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Curiosidades

Sua saúde mental importa: saiba como lidar com a ansiedade pré-Enem e vestibulares

por Isabela Giordan em 30/09/19 420 visualizações
"Faltando menos de um mês para a segunda fase do vestibular, fui trabalhar normalmente, só sentia que estava com a mente agitada. Primeiro senti um calafrio, achei estranho, pois era verão. De repente, minha vista escureceu, parecia que eu ia desmaiar. Achei melhor ir ao médico. Só piorou, sentia palpitação e falta de ar. Foi horrível, parecia que eu ia morrer" - Júlia Oliveira*

O primeiro contato de Júlia Oliveira, 31 anos, com a Odontologia foi durante o seu primeiro emprego, em que foi secretária de um laboratório de prótese dentária. Ao se apaixonar pela profissão, tentou ingressar no curso, mas não foi aprovada.

No ano seguinte, sua determinação foi ainda maior! Para garantir a aprovação, matriculou-se em um curso preparatório considerado de referência em sua cidade. Porém, a rotina de trabalho não parou: trabalhava durante o dia, estudava durante a noite. De segunda a sexta-feira, até em alguns sábados. 

A rotina cansativa, a cobrança interna pela necessidade da aprovação e todo o estresse pela situação fez com ela passasse mal fisicamente, precisando ir ao hospital: "Fiz vários exames e fiquei esperando o pior diagnóstico de todos, mas, para meu espanto, estava tudo normal! Comecei a chorar, parecia que ninguém estava acreditando em mim", lembra.

Os exames mostravam que tudo estava bem, o que seria aquela mal-estar tão grande? 

Ao ser questionada pelo médico que a estava atendendo, Júlia contou sobre a sua rotina e sobre toda a carga mental que estava carregando naquele ano. Foi ali que o diagnóstico surgiu: "você teve uma crise de ansiedade." 

Ilustração: @prosadecora
saúde mental no enem

Transtorno de Ansiedade Generalizada

De acordo com Giuliana Cividanes, psiquiatra e especialista de Transtornos do Humor e Ansiedade, a ansiedade nada mais é do que uma emoção normal e necessária a todos, e que deve estar mais elevada em momentos decisivos na nossa vida.

"O processo físico-químico da ansiedade em nosso corpo envolve a produção e liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que vão deixar o indivíduo mais atento, mais concentrado, mais preparado para tomar decisões e atitudes físicas e intelectuais, aumentando assim a performance em situações críticas", explica a médica.

Porém, se ela ultrapassa um certo ponto, essa emoção deixa de ser saudável e pode se transformar em um pesadelo, como foi o caso de Júlia: "relatos de sensação de morte e principalmente de estar tendo um colapso cardíaco ou um infarto são bem comuns. Muitas vezes o indivíduo recorre várias vezes aos serviços de emergências até se convencer que seu problema não é cardíaco e sim fruto da ansiedade."

Nesse caso, quando as crises são repetitivas, ela muda de nome para Transtorno de Ansiedade Generalizado. 

Veja também: O que é, sintomas e tratamento da ansiedade

Ilustração: @helenamorani
saúde mental no enem

Sintomas da ansiedade 

Segundo Cividanes, os sintomas podem ser divididos em duas categorias: psicológicos e físicos. Veja como cada um deles pode se manifestar no corpo humano:

Sintomas psicológicos

  • Apreensão como se algo ruim fosse acontecer a qualquer momento;
  • Temor pelo futuro;
  • Necessidade de controlar tudo no presente e no futuro para que nada saia errado;
  • Preocupação excessiva com coisas do cotidiano que não preocupam a maioria das pessoas.

Sintomas físicos

  • Taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos);
  • Dificuldade de respiração (como se o ar não chegasse até o final dos pulmões);
  • Suor excessivo;
  • Tremores;
  • Sensação de que vai desmaiar ou ter um ataque cardíaco, em casos mais extremos.

    "Muito jovens também relatam náuseas e vômitos como sintomas de ansiedade extrema, assim como perda do apetite ou dificuldade para ingerir os alimentos", acrescentou.
Ilustração: @lifeonadraw
saúde mental no enem

Ansiedade x Enem/Vestibular

Quão estressante pode ser o período pré-vestibular? Quantas noites podem de sono podem ser perdidas antes do Enem? Afinal, como relaxar quando uma ou duas provas podem decidir todo o seu futuro?

"O período que antecede o vestibular pode ser bastante estressante para os adolescentes, quão estressante pode ser esse período depende muito das expectativas que são colocadas no desempenho do vestibulando", avalia a psiquiatra especialista em Transtornos do Humor. 

Além disso, o medo de falhar e decepcionar os outros também podem deflagar outros transtornos e doenças além da ansiedade, por exemplo, a depressão: "se há uma auto-cobrança ou uma cobrança por parte da micro sociedade que o cerca (família, grupo de amigos, pares) muito exacerbada, a tendência é que haja um aumento ainda maior da ansiedade e outros transtornos."

Esse período pode ser tão conflituoso para o vestibulando que, curiosamente, as pesquisas no Google sobre o termo "ansiedade" aumentaram em 18 pontos no dia seguinte ao primeiro dia de prova do Enem 2018, onde as pesquisas relacionadas foram sobre "crise de ansiedade sintomas", "ansiedade como controlar" e "transtorno de ansiedade".

Para Giuliana, a melhor forma de conseguir lidar com esse momento é ter uma rede de apoio, que será responsável por ajudá-los a encarar esse período decisivo com mais tranquilidade, além de ser um suporte nos momentos de crise. 

Ilustração: @sigaosbaloes
saúde mental no enem

Mente sã em corpo sã: como aliviar os sintomas da ansiedade?

Quando a ansiedade evolui para um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada, o tratamento indicado pelos guidelines nacionais e internacionais é o uso de medicação, conhecidos como Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina

Além disso, é indicado também a terapia comportamental cognitiva, uma vertente focada no problema pelo qual o paciente está passando. "Os estudos clínicos demonstraram que quando associados os dois tratamentos (medicamentos + terapia comportamental cognitiva) são mais eficazes do que quando um ou outra são utilizados isoladamente", reforça Giuliana.

Porém, quando a ansiedade não evolui para um problema dessa grandeza, é possível aliviar os sintomas com algumas mudanças de comportamento e de pensamento. Veja as dicas da médica psiquiatra:

Em uma crise de ansiedade:

  • Se notar que algo está errado com seu corpo, se o coração disparar, a mão começar a suar, o peito doer ou os lábios formigarem, antes de entrar em pânico achando que está infartando ou que vai desmaiar, tente prestar atenção nas suas emoções. Você está nervoso/ansioso? Se a resposta for sim, então essas sintomas são da sua emoção e não do seu corpo - mantenha a calma e respire. Respire profundamente duas ou três vezes repetidas;
  • Procure se sentar em algum lugar se estiver de pé, tome um pouco de água e tente se concentrar em outra coisa que não seu mal estar;
  • Se precisar, peça ajuda. Diga ao seu parente ou amigo que está próximo que você está se sentindo mal e precisa ir para um lugar confortável (com mais espaço, mais ar fresco, menos barulho);
  • Aos poucos, vá respirando e tentando retomar o auto-controle, permita que seus músculos relaxem e tente distrair a sua mente. Recuperar o controle da situação é fundamental para eliminar os sintomas da ansiedade.

Para evitar uma crise de ansiedade:

  • Mantenha uma rotina de atividades físicas;
  • Alimente-se bem. Evite comer doces em excessos, o que é comum quando queremos aplacar nossas ansiedades e frustrações;
  • Mantenha uma rotina saudável de sono;
  • Reserve um tempo na semana para estar com seus familiares e amigos, lembre-se de descansar e relaxar às vezes, assim você será mais produtivo. 

"Estudar e se dedicar é bom, mas muitas pessoas têm se destruído de tanta cobrança e ansiedade nesse período. Antes de tudo, lembre-se da máxima 'mente sã em corpo são'", finaliza a Giuliana.

Veja também: 7 dicas de como cuidar da saúde mental na faculdade

Fonte: Giuliana Cividanes é Mestre em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo, especialistas em Transtornos do Humor e Ansiedade, e colaboradora do Prove- Serviço de atendimento e pesquisa em Violência e Estresse  Pós-Traumático da Unifesp.

*O nome foi trocado a fim de garantir a privacidade da fonte.

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