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TOC em crianças: entenda os sinais e busque ajuda

TOC crianças é um transtorno que pode afetar o cotidiano dos pequenos. Aprenda a identificar os sinais e sintomas, e saiba como buscar ajuda para promover o bem-estar da criança.

Considerado como um transtorno de saúde mental, o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) é caracterizado por dois componentes principais: a obsessão e a compulsão e pode atingir qualquer idade, incluindo o TOC em crianças.

As obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos indesejados que surgem repetidamente na mente da criança, gerando ansiedade ou desconforto intenso. Em resposta a esses impulsos, as compulsões se manifestam como ações repetitivas ou rituais que a criança realiza para tentar reduzir o impacto desses pensamentos. 

O comportamento do “TOC crianças” pode incluir lavar as mãos com frequência, repetir palavras ou contar objetos. E é claro que esses comportamentos geram angústias na criança que podem interferir na escola e nos relacionamentos.

Para aliviar os sintomas, o diagnóstico e o tratamento o quanto antes, são fundamentais. Se você tem notado alguns comportamentos de obsessão e compulsão no seu filho e quer saber mais sobre o tema, continue a leitura para entender melhor sobre o TOC em crianças. 

Neste artigo você vai ver: 

  • Como identificar TOC infantil?
  • Como ajudar meu filho que tem TOC?
  • Como diferenciar TOC de autismo?

Como identificar TOC infantil?

Identificar o TOC em crianças pode ser desafiador, pois muitos pequenos demonstram alguns comportamentos e preocupações comuns que não necessariamente estão ligados ao TOC, além de poder ser confundidos com outras condições de saúde mental. 

Apesar da condição surgir com maior frequência no período da adolescência, ele também pode aparecer na infância. Conforme estudo feito pelo Centro de Pesquisas Infantis Bradley Hasbro, a partir de 4 anos as crianças já estão aptas a desenvolver o transtorno. 

Além disso, cerca de 30 a 50% dos pacientes diagnosticados com TOC relatam ter percebido os primeiros sintomas na infância. O TOC em crianças também pode variar em gravidade, indo desde casos leves até graves, e pode interferir significativamente na vida diária do pequeno. 

Mesmo sendo difícil dar um diagnóstico com precisão, existem algumas características mais comuns que caracterizam o transtorno e podem ajudar os pais a identificar potenciais sinais do TOC em crianças

Contudo, o mais importante é que ao perceber comportamentos obsessivos e compulsivos no seu filho, você busque ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para receber o diagnóstico e tratamentos adequados

Algumas pistas do TOC em crianças inclui:

1 – Repetição excessiva de comportamentos

A criança pode insistir em fazer a mesma ação várias vezes seguidas, como lavar as mãos até a pele ficar ressecada ou organizar objetos em uma ordem específica. Esse comportamento vai além do comum para a idade e reflete uma busca por alívio da ansiedade gerada por pensamentos obsessivos.

2 – Medo intenso de germes ou contaminação

Esse medo se manifesta em atitudes como evitar contato com superfícies ou pessoas, evitando tocar em brinquedos de outras crianças ou até mesmo restringindo suas brincadeiras para não se “contaminar”. Esse tipo de comportamento é motivado por um medo irracional de ficar doente ou sujo.

3 – Rituais em rotinas diárias

Pode incluir comportamentos como contar objetos antes de sair de casa, tocar em algo específico antes de dormir ou checar se o material escolar está “perfeito”. A criança sente que esses rituais são essenciais para se sentir segura, mas acabam tomando um tempo significativo do dia.

4 – Resistência a interromper comportamentos

Quando a criança é interrompida durante seus rituais, pode demonstrar angústia profunda e uma necessidade de começar tudo de novo, ficando visivelmente nervosa ou agitada. Esse comportamento reflete o grau de desconforto que a criança sente se não completar suas “tarefas” de um jeito específico.

5 – Necessidade de reafirmação constante

Ela pode fazer perguntas repetidas sobre o mesmo tema, como se tem algo errado com sua aparência ou se um objeto foi realmente guardado no lugar certo. Mesmo após respostas afirmativas, sente a necessidade de ouvir novamente para aliviar a insegurança e a dúvida.

6 – Mudanças de comportamento

Às vezes, a criança pode se isolar socialmente, evitando amigos ou atividades de que antes gostava, o que indica que o TOC em crianças está afetando sua vida social. Ela pode também apresentar irritabilidade, pois os pensamentos e compulsões acabam interferindo em suas interações cotidianas.

7 – Angústia emocional

Além dos comportamentos visíveis, a criança pode demonstrar sinais de ansiedade, tristeza ou expressar verbalmente que se sente “estranha” ou “chateada”, sem conseguir explicar claramente o motivo. Essa angústia emocional é reflexo da batalha interna entre os pensamentos obsessivos e as compulsões, que ainda são difíceis de controlar.

Como ajudar meu filho que tem TOC?

Se você desconfia que seu filho possa ter TOC em crianças, alguns passos podem ajudar. Em primeiro lugar, converse com ele. Com todo amor e sem julgamentos, diga que percebeu um determinado comportamento e viu que isso lhe causou estresse.

Pergunte o motivo e explique para ele que uma consulta com um especialista pode ajudar a entender o que está acontecendo fazendo a criança perceber a sua preocupação e cuidado e se interessando por resolver o problema. 

Em seguida, marque uma consulta com um psicólogo ou um psiquiatra. O profissional irá fazer um “TOC infantil teste” realizando diversas perguntas sobre os sintomas para chegar ao diagnóstico de TOC em crianças e, se confirmado, irá indicar o tratamento. 

Após o “TOC infantil teste”,  se confirmado o transtorno, o tratamento é uma terapia específica chamada de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). 

A TCC é um tipo comum de psicoterapia que ajuda a criança a reconhecer e controlar os pensamentos obsessivos e compulsões por meio de técnicas específicas. 

Uma delas é a “exposição com prevenção de resposta,” em que a criança enfrenta situações que causam ansiedade, mas sem recorrer aos rituais compulsivos, fortalecendo seu autocontrole.

O tratamento tem ainda mais eficiência quando um dos pais realiza a terapia junto ao seu filho. Ao comparecer às sessões os pais podem ajudar a criança a reconhecer os gatilhos das compulsões e aplicar as habilidades que aprenderam na terapia oferecendo todo incentivo e apoio necessário ao pequeno. 

Por fim, apoiar seu filho com paciência e consistência é fundamental. Compareça às sessões, ajude-o a aplicar o que aprendeu e ofereça palavras de incentivo, demonstrando orgulho e apoio contínuos para que ele se sinta seguro e acolhido no processo.

Como diferenciar TOC de autismo?

Embora o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) compartilhem alguns sintomas, eles são condições distintas. Ambos podem envolver comportamentos repetitivos, mas suas causas e manifestações diferem.

No TOC em crianças, os comportamentos são geralmente impulsionados por obsessões e a necessidade de aliviar a ansiedade, como lavar as mãos repetidamente ou realizar rituais específicos. 

Já no autismo, os comportamentos repetitivos costumam estar relacionados à busca por rotina e à dificuldade em lidar com mudanças.

Outra diferença importante é a presença de interesses restritos. Enquanto crianças com autismo podem se fixar em tópicos e atividades específicas, o “TOC crianças” se concentra em pensamentos intrusivos que causam angústia. 

Além disso, as interações sociais podem ser desafiadoras para ambas as condições, mas no autismo, a dificuldade em entender normas sociais e interagir com os outros é mais pronunciada.

Entender essas diferenças é fundamental para um diagnóstico correto e para que cada criança receba o suporte adequado. 

A seguir, preparamos uma tabela com as principais diferenças entre o TOC em crianças e o autismo que podem ajudar: 

AspectoTOC em criançaAutismo (TEA)
CausaRelacionado à ansiedade e busca de alívio emocional através de compulsões.Condição neurológica que afeta percepção e interação social.
ComportamentosRituais para aliviar ansiedade, como checar objetos repetidamente.Movimentos estereotipados e necessidade de rotina rígida.
Interação SocialDificuldades moderadas, com tentativa de conexão social.Dificuldades acentuadas em compreender normas sociais.
InteressesFoco em rituais e compulsões, sem interesses específicos.Interesses intensos em tópicos específicos, podendo se especializar neles.
Reação a MudançasAngústia ao alterar rituais, mas menos intenso que no autismo.Resistência a mudanças, podendo resultar em crises emocionais.

Como vimos, é fundamental que pais e responsáveis estejam atentos aos sinais e busquem ajuda profissional a qualquer sinal de TOC em criança, criando um ambiente de apoio e compreensão. 

Com informação, paciência e amor, é possível guiar as crianças com o transtorno em direção a um futuro mais equilibrado e saudável. A jornada pode ser desafiadora, mas é repleta de esperança e possibilidades de crescimento e superação tanto para os pais quanto para os filhos.

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