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Esgoto: impactos ambientais, tipos e soluções para o saneamento básico

Biologia - Manual do Enem
Natalia Jorge Publicado por Natalia Jorge
 -  Última atualização: 20/5/2025

Introdução

O esgoto é um tema que impacta diretamente a saúde pública, o meio ambiente e o desenvolvimento social, sendo essencial para entender o saneamento básico no Brasil. No contexto do Enem, esse assunto pode ser cobrado tanto em questões de Ciências da Natureza quanto em Geografia, exigindo dos estudantes uma visão crítica e interdisciplinar. 

Este artigo apresenta o conceito de esgoto, seus tipos, os impactos causados pela falta de tratamento, as doenças relacionadas e o funcionamento das estações de tratamento. Entenda tudo e se saia bem nos vestibulares com o tema!

Trabalhadora coleta amostra de água em esgoto para análise ambiental

Índice

O que são esgotos e como funcionam?

Os esgotos são sistemas responsáveis por coletar, transportar e destinar de forma segura as águas residuais geradas em residências, comércios, indústrias e vias públicas. Essas águas, conhecidas como efluentes, carregam matéria orgânica, resíduos químicos, lixo e microrganismos, que podem poluir o meio ambiente e comprometer a saúde da população.

Um sistema de esgoto básico é composto por redes de coleta subterrâneas, estações elevatórias — que impulsionam o fluxo em áreas sem declive — e estações de tratamento, onde os resíduos são processados antes de serem descartados no ambiente. Em muitos locais do Brasil, no entanto, o esgoto ainda é lançado diretamente em rios ou no solo, sem nenhum tipo de tratamento, agravando problemas de saúde pública e degradação ambiental.

A falta de acesso ao saneamento está associada à ausência de investimentos, má gestão dos recursos públicos e crescimento urbano desordenado. Universalizar o acesso ao esgotamento sanitário é um dos maiores desafios para melhorar a qualidade de vida e promover a justiça social no país.

Tipos de esgoto

Os esgotos são classificados com base em sua origem e composição, o que influencia diretamente no tipo de tratamento necessário. Os principais tipos são:

Esgoto doméstico

Gerado a partir de atividades residenciais, como o uso de pias, chuveiros, máquinas de lavar e vasos sanitários. É rico em matéria orgânica e microrganismos patogênicos, exigindo tratamento biológico para evitar contaminações ambientais e sanitárias.

Esgoto industrial

Originado de processos produtivos em fábricas e indústrias. Pode conter substâncias tóxicas, metais pesados, solventes, ácidos e resíduos não biodegradáveis. Por isso, requer tratamento específico, geralmente com etapas físico-químicas para neutralizar os poluentes antes da liberação no ambiente.

Esgoto pluvial

Formado pela água da chuva que escoa por ruas, calçadas e telhados. Embora inicialmente limpa, essa água pode se contaminar ao arrastar lixo, óleos e resíduos urbanos. Quando misturada ao esgoto doméstico em redes unificadas, torna-se um vetor de poluição e sobrecarrega o sistema em períodos de chuva.

Impactos ambientais do esgoto

O lançamento inadequado de esgotos no meio ambiente causa diversos impactos ecológicos. A poluição hídrica compromete a qualidade de rios, lagos e mares, afetando a fauna e a flora aquáticas. Um dos efeitos mais graves é a eutrofização, quando o excesso de nutrientes (como nitrogênio e fósforo) provoca o crescimento descontrolado de algas, reduzindo o oxigênio dissolvido na água e matando peixes e outros organismos.

A infiltração de esgoto no solo também contamina lençóis freáticos e aquíferos, fontes importantes de abastecimento humano. Esses danos comprometem o equilíbrio dos ecossistemas e reduzem a disponibilidade de água potável, especialmente em regiões onde os recursos hídricos já são escassos.

Impactos sociais do esgoto

A ausência de saneamento básico atinge principalmente áreas periféricas e comunidades de baixa renda, aprofundando desigualdades sociais. Esgotos a céu aberto são foco de doenças, mau cheiro, infestação por vetores (como ratos e mosquitos) e contribuem para a desvalorização dos imóveis.

Além dos efeitos diretos na saúde, a falta de infraestrutura sanitária está ligada à exclusão social. Moradores dessas regiões muitas vezes enfrentam barreiras de acesso a serviços públicos, educação e saúde. Garantir coleta e tratamento de esgoto é, portanto, essencial para promover dignidade, segurança sanitária e bem-estar coletivo.

Doenças de veiculação hídrica

As doenças de veiculação hídrica são aquelas transmitidas pelo contato com água contaminada, geralmente por esgoto sem tratamento. As mais comuns incluem:

  • Diarreia infecciosa

  • Hepatite A

  • Leptospirose

  • Esquistossomose

  • Cólera

Essas doenças afetam principalmente o sistema gastrointestinal e podem levar a complicações graves, especialmente em crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa. O risco aumenta em regiões alagadas, onde o esgoto se mistura com a água das chuvas. Por isso, o saneamento básico é uma das medidas mais eficazes de prevenção em saúde pública.

Tratamento de esgoto e sua importância

O tratamento de esgoto é fundamental para reduzir a poluição, proteger a saúde coletiva e conservar os recursos hídricos. O processo é dividido em três etapas principais:

  • Tratamento primário: remove os sólidos maiores e sedimentos por meio de processos físicos como decantação.

  • Tratamento secundário: utiliza bactérias aeróbias para decompor a matéria orgânica.

  • Tratamento terciário: foca na remoção de nutrientes (como nitrogênio e fósforo) e realiza a desinfecção final, geralmente com cloro ou radiação UV.

As Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) desempenham papel essencial nesse processo. No entanto, no Brasil, menos da metade do esgoto gerado é tratado, o que evidencia a necessidade urgente de ampliar investimentos e políticas públicas voltadas à universalização do serviço.

Esgoto e infraestrutura urbana

A existência de uma rede de esgoto eficiente é um indicador de desenvolvimento urbano e qualidade de vida. Quando bem planejada, essa infraestrutura:

  • Reduz alagamentos;

  • Melhora a drenagem das águas pluviais;

  • Previne doenças e contaminações;

  • Valoriza os espaços urbanos.

Por outro lado, a ausência ou precariedade do sistema de esgoto está diretamente ligada ao crescimento desordenado das cidades e à falta de planejamento urbano. Para construir cidades mais sustentáveis, é essencial integrar o saneamento às políticas de habitação, saúde e meio ambiente.

O investimento em redes de esgoto, aliado à fiscalização, educação ambiental e participação da sociedade, é o caminho para garantir que todos tenham acesso a esse serviço básico — um direito que ainda precisa se tornar realidade para milhões de brasileiros.

Esse tema pode ser cobrado no Enem sob diversas abordagens. Em Geografia, pode ser exigido o reconhecimento da relação entre saneamento e desigualdade urbana. Já em Biologia, questões sobre doenças de veiculação hídrica e ecologia aquática são comuns. 

O tema também pode surgir na prova de Ciências Humanas, em discussões sobre políticas públicas e direitos sociais. Na redação, pode aparecer como um problema socioambiental que precisa de solução, exigindo argumentos sólidos, dados e propostas de intervenção. Por isso, estudar o assunto com uma abordagem interdisciplinar e atualizada é essencial para se preparar bem para o exame.

 

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