Nos 10 anos do Acordo Ortográfico, relembre as principais mudanças
Em vigor desde 2009, o Novo Acordo Ortográfico demorou para entrar no cotidiano do brasileiro. 10 anos depois de ser oficialmente implementado, veja as mudanças mais significativas
Atualizado em: 03/01/2020
Há uma década, no primeiro dia do ano de 2009, o Brasil começou a colocar em prática o Novo Acordo Ortográfico. Ele foi aprovado muito antes disso, em 1990, quando os nove países que possuem a língua portuguesa como idioma oficial assinaram, em Lisboa, as alterações.
A medida foi proposta para padronizar a grafia das palavras do português, respeitando as diferenças linguísticas (principalmente fonéticas) e de sotaques das diversas regiões. Questões burocráticas atrasaram a execução, que estava prevista inicialmente para 1994. Em 2009, o Brasil se tornou o primeiro país lusófono a iniciar o uso.
O prazo para adequação à Nova Ortografia era 2013, mas foi estendido até janeiro de 2016, quando o uso das regras passou a ser obrigatório. Relembre as mudanças mais significativas para se adequar ao acordo que completou 10 anos.
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Acento circunflexo
Não se usa mais esse acento na terminação -eem, de verbos na 3ª pessoa do plural, e em palavras com o hiato –oo.
Exemplos: deem, veem, enjoo, perdoo, voo.
Acento diferencial
Palavras homógrafas, isto é, que possuem a mesma grafia, mas pronúncia e significados diferentes, deixaram de ter o acento diferencial.
Exemplo: o verbo para e a preposição para não são mais diferenciados pelo acento agudo.
Alfabeto
Com o Novo Acordo, as letras com influência da língua inglesa K, W e Y foram inseridas oficialmente ao alfabeto português. Mesmo sendo usadas na comunicação, ainda não eram reconhecidas oficialmente no alfabeto.
Hífen
O hífen deixou de ser usado em palavras cujo prefixo termina em vogal diferente daquela que introduz o segundo termo.
Exemplos: autoajuda, extraescolar, infraestrutura, socioeconômico.
Não se emprega o hífen em palavras cujo prefixo termina em vogal e o segundo termo começa em R ou S. Nesses casos, a consoante é duplicada.
Exemplos: antissocial, autorretrato, contrarregra, neorrealismo.
Há uma exceção nesses casos: quando os prefixos terminam em R (hiper-, inter- e super-), o hífen é mantido.
Exemplo: super-resistente.
Também não se usa o hífen em palavras que o prefixo termina em –e e a segunda palavra se inicia em -e.
Exemplos: reedição, reeducação, reescrita.
Palavras com o prefixo -co não possuem hífen.
Exemplos: coabitante, coautor.
O hífen é empregado para separar palavras cujo prefixo termina com a mesma letra que se inicia o segundo termo.
Exemplos: anti-inflamatório, micro-ondas.
Palavras que o segundo termo começa com H são separadas por hífen.
Exemplos: super-herói, super-homem.
Paroxítonas com ditongos abertos -ei e -oi
Não ocorre mais acento.
Exemplos: alcateia, europeia, estreia, ideia.
Oxítonas com ditongo aberto -eu, -ei e -oi
Permanecem acentuados.
Exemplos: chapéu, papéis, herói.
Paroxítonas com -u e –i tônicos depois de ditongo
Não são mais acentuadas.
Exemplos: feiura, bocaiuva.
Oxítonas terminadas em -i ou –u seguidas ou não de -s
Continuam com o acento.
Exemplos: Piauí, Tuiuiú.
Trema
O trema deixou de ser usado nas palavras da língua portuguesa, mas não houve alteração na pronúncia de palavras como “aguentar” e “consequência”. O uso da trema apenas acontece em palavras estrangeiras e seus derivados.
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