Após três anos de espera desde o encerramento da trilogia Jurassic World, os fãs da franquia podem se preparar para o início de uma nova era. Com a estreia marcada para esta quinta-feira (2), Jurassic World: Recomeço explora o legado dos dinossauros, com novos personagens.
Ao longo da nova narrativa, o público será imerso em uma história que, apesar de retratar eventos extraordinários e criaturas pré-históricas, questiona até onde a ciência poderia chegar para recriar o passado e os limites éticos de tal poder.
Neste contexto, surge a dúvida: o que nos filmes é realmente possível e o que permanece no domínio da ficção? Entenda a seguir!
Em Jurassic World: Recomeço, a ação toma conta da tela em um enredo onde a protagonista Zora Bennett (Scarlett Johansson) lidera uma missão ultrassecreta para garantir a preservação de DNA de três criaturas pré-históricas gigantes, que possuem o potencial de mudar o futuro da biotecnologia.
Porém, quando um inesperado encontro com dinossauros aquáticos coloca sua missão em risco, Zora e sua equipe se veem em uma luta pela sobrevivência, enquanto tentam desvendar os segredos obscuros de uma ilha misteriosa.
Este novo capítulo da saga se passa cinco anos após os eventos de Jurassic World: Domínio, em um cenário onde a humanidade se vê à beira de uma nova revolução científica que pode alterar o destino da Terra para sempre.
O filme traz no elenco Scarlett Johansson, Jonathan Bailey, Mahershala Ali, Rupert Friend e Manuel Garcia-Rulfo, e é dirigido pelo Gareth Edwards, conhecido por seu trabalho em Rogue One: Uma História Star Wars.
O que é possível e o que não é em Jurassic Park e Jurassic World?
Reprodução/Universal
Os filmes da franquia Jurassic Park e Jurassic World geraram fascínio e curiosidade sobre o que seria possível ou não na recriação de dinossauros e criaturas pré-históricas.
“Os filmes despertam o interesse de novas gerações e mostram que a ciência pode ser tão incrível quanto qualquer ficção”, comenta o fã da saga de Jurassic Park e Jurassic World e graduando de Biologia, André Raimundini Segura y Grioles.
Seria realmente possível clonar um dinossauro? Até onde a ciência atual se aproxima das ideias retratadas nas telas? Para responder a essas perguntas, a Revista Quero conversou com dois especialistas em Biologia, Paleontologia e Genética, que analisam o que poderia se tornar realidade e o que permanece no campo da ficção. Confira:
A clonagem de dinossauros
Reprodução/Universal
Em Jurassic Park, a clonagem de dinossauros é feita através da extração de DNA de mosquitos fossilizados, o que possibilita a recriação dessas criaturas em laboratório. Embora o conceito tenha fascinado milhões de pessoas, a ciência atual está longe de realizar algo similar.
O estudante de Biologia, com três anos de experiência em pesquisa na área de Paleontologia, André Raimundini Segura y Grioles, explica que clonar um dinossauro, como mostrado no filme, ainda é impossível com as tecnologias que temos hoje.
No entanto, ele destaca que a genética e a biotecnologia têm avançado e a manipulação genética já é uma realidade em outros campos, como a criação de alimentos transgênicos ou o melhoramento genético de animais, como frangos e bovinos.
“Também está presente no desenvolvimento de medicamentos como, por exemplo, em bactérias e fungos geneticamente modificados que são usados para produzir antibióticos e hormônios, como a insulina”, acrescente Grioles.
O graduando em Ciências Biológicas Biologia Molecular de Microorganismos, Gabriel Felicio, compartilha a mesma visão. Ele explica que, embora a modificação genética esteja cada vez mais avançada, “trazer um dinossauro de volta à vida é algo muito distante”.
Para contextualizar o tema no mundo real, Gabriel Felício compara a clonagem de dinossauros com o caso do lobo-terrível, que não foi trazido à vida, mas teve modificações genéticas feitas em um animal ainda vivo, o lobo cinzento.
“Não necessariamente foi trazido um animal extinto de volta à vida. Então, trazer um dinossauro, atualmente, é uma coisa longe”, resume o pesquisador Felicio.
A paleontologia no filme
Reprodução/Universal
Nos filmes, a paleontologia é retratada de forma romântica, com personagens como o Dr. Alan Grant, que explora fósseis e se torna um herói. Mas o trabalho de um paleontólogo na realidade é bem diferente.
Grioles aponta que, embora o filme retrate a descoberta de fósseis completos de dinossauros de maneira quase épica, na prática, “encontrar um fóssil completo é extremamente raro. O mais comum são fragmentos de ossos, dentes e vestígios indiretos como pegadas ou fezes fossilizadas”.
Na verdade, André Grioles desmistifica o trabalho do paleontólogo: diferente do que o senso comum imagina, a paleontologia não se resume apenas a dinossauros.
“Muitos paleontólogos se concentram em microfósseis, como esporos e sementes, que ajudam a entender as condições ambientais do passado. É por meio deles que os paleontólogos reconstroem características ambientais antigas”, esclarece.
Se você se interessou pela profissão, mas ainda tem dúvidas sobre o campo de atuação, saiba que, para André, a área sofre com a falta de investimento e com desafios estruturais. Apesar disso, ele destaca que a área tem potencial e necessita de novos profissionais.
“Há sim espaço para paleontólogos em museus, especialmente quando ligados a universidades e centros de pesquisa. As universidades públicas ainda são os principais polos de pesquisa, e o Brasil é extremamente rico em fósseis, com formações como o Araripe e o Paraná. Também há oportunidades no setor privado, como em consultorias ambientais e na prospecção geológica”, avalia André Grioles.
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A criação de híbridos
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Em Jurassic World, uma das inovações mais impressionantes é a criação do Indominus rex, um híbrido geneticamente modificado que combina características de várias espécies de dinossauros.
No entanto, o conceito de criar híbridos de dinossauros não é totalmente fictício, já que na Biologia moderna já se fazem cruzamentos entre espécies de animais vivos.
O pesquisador Felicio afirma que o conceito de criar híbridos, como o Indominus rex, é mais plausível quando se trata de espécies vivas. “Hoje, já temos exemplos de híbridos naturais, como a mula, um cruzamento do burro com a égua ou da burra com o cavalo, ou o ligre, um cruzamento entre leão e uma tigresa”, exemplifica.
No entanto, Felicio ressalta que esses híbridos são férteis e viáveis apenas em casos onde as espécies são geneticamente muito próximas, o que não ocorre entre dinossauros extintos e animais modernos.
Assim, a conclusão é que criar um híbrido de dinossauros, como no filme, seria muito mais difícil, considerando as barreiras genéticas entre as espécies de dinossauros e o que sabemos sobre genética hoje.
O futuro da ciência
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Por enquanto, a ideia de clonar dinossauros ou criar híbridos como os de Jurassic World permanece no reino da ficção científica.
Felicio é categórico quando o assunto é originar um organismo novo, como é feito na famosa franquia de filmes: “a ciência realmente não está nem um pouco próximo de criar algo parecido”.
Apesar disso, ainda há muitas descobertas a serem feitas no campo da ciência: “enquanto houver planeta, haverá fósseis esperando para serem encontrados cada um deles nos ajuda a entender melhor os últimos 540 milhões de anos da história da Terra”, afirma André Grioles.
Assim, ambos os especialistas concordam que, enquanto a ciência avança, questões éticas e limitações tecnológicas serão determinantes para o que é possível e aceitável realizar no campo da Biologia nos próximos anos.
“Existe uma bioética bem forte quando se trabalha com animais, tudo tem que ser bem correto. Mas os limites técnicos provavelmente já são suficientes para impedir a pessoa de fazer essas criações”, ressalta Gabriel Felicio.
Profissões para quem ama Jurassic World
Com o lançamento de Jurassic World: Recomeço, a franquia que revolucionou o cinema com dinossauros geneticamente recriados e aventuras épicas ganha um novo capítulo.
Mas, além da ação e da ficção científica, o que muitos não sabem é que o mundo retratado na tela pode inspirar carreiras reais como Paleontologia, Genética e Biologia.
Se você é fã dos filmes de Jurassic Park e Jurassic World e sonha em trabalhar com temas como clonagem, conservação de espécies ou estudos de fósseis, o primeiro passo é fazer uma faculdade. E na Quero Bolsa você consegue bolsas de estudo de até 80%, confira: