O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul, ocupando uma área de um pouco mais de 2 milhões de km², cerca de 20% do território nacional. Este bioma abrange os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, o Distrito Federal e partes de São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Piauí e Bahia.
Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul - Amazônica, São Francisco e Prata -, o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.
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O Cerrado também é conhecido como a savana brasileira. Em comum, possuem um clima tropical e predominância de gramíneas, arbustos e poucas árvores. Entretanto, o cerrado possui particularidades bem marcantes.
Ao contrário da savana africana, no cerrado brasileiro pode-se encontrar uma gama maior de paisagens além das citadas, com formações vegetais mais densas e muitas árvores, lembrando formações florestais. Ao mesmo tempo, também é possível encontrar neste bioma áreas sem árvores que se assemelham às pradarias.
Essa variação de densidade da vegetação rendeu ao Cerrado a classificação de ecótono, termo utilizado para identificar uma vegetação de transição entre dois biomas diferenciados.
O Cerrado abriga cinco principais tipos de formações vegetais, conforme apresentamos a seguir. A variação entre elas se dá de acordo com a umidade e a fertilidade do solo (a vegetação tende a ser mais densa em solos mais férteis).
Formação que possui muitas gramíneas com poucos arbustos.
Vegetação de gramíneas com um pouco mais de arbustos e poucas árvores.
Área com equilíbrio entre gramíneas, arbustos e árvores.
Áreas sem mata, cobertas de gramíneas. São terrenos planos, vales e colinas. Nesta formação, as árvores aparecem distantes umas das outras.
É o tipo mais denso de vegetação, no qual podem ser encontradas árvores mais altas, com até 15 metros de altura.
Neste bioma já foram catalogadas cerca de 11.627 espécies de plantas nativas. Muitas dessas plantas apresentam características de xeromorfismo. Entretanto, na maior parte da região pela qual se estende o Cerrado não falta água para a vegetação.
Uma evidência deste fato é que a vegetação do Cerrado não perde as folhas na estação seca, ao contrário das plantas típicas da Caatinga. O que as pesquisas mostraram é que as características de xeromorfismo do Cerrado, principalmente as cascas grossas e os caules retorcidos, se devem ao tipo de solo, que é ácido.
Devido à grande diversidade de habitats, é possível encontrar uma grande variedade de espécies animais no Cerrado. Cerca de 199 espécies de mamíferos são conhecidas, entre elas o macaco-prego, o sagui, o rato do mato, a anta, a capivara, o veado campeiro e a onça-pintada. O tamanduá-bandeira, o tatu-canastra e o lobo-guará são exemplos de mamíferos típicos do Cerrado ameaçados de extinção.
No grupo das aves, cerca de 837 espécies são conhecidas, entre elas pode-se citar os papagaios, urubus, gaviões e sabiás. Entre os répteis, 180 espécies já foram catalogadas, dentre elas estão a jararaca, a cascavel, a sucuri e também cágados, jabutis e lagartos.
Outro destaque deste bioma vai para os insetos, que são habitantes de grande importância para o ecossistema. Os cupins, por exemplo, são garantia de alimento para tamanduás e tatus. As abelhas, por sua vez, têm o papel de polinizar as flores da região.
Atualmente, calcula-se que resta apenas 20% da cobertura vegetal do Cerrado. O desmatamento intenso se iniciou no século XX, devido à expansão da fronteira agrícola para a região Centro-Oeste, principalmente entre as décadas de 60 e 70.
Como o solo do Cerrado é muito ácido, ele teoricamente não seria interessante para a agricultura. Entretanto, o relevo relativamente plano e o baixo preço da terra na região tornaram muito lucrativos os investimentos em tecnologia agrícola para corrigir a acidez do solo e adaptar as sementes às suas condições naturais.
A expansão da agricultura moderna gerou crescimento econômico para certas regiões do Centro-Oeste, o que promoveu o desmatamento e a contaminação de rios e lençóis freáticos, devido ao alto nível de uso de agrotóxicos.
A ocupação predatória associada à expansão da fronteira agropecuária e acelerada pelo plantio da soja tem deflagrado, com a perda da cobertura vegetal, a diminuição da biodiversidade, a erosão do solo, a escassez e a contaminação dos recursos hídricos no bioma cerrado. Segundo ambientalistas, o cerrado brasileiro corre o risco de se transformar em um deserto.
A respeito desse assunto, analise as afirmações abaixo.
É correto o que se afirma: