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Figuras de linguagem

Veja a definição de figuras de linguagem como metáfora, anáfora, pleonasmo, antítese, paradoxo, entre outras, e teste seus conhecimentos com exercícios resolvidos do Enem.

Quer impactar o seu crush? Faça como Camões e diga que o “Amor é como fogo que arde sem se ver”. Nessa frase, ele usou uma figura de linguagem!

As figuras de linguagem são técnicas usadas pelo orador ou escritor para dar um efeito especial ao seu texto. Elas ajudam a causar um impacto no indivíduo que receberá a mensagem, seja positivo ou negativo. Além disso, elas podem intensificar a expressão da frase. Você também pode usá-las nas suas aulas de redação enquanto escreve. Quer aprendê-las? Então vamos lá!

Elas são separadas em Figuras de Palavras, Figuras de Pensamento, Figuras de Sintaxe e Figuras de Som.

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Denotação

A linguagem denotativa está presente nas frases que estão escritas de forma literal, ou seja, nas frases cujo sentido é objetivo, com o intuito de passar informações ou ensinar algo. Você pode encontrar exemplos de linguagem denotativa em uma bula de remédio, por exemplo.

Este remédio é contraindicado em caso de suspeita de dengue.

Conotação

A linguagem conotativa aparece no sentido figurado, ou seja, nas frases que possuem outro significado dentro das palavras expostas ali. Normalmente, elas aparecem em poemas e propagandas.

Quando Camões disse que o amor é como fogo, ele não quis dizer que o amor é, literalmente, o fogo – uma oxidação de um combustível. Ele quis dizer que o sentimento que o amor traz é de um aquecimento interior como traz o fogo. A linguagem conotativa está presente nesse entendimento que você, enquanto leitor, faz.

Amor é como fogo que arde sem se ver.

Comparação

A comparação é uma figura de linguagem em que você coloca um objeto lado a lado com o outro. Ela é sempre feita com a presença de um termo de conexão.

Quando você assiste a um show da Beyoncé e diz: “A Beyoncé é como uma deusa!”, você está colocando a cantora lado a lado com a figura mítica de uma deusa, usando o termo de conexão “com”.


Metáfora

A metáfora é uma figura de linguagem muito parecida com a comparação. Ela também coloca um objeto lado a lado com outro, mas, dessa vez, sem um termo de conexão. Ele fica implícito.

Ao assistir ao mesmo show da Beyoncé, você decide fazer uma metáfora em vez de uma comparação: você ainda continua achando-a muito talentosa, logo, você diz: “A Beyoncé é uma deusa!”.

Anáfora

A anáfora é a repetição contínua de uma ou mais palavras no começo de períodos. Você pode ter aprendido, nas aulas de redação, que repetições não são bem-vindas. Todavia, na arte, as anáforas trazem uma ênfase na mensagem que será passada e são uma figura de linguagem aceita, principalmente em poemas e canções.

Poema “E agora, José?”, de Carlos Drummond de Andrade

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Pleonasmo

O pleonasmo é uma figura de linguagem em que palavras que possuem o mesmo significado são repetidas uma do lado da outra. O resultado é a redundância.

Há dois tipos de pleonasmo: o literário e o vicioso.

O pleonasmo literário utiliza a redundância para enfatizar a mensagem poética presente em seu período.

Olhava-a com olhos cheios de fúria.

Alguns diriam que não é necessário dizer que o eu lírico olhava com olhos, uma vez que com o que mais ele olharia? Contudo, esse é um exemplo de construção literária que optou por seguir a estética do pleonasmo para fins literários.

O pleonasmo vicioso é encontrado, geralmente, na fala coloquial, no dia a dia.

Sair para fora.

Se você diz que vai sair, o pressuposto é que você saia do ambiente, logo, o “para fora” não é necessário. Ele é um pleonasmo vicioso.

Neologismo

Se você já leu Guimarães Rosa, autor de Sagarana, já se deparou com um neologismo. Ele é a criação de uma palavra nova ou a atribuição de um novo sentido para uma palavra que já é conhecida.

Quando Rosa quer transmitir a imensidão cultural do sertão mineiro, ele inventa palavras, como os neologismos. Um sujeito “desfeliz”, por exemplo. Essa palavra foi inventada, mas conseguimos entender que se trata de um indivíduo triste.

Também se pode atribuir um novo sentido para uma palavra. Por exemplo, antes, o verbo “ficar” referia-se apenas a um estado de permanência em algum lugar. Hoje em dia, ele também possui o sentido de “beijar” ou “namorar” outra pessoa.

Antítese

A figura de linguagem antítese ocorre quando o escritor coloca dois “inimigos” gramaticais lado a lado. Ou seja, quando duas palavras com sentidos opostos estão próximas no período.

Amor e ódio são sentimentos mais parecidos do que esperamos.

Seria como colocar Cersei Lannister e Daenerys Targaryen na mesma frase.

Paradoxo

Também conhecido, entre os amigos, como Oxímoro. Essa figura de linguagem coloca na mesma frase duas ideias que são contrárias. A frase parecerá que não tem sentido, mas terá.

Quando Camões disse que o amor era fogo que arde sem se ver, ele também disse que o amor “é dor que desatina sem doer”.

Como uma dor não dói? Isso é um paradoxo usado para transmitir uma mensagem poética, literária.

O amor é um sentimento tão belo, que pode até machucar, mas a dor vale a pena, porque o sentimento é maravilhoso. A dor quase não é sentida perante a felicidade sentida anteriormente.

O paradoxo sempre trará uma mensagem conotativa para ser decifrada pelo leitor.

Ironia

A ironia é quando o autor diz algo querendo dizer exatamente o contrário do que foi dito.

Quando alguém está cantando muito alto e atrapalhando o resto da classe durante a aula de física, alguém será irônico ao dizer: “Por favor, cante mais, estamos amando!”.


Além das figuras de linguagem citadas aqui, há muitas outras que você pode desbravar e adicionar aos seus conhecimentos, como o eufemismo e a onomatopeia. Você vai ver que já se deparou diversas vezes com essas figuras de linguagem no seu dia a dia, enquanto conversava com um amigo, assistia a uma série ou lia uma HQ!

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Figuras de linguagem: exercícios resolvidos

1. (Enem 2001)

Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se excluem mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo) expressa o maior de todos os oxímoros.

Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”. Pode-se afirmar que ocorre um oxímoro em:

a) “Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.”

b) “… a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.”

c) “Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.”

d) “… o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.”

e) “Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.”

MORAES, Vinícius de. Antologia Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

A resposta correta é B, uma vez que liberdade e escravidão são palavras de ideias extremamente opostas unidas no poema, onde, apenas ali, as palavras farão sentidas juntas, mesmo sendo um paradoxo.

2. (Enem 2004)


Nessa tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para:

a) condenar a prática de exercícios físicos.

b) valorizar aspectos da vida moderna.

c) desestimular o uso das bicicletas.

d) caracterizar o diálogo entre gerações.

e) criticar a falta de perspectiva do pai.

A resposta correta é E. A metáfora fica completa quando se entende que o filho compara o fato de que o pai pedala sem sair do lugar na bicicleta ergométrica de forma muito parecida com a maneira com que ele leva a vida: sem perspectivas, sem atingir objetivos concretos, apenas andando.

3. (Enem 2007)

O AÇÚCAR

O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

(…)

Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

Ferreira Gullar. “Toda Poesia”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.


A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e:

a) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.

b) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.

c) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar.

d) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.

e) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.

A resposta correta é E, uma vez que a antítese está presente nos cenários completamente opostos entre a vida privilegiada de um eu lírico que adoça seu café em Ipanema e a de um trabalhador que não possui privilégio algum, trabalhando arduamente em uma usina cujo açúcar não será utilizado em seu próprio café.

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