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Saúde mental no trabalho: a importância e os cuidados que as organizações devem ter

Veja algumas medidas que podem ser implementadas pela gestão de Recursos Humanos para prevenir ou minimizar os impactos das doenças mentais no trabalho

A depressão e o transtorno mental são as principais causas de incapacidade profissional no mundo corporativo. Mais de 260 milhões de trabalhadores convivem com transtornos de ansiedade. Ainda, há dados que reforçam a importância da saúde mental no trabalho, uma vez que ela reflete diretamente no desempenho, na motivação e na produtividade dos colaboradores. 

Um estudo do International Stress Management Association (ISMA) indicou que nove em cada dez profissionais sofrem de ansiedade, desde graus mais leves até os mais severos e incapacitantes. Nesse sentido, quando um profissional está adoecido mentalmente, ocorre uma queda significativa nos resultados, gerando impacto no time inteiro. 

Saiba mais: 7 dicas para cuidar da saúde mental durante a pandemia de Covid-19


Outras consequências são o absenteísmo, o presenteísmo, os afastamentos e a aposentadoria precoce. Além disso, organizações com índices altos de turnover afastam novos talentos em busca de oportunidades. Sem contar que, quando uma empresa não cuida da saúde mental dos seus funcionários, sua employer brand fica prejudicada. 

Se o assunto é de seu interesse, continue a leitura deste post, pois aprofundaremos um pouco mais no tema!

O que dizem os especialistas

Em 2017, um levantamento da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda detectou que mais de 170 mil pessoas receberam auxílio-doença. Os benefícios — acidentário e previdenciário — foram concedidos devido a problemas relacionados à saúde mental. 

No lado oposto estão dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), informando que apenas 18% das empresas desenvolvem ou mantêm programas de incentivo ou cuidado ao bem-estar psíquico dos seus colaboradores. 

Para alguns especialistas da área, o cenário está melhorando, pois muitas organizações estão priorizando a saúde mental no trabalho em suas demandas. Mas o que elas têm feito ainda não é suficiente e o assunto segue sendo tabu.

“As empresas se preocupam com a saúde mental dos empregados muito mais do que ontem, porém muito menos do que deveriam”, afirma o professor do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB), Wanderley Codo.

Opinião semelhante vem do conselheiro da Aliança para a Saúde Populacional (Asap) e sócio da rede de clínicas eCare, Paulo Vaz. Para ele, há pouco tempo a atividade laboral nem era apontada como causa de danos à saúde mental.

Atualmente, o assunto é consenso entre profissionais da área. “A preocupação das organizações com o equilíbrio emocional dos colaboradores existe, mas nem sempre as lideranças sabem tratar o assunto”, complementa. 

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Dicas para preservar a saúde mental no trabalho

Diferentemente das doenças físicas que podem ser diagnosticadas com mais facilidade, a maioria das enfermidades psicológicas são imperceptíveis ou difíceis de identificar. 

Nesse contexto, estresse, depressão e ansiedade podem ficar escondidos durante meses ou até mesmo anos. Por isso, as organizações devem buscar maneiras de prevenir esses problemas para garantir a qualidade de vida dos seus colaboradores.

A seguir, confira algumas medidas que podem ser implementadas pela gestão de Recursos Humanos para prevenir ou minimizar os impactos das doenças mentais. 

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Treine os gestores

As lideranças devem compreender que a saúde mental precisa ser tratada como prioridade nas empresas. Esse é o primeiro passo para manter o clima organizacional em alta e, assim, contar com colaboradores engajados e produtivos. 

Por isso, os gestores precisam ser treinados para lidar com as questões de saúde mental que surgem no cotidiano da empresa. No entanto, devem considerar que males como depressão e ansiedade não podem ser tratados de forma coletiva.

Ao contrário, cada pessoa pensa, age e sente de maneira distinta. Ainda, cada profissional é um indivíduo único e deve ser tratado de modo particular. Logo, treine os gestores para observar caso a caso e conduza a saúde mental do colaborador de forma personalizada. 

Monitore o engajamento

Em qualquer circunstância da vida, pessoas engajadas demonstram entusiasmo, são mais positivas e sentem orgulho em fazer parte de algo ou de um time. Por outro lado, quando não estão envolvidos, os indivíduos se estressam com facilidade e desenvolvem enfermidades, como Síndrome de Burnout, depressão, isolamento e ansiedade. 

Assim, para monitorar o comprometimento das equipes, invista em pesquisas de satisfação com os funcionários, aplique questionários de engajamento e colete feedbacks constantes. 

 

Conscientize os colaboradores

Assim como os gestores, os colaboradores também precisam ter consciência sobre a importância da saúde mental no trabalho. Para ajudá-los, promova campanhas a respeito do tema, organize palestras com especialistas da área, desenvolva workshops e compartilhe conteúdos relevantes. 

Além disso, é válido abrir espaço para que os colaboradores possam expor seus conflitos internos. Ainda, é importante que a organização forme uma rede de apoio para orientar, informar e acolher os profissionais para que eles possam enfrentar o adoecimento psicológico. 

Por fim, a empresa deve tratar os problemas com naturalidade e sem julgamentos, evitando estigmatizar ainda mais as doenças mentais.

Promova o equilíbrio entre vida pessoal e profissional 

Um ambiente de trabalho saudável precisa de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal do colaborador. Por isso, para evitar o esgotamento mental causado pelo excesso de trabalho, as empresas apostam em políticas menos rígidas.

Assim, permitir horários flexíveis para que os funcionários trabalhem em momentos que consideram mais produtivos, fazer rodízios com folgas semanais para que possam tratar questões pessoais e oportunizar o trabalho remoto são boas iniciativas para aumentar a qualidade de vida no trabalho e fora dele. 

Desenvolva políticas de saúde mental na empresa

É importante estabelecer regras claras para combater assédio e bullying, atitudes que causam problemas psicológicos graves. Por isso, ao identificar que algo não vai bem com algum colaborador, conceda uma licença médica, por exemplo.

Por fim, se a empresa já tem políticas de saúde mental no trabalho bem definidas, revise-as com frequência, atualize as boas práticas e desenvolva novas ações que possam se adequar às necessidades das equipes. 

O artigo foi útil? Para aprofundar ainda mais no tema, confira o conteúdo sobre como manter a saúde mental durante a quarentena.

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