assassina!
Tu não sabes o que sinto
quem é meu chão, meu amparo
onde guardo minhas dores
os medos que não declaro
as memórias vis, constantes
dos dias angustiantes
das noites que passo em claro.
Em qualquer lugar do mundo,
Quem o orgulho possui
Destrói possibilidades,
Pois com ele nada flui
E, junto do preconceito,
Separa, afasta e exclui.
Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura
Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro
Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser
Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser
Ariano e Patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizer
Muito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestino
Mais tenho orgulho de ser.