A professora Jô explica que cada universidade tem sua especificidade, seu “DNA”. Cada uma permite que o aluno se especialize de acordo com suas competências e interesses pessoais na área que deseja atuar. Ou seja, cada instituição cria a própria grade curricular, o que a torna referência em uma especialidade.
Por exemplo, há escolas muito mais focadas no stylist ou design, tem outras focadas no mercado de negócio da moda, e as que buscam ser mais híbridas, que transitam nas mídias sociais, jornalismo, imagem e identidade da moda. A professora cita alguns exemplos;
Belas Artes: Competências transversais na busca de uma maturidade profissional para futuros mercados de moda e áreas afins.
Senac: uma forte base na modelagem e conhecimentos técnicos.
IED: Busca o desenvolvimento criativo com um DNA internacional. A moulage é muito diferenciada.
Santa Marcelina: foi visionária e formou bons profissionais, mas foi perdendo território para as outras escolas. Ainda é boa para o desenho e ilustração de moda.
Senai: competência técnica para trabalhar nas fábricas.
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Porém, ela afirma que “o aluno é o protagonista da sua vida profissional, assim a escolha e a decisão depende de habilidades que podem ser potencializadas dentro e fora da sala de aula”.
Como em todos as profissões, é essencial que o interessado na área faça uma pesquisa aprofundada. A cadeia de moda é muito grande e existem várias especificidades, que vão desde a plantação de algodão, a fiação, a elaboração e criação de um produto, a execução, a formulação da imagem até as estratégias vendas.
“Não podemos ser irresponsáveis em achar que moda é só futilidade e consumo”. Jô Souza
Um outro equívoco sobre a área é pensar que para iniciar essa graduação, obrigatoriamente, o aluno já precisa saber costurar ou desenhar.
Essas habilidades o estudante desenvolve na própria sala de aula. Para Jô, o que uma pessoa interessada pela área precisa ter, essencialmente, é criatividade. Ser criativo é fundamental para a profissão. O demais, o estudante aprende no decorrer do curso.
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Diferença entre designer, estilista e ilustrador
Muitas pessoas desconhecem as reais atividades desses profissionais. Além disso, essa confusão também interfere no nome de alguns cursos, confundindo muitos estudantes na hora de fazer suas escolhas.
O primeiro passo é entender que o estilista é um designer, porém nem todo estilista é ilustrador, assim como nem todo ilustrador é um estilista.
Ainda não entendeu? Eu explico!
Ilustrador: o ilustrador não tem a função de se preocupar com os detalhes de modelagem na sua produção artística (no seu desenho), pois isso é responsabilidade de quem confecciona um produto.
Designer: no caso, o designer é o responsável pela criação e confecção. Quando este faz o croqui (desenho/rascunho) de uma peça, ele tem a obrigação de se preocupar com a modelagem, detalhamento e características de sua produção, da sua ideia.
Já o desenho, a arte de um ilustrador está ligada com sua expressividade. Ao se tornar um objeto concreto, a arte se torna o produto de design de moda. Para ficar ainda mais claro, vamos começar do princípio.
Rose Bertin foi a primeira modelista reconhecida e era responsável por vestir a Rainha Maria Antonieta. Na época, existiam os ilustradores, que desenhavam roupas, muita vezes, já existentes, para fins de registros em livros ou catálogos.
Estilista: os estilistas, entretanto, eram reconhecidos por criar e confeccionar as próprias peças. Só mais tarde, no século XX, os estilistas foram reconhecidos e chamados de designers de moda.
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Jô explica que a construção e a ideia de um produto é responsabilidade do estilista ou designer de moda, que vai pensar nos modelos da coleção, no desenho e no planejamento de tudo.
Contemporaneidade
Em seguida, nos procedimentos de hoje temos os modelistas e os pilotistas, que trabalham na fase de execução destes produtos. Logo após, o produto é passado para o marketing e gestão de compras, para que ele seja oferecido e vendido no mercado.
O profissional de moda com foco em vendas é conhecido como um especialista em vitrine. Presencialmente, ele cuida da venda e das estratégias. Ele faz o catálogo e pode gerenciar as mídias sociais, principalmente, para que ocorram as vendas via e-commerces. Esse profissional também usa técnicas de marketing para que possa ter sucesso em vendas e no conceito, na imagem do produto exposto.