Como mencionado, a biodiversidade sempre é maior em zonas mais quentes. Portanto, países tropicais como o Brasil abrigam diversas comunidades que são importantes para o equilíbrio dos ecossistemas.
O Brasil é um país privilegiado por sua extensão e localização. Geograficamente próximo a linha do equador, o Brasil é o país mais rico em espécies, responsável por abrigar mais de 20% do número total de espécies da Terra. Isso graças à presença de diferentes zonas climáticas (da zona tropical úmido no Norte à zona temperada no Sul), devido a extensão do país.
A presença dessas diferenças climáticas levou a grandes variações ecológicas, formando os biomas que conhecemos: a Floresta Amazônica, o Pantanal, o Cerrado, a Caatinga, os Campos dos Pampas e a Mata Atlântica. Além disso, a costa marinha de 3.5 milhões de km² do Brasil inclui importantes ecossistemas como os recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos.
Além de todas as espécies de animais, vegetais e microrganismos, o Brasil também apresenta uma sociobiodiversidade riquíssima: sendo casa de 200 povos indígenas e diversas comunidades como os quilombolas, caiçaras e seringueiros. Esses povos, denominados povos originários, reúnem um acervo de conhecimentos tradicionais extremamente valiosos para o país e o mundo.
Biodiversidade da Amazônia
CactiStaccingCrane, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons
O Estado da Amazônia no Brasil abriga um dos maiores e mais diversificados biomas do planeta. A rica biodiversidade de fauna e flora estão presentes em uma área de quase 4 mil km². Além disso, é na Amazônia que está a Floresta Amazônica que apresenta diversas espécies endêmicas, ou seja, espécies exclusivas daquela região.
Das espécies animais encontradas na Floresta Amazônica, destacam-se: jacarés, sucuri, várias espécies de anfíbios, tucanos, araras e o galo da serra. Além desses animais, de acordo com o
ICMBio, a Amazônia é uma das regiões que abriga a maior diversidade de primatas no mundo.
Michael Hurben, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons
A flora é, também, riquíssima. Muitas plantas são utilizadas na fabricação de móveis, cosméticos, medicamentos e até para a alimentação. Podemos citar o guaraná, o cacau, o mogno e a seringueira como exemplos. A seringueira é uma espécie vegetal responsável por fornecer o látex, que é utilizado na produção de borracha.
Biodiversidade na Mata Atlântica
A floresta da Mata Atlântica, assim como a Floresta Amazônica, é considerada um dos biomas maior biodiversidade do mundo. Esses biomas se assemelham devido à localização geográfica, que permite alta insolação e desenvolvimento da fauna e flora.
NASA and Miguelrangeljr, Public domain, via Wikimedia Commons
Devido ao seu tamanho e riqueza em espécies, a Mata Atlântica foi subdividida em ecossistemas no ano de 1992. Dentre esses ecossistemas, podemos destacar os manguezais e a restinga.
Os manguezais estão presentes em todo o litoral brasileiro e ocorrem em áreas onde há encontro dos rios com os mares ou oceanos. Possuem fauna rica e é responsável por conter a força das marés altas.
Manguezal. (Heriyanto harepa, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons)
A restinga é uma área arenosa encontrada em toda costa brasileira, com vegetação que varia de acordo com a água, vento, radiação solar, etc. Geralmente, precede a faixa de areia utilizada para lazer nas praias do litoral brasileiro.
Restinga. (Miguelrangeljr, CC BY 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by/3.0>, via Wikimedia Commons)
Em relação às espécies encontradas nesse bioma, estima-se que 20 mil espécies de árvores sejam encontradas na Mata Atlântica. Esse número representa 35% do total de espécies de árvores existentes no país inteiro. Alguns exemplos: cajueiro, pau-brasil, jabuticabeira, etc.
Do Reino Animal, os números são aproximados devido à vasta distribuição. Estima-se que sejam encontradas mais de 270 espécies de mamíferos, 1000 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis e 350 espécies de peixes.
Atualmente a Mata Atlântica possui apenas 7,84% de sua vegetação original. Isso é resultado de desmatamento e ocupações irregulares. Além disso, essa baixa porcentagem encontra-se distribuída irregularmente no país sendo que, em alguns estados, é encontrado menos de 1% desse bioma. O exemplo disso é a presença de apenas 0,1% da Mata Atlântica original no estado do Piauí.
Biodiversidade no Cerrado
Pfly, Public domain, via Wikimedia Commons
O Cerrado é o 2º maior bioma do Brasil e da América do Sul, abrangendo cerca de 22% do território brasileiro. Apresenta uma alta biodiversidade além de grande potencial aquífero.
Devido à sua extensão, o Cerrado apresenta diferentes fitofisionomias, ou seja, ao longo desse bioma, encontra-se diversas formações vegetais.
A fauna é composta por mais de 800 espécies de aves, sendo que 29 são endêmicas; 185 espécies de répteis, sendo 24 endêmicas; 194 espécies de mamíferos, sendo 19 endêmicas; 150 espécies de anfíbios, sendo 45 endêmicas; e mais de 14 mil espécies de invertebrados.
Hoje, o cerrado é o bioma que mais concentra atividades agropecuárias. A devastação desse bioma é uma realidade. Nos últimos cinquenta anos, a vegetação original reduziu em 50%, sendo que 30% foi destinada para fins pecuários.
🎯 Simulador de Notas de Corte Enem: Descubra em quais faculdades você pode entrar pelo Sisu, Prouni ou Fies 🎯
Biodiversidade no Pantanal
P199, Public domain, via Wikimedia Commons
O Pantanal é conhecido mundialmente por apresentar relevo plano com áreas de inundação no período da cheia. Esse bioma sofre influência direta da Floresta Amazonica, Mata Atlantica e Cerrado.
É uma região com alta biodiversidade, com mais de 2 mil espécies de plantas; 132 espécies de mamíferos; 85 espécies de répteis; 463 espécies de aves; 35 espécies de anfíbios; 263 espécies de peixes.
Biodiversidade na Caatinga
NASA and Miguelrangeljr, Public domain, via Wikimedia Commons
A Caatinga é um bioma exclusivo do território brasileiro. Esse bioma destaca-se pelo clima Semiárido, quente e seco, e também pela presença de espécies endêmicas altamente adaptadas à seca.
A vegetação desse bioma é adaptada a longos períodos de estiagem e abrigam diversos animais que migram durante o período mais seco.