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Ditadura militar não cai no Enem pela quarta vez seguida; veja outros temas ausentes

Nas edições de 2015 a 2018 a temática chegou a representar 25% das questões de Brasil República da prova de História do Enem.

No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 não caíram questões sobre ditadura militar. Essa é a quarta vez consecutiva que o tema não é cobrado na prova, pois desde 2019 o assunto não aparece.

Nas edições de 2015 a 2018, os quatros anos anteriores à gestão de Jair Bolsonaro, a temática chegou a representar 25% das questões de Brasil República da prova de História do Enem. A informação foi levantada pela Revista Quero com base na plataforma Anglo Analisa, do curso Anglo.

Além disso, outros temas comuns estiveram ausentes. Segundo o professor Marcus Vinícius Morais, da banca de história do Oficina do Estudante, entre os conteúdos importantes que não foram pedidos pelo exame estão: Independência do Brasil, Semana de Arte Moderna e Nazifascismo.

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questões de ditadura militar

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Outros temas que não apareceram

Além da ditadura militar, outros temas foram deixados de fora da prova ou receberam menos destaque nos últimos anos. “Preservação e Biodiversidade” é um dos assuntos pouco vistos: em 2017, 60% das perguntas da prova de Geografia eram sobre questões ambientais. Enquanto isso, entre 2018 e 2020, a temática apareceu apenas em 2 questões.

O tema “Movimentos Sociais” também foi menos recorrente, em comparação com anos anteriores. Em 2015, o conteúdo representou  20% das questões de Sociologia.  Em contrapartida, o assunto não foi abordado em 2019 e teve apenas uma pergunta em 2020.

Interferências no Enem

Vale lembrar que a gestão de Jair Bolsonaro foi marcada por diversas tentativas de interferência na prova. Em 2021, servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão que realiza a prova, denunciaram pressão ideológica na formulação das questões do Enem daquele ano. Na época, o então presidente do órgão, Danilo Dupas, negou as acusações

No ano de 2020, uma questão que abordava a diferença salarial entre os jogadores de futebol Neymar e Marta fizeram com que Jair Bolsonaro afirmasse que a prova tem questões “ridículas”.

Já em 2019, o Inep criou uma comissão para analisar as perguntas da prova, com o objetivo de “verificar a pertinência com a realidade social”.

No ano de 2018, em seu primeiro ano de governo, Jair Bolsonaro criticou uma pergunta do Enem que falava sobre o dialeto de gays e travestis (pajubá). Na ocasião, o político disse que na edição seguinte, tentaria ficar por dentro do conteúdo da prova. 

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