Genética é o ramo da ciência especializado pelo estudo científico da hereditariedade, genes e todos os processos relacionados a estes. Essa área da biologia busca entender os mecanismos que ocorrem entre as gerações de seres vivos durante a perpetuação de determinadas características em detrimento de outros.
Entender como ocorre a transmissão de características de um ser para o outro é um aspecto que tem sido buscado pelo homem desde a antiguidade. Inicialmente, eram muito simples as ideias sobre hereditariedade e afirmava-se apenas que os filhos eram semelhantes aos pais, sem nada entender acerca dos processos responsáveis por essa semelhança.
Até que em um determinado momento, um monge chamado Gregor Mendel iniciou uma sequência de experimentos a fim de explicar melhor como ocorria essa transferência de características. Por volta de 1860, Mendel deu início a um estudo com ervilhas, que foram cultivadas em um mosteiro localizado na cidade de Brno, na República Tcheca.
Mendel optou pelas ervilhas por conta do cultivo fácil, além do ciclo reprodutivo curto e a produção de muitas sementes. Todos esses fatores possibilitaram um estudo muito detalhado acerca das características transmitidas como: cor da flor, posição da flor no caule, e os aspectos da semente.
Após analisar o processo de transmissão de características entre muitas gerações da planta, Mendel concluiu que cada característica é determinada por dois fatores.Segundo ele, cada indivíduo apresenta um par de fatores para cada característica e esse par é dividido durante a formação dos gametas. Quando a fecundação acontece, os gametas dos genitores juntam-se, então há uma combinação dos fatores do pai e da mãe. Hoje, sabemos que esses “fatores” mencionados por Mendel são os chamados genes.
Esse longo estudo não teve reconhecimento naquele período e, somente em 1900, após a morte de Mendel, alguns pesquisadores repetiram o estudo com plantas híbridas e chegaram aos mesmos resultados obtidos por Mendel. Essas novas conclusões contribuíram muito para dar visibilidade ao trabalho realizado por Gregor Mendel, que passou a ser considerado o “pai da genética”.
A partir daí, o campo de estudo da genética foi se ampliando cada vez mais. Em 1926 um importante livro sobre hereditariedade foi publicado por Morgan, que realizou um estudo utilizando a mosca drosófila e concluiu que a transmissão de algumas características era determinada pelo sexo.
Mais tarde, estudos sobre a constituição do DNA e sua importância na genética foram realizados. Em 1953, Watson, Crick, Wilkins e Franklin apresentaram a estrutura de dupla hélice do DNA.
Modelo de DNA proposto por Watson, Crick e colaboradores
Após essa importante descoberta, muitos outros estudos passaram a ser feitos para compreender quem era responsável pela produção das proteínas. Em 1958, Crick postulou a ideia de que o DNA é o responsável pela síntese de RNA, que é o responsável pela produção de proteínas, através de seu trabalho conhecido como Dogma Central da Biologia Molecular.
O que é genética familiar?
A área de estudo genético trouxe inúmeras descobertas que impactaram e beneficiaram a vida humana. Dentre essas descobertas, estão aquelas relacionadas à genética familiar. A genética estuda a hereditariedade e, na genética familiar, é capaz de prever a ocorrência de possíveis doenças genéticas que, em alguns casos, poderiam impactar negativamente a vida dos descendentes. Dessa maneira, realiza-se um diagnóstico precoce e pode aumentar a expectativa de vida dos dependentes.
O que é genética humana?
A genética humana estuda a transmissão genética em seres humanos, e é dividida em diversas áreas: genética clássica, citogenética, genética molecular, genética clínica, etc.
Os genes são considerados o fator responsável pela maioria das características humanas herdadas.
O estudo desses genes é útil uma vez que responde perguntas sobre a natureza e evolução humana, traz luz ao conhecimento acerca de doenças genéticas além de possibilitar o desenvolvimento de um tratamento eficaz para essas doenças.
Os seres humanos têm 46 cromossomos, distribuídos em 23 pares. Esses cromossomos contêm os genes e, graças ao sequenciamento do DNA, pode-se estimar que os seres humanos apresentam cerca de 25,000 genes.