Está de olho e quer saber quais são os livros da Fuvest 2026? Confira a lista completa, um pequeno resumo sobre as obras e como elas costumam aparecer nas questões!
A lista de livros obrigatórios da Fuvest 2026 é composta exclusivamente por autoras brasileiras e estrangeiras, selecionadas para destacar a presença e a produção literária de mulheres. Ela inclui nove obras que abordam temas como condição feminina, identidade, memória, crítica social e contexto histórico.
Cada obra explora perspectivas variadas sobre questões de gênero, sociedade, política, espiritualidade e subjetividade, indo desde reflexões feministas do século XIX até narrativas contemporâneas que revisitam temas coloniais, afetivos e existenciais.
Na prova, as questões costumam exigir análise detalhada de trechos, pedindo que o candidato identifique temas, características estéticas e relações com contextos históricos, sociais ou outras obras, o que reforça a necessidade de leitura atenta e interpretação crítica.
Veja mais detalhes a seguir!
Se você vai fazer a prova, certamente deve estar de olho para saber a lista de livros da Fuvest 2026, certo?
Pensando nisso, a Revista Quero reuniu algumas informações importantes sobre a lista deste ano, além de um resumo que pode ajudar a relembrar cada uma dessas histórias dos livros e a explicação de uma especialista sobre como essas obras caem na prova. Confira!
Por que essa lista foi escolhida para o vestibular da Fuvest 2026?
Antes mesmo de entrar na lista de obras em si, uma coisa importante de lembrar é que ela é composta somente por mulheres.
São escritoras brasileiras e estrangeiras que foram escolhidas para valorizar o papel das mulheres na literatura, não apenas como personagens, mas como autoras.
Em resumo, essas autoras são: Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Julia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Paulina Chiziane, Rachel de Queiroz e Sophia de Mello Breyner Andresen.
Obras de leitura obrigatória da Fuvest 2026
Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta Trata-se de uma reflexão crítica sobre a condição feminina no Brasil do século XIX, discutindo desigualdades sociais, educacionais e morais que limitavam a atuação das mulheres. A autora analisa como a falta de acesso à instrução, a rigidez dos costumes e a submissão doméstica comprometiam o desenvolvimento intelectual e a autonomia feminina. O livro propõe mudanças pedagógicas e comportamentais, incentivando uma visão de sociedade em que homens e mulheres possam atuar de forma complementar e consciente. Assim, ele se consolida como um marco no pensamento feminista brasileiro, articulando educação, cidadania e reforma social a partir de uma perspectiva crítica e progressista.
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália O livro reúne poemas que exploram temas como introspecção, espiritualidade, identidade feminina e a relação sensível entre sujeito e natureza. A autora incorpora elementos de crítica social, evidenciando inquietações sobre o lugar da mulher na sociedade brasileira do século XIX e sobre os limites impostos à sua expressão intelectual e afetiva. A coletânea também destaca a busca por liberdade (emocional, poética e social) expressa por meio de metáforas ligadas ao céu, à escuridão e à luz, simbolizando tanto incertezas quanto possibilidades de emancipação. Com linguagem sofisticada e sensível, Narcisa combina lirismo e consciência crítica, tornando o livro um marco precursor da participação feminina na literatura brasileira e um testemunho da força criadora de uma autora que desafiou convenções de sua época.
Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida A obra apresenta a trajetória de uma jovem que, ao registrar suas lembranças e reflexões, revela tensões sociais, afetivas e morais do final do século XIX. A narrativa acompanha sua formação emocional e intelectual, destacando desafios enfrentados por mulheres em uma sociedade que limita sua autonomia e suas escolhas. Por meio da voz íntima da protagonista, o romance constrói um retrato sensível das expectativas impostas ao feminino, abordando temas como educação, casamento, desejo, independência e identidade, enquanto Martha busca compreender seu lugar no mundo e afirmar sua própria subjetividade.
Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz O livro acompanha a história de Maria de Lourdes, uma jovem professora que enfrenta dilemas pessoais, profissionais e ideológicos em meio às transformações sociais do Brasil do século XX. O romance retrata seus conflitos internos, especialmente entre o desejo de independência e as pressões familiares, afetivas e políticas que moldam seu cotidiano. Por meio de uma narrativa marcada por realismo e sensibilidade, a obra evidencia os desafios das mulheres intelectuais de sua época, revelando as “pedras” que compõem o percurso de quem busca autonomia, coerência e um sentido próprio para a vida.
O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen É um poema-narrativa que apresenta uma reflexão simbólica sobre a figura de Cristo associada ao povo cigano, destacando temas como liberdade, errância, marginalização e espiritualidade. A autora ressignifica a imagem cristã ao vinculá-la a um grupo historicamente excluído, criando uma metáfora potente sobre justiça, compaixão e humanidade. Com linguagem poética e forte dimensão imagética, o texto convida o leitor a repensar valores sociais e religiosos, mostrando Cristo como presença viva entre os deserdados e como expressão de uma ética que ultrapassa instituições para se enraizar na experiência humana e na dignidade de todas as vidas.
As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles Acompanha a vida de três jovens universitárias (Lorena, Lia e Ana Clara) que dividem um pensionato feminino em São Paulo durante o período da ditadura militar. Por meio de estilos narrativos distintos, a obra entrelaça suas perspectivas, revelando conflitos íntimos, afetivos e sociais. Lorena vive em um mundo idealizado de fantasias e delicadezas; Lia é politizada, engajada e crítica ao regime; Ana Clara enfrenta dependência química, instabilidade emocional e uma relação traumática com o passado. A convivência entre elas expõe diferentes formas de resistência, fragilidade e busca por identidade, compondo um retrato sensível e complexo da juventude brasileira em um contexto de repressão e transformação.
Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane Narra a história de Sarnau, uma mulher moçambicana que revisita seu passado marcado por amores, perdas e imposições sociais. Em primeira pessoa, ela conta sua relação intensa e conturbada com Mwando, um amor que atravessa décadas, mas também a submete às estruturas patriarcais da poligamia e às expectativas tradicionais de sua comunidade. Ao relatar suas experiências (desde a juventude até a maturidade), Sarnau expõe conflitos entre desejo pessoal, normas culturais e desigualdades de gênero, compondo um retrato poderoso da condição feminina em Moçambique e das tensões entre tradição e liberdade individual.
Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo Apresenta a voz de uma narradora que, em tom poético e íntimo, dirige-se a um homem imaturo emocionalmente (o “menino grande”), refletindo sobre relações amorosas marcadas por desigualdade, afeto e desgaste. O texto combina lirismo e crítica social ao mostrar como esse vínculo afeta a subjetividade feminina, revelando camadas de cuidado, cansaço e consciência de si. A obra explora temas como memória, corpo e afeto sob a perspectiva da escrita de “escrevivência”, característica da autora, transformando uma experiência pessoal de amor e desilusão em reflexão sobre as dinâmicas entre homens e mulheres, especialmente no contexto de mulheres negras.
A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida Conta a história de Capitão Nicolau Manuel do Monte, um antigo caçador de escravizados que, já idoso e próximo da morte, retorna à sua terra natal para enfrentar o próprio passado. A narrativa, marcada por linguagem sensorial e atmosfera quase mítica, acompanha seus dias finais enquanto as plantas do jardim parecem observar e testemunhar silenciosamente sua trajetória. Entre memórias fragmentadas e reflexões sobre violência, culpa e legado, o livro constrói uma crítica poderosa ao colonialismo e às marcas que ele imprime tanto no corpo humano quanto no território, revelando a impossibilidade de redenção diante de uma vida construída sobre a dor alheia.
Como os livros costumam cair na prova da Fuvest?
Bom, depois de conhecer um pouco sobre as histórias dos livros, outro ponto importante para quem vai fazer a prova da Fuvest é saber como as obras costumam ser cobradas nas questões.
Segundo a coordenadora de Língua Portuguesa do Colégio Rio Branco, Rosane Cesari, é fundamental ter em mente que as questões costumam exigir uma análise aprofundada das obras da lista obrigatória.
“Este trecho da prova pede, muitas vezes, a exemplificação de temas e características estéticas a partir de fragmentos específicos, conectando-os a contextos históricos ou sociais ou ainda relacionando-os a outras obras”, explica a especialista.
Em outras palavras, isso quer dizer que você vai precisar identificar exemplos de temas e características estéticas em trechos específicos, e vai precisar relacioná-los ao contexto histórico ou social de outras obras.
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