Senso Comum: o que é e diferença para o senso crítico

O senso comum está também ligado ao campo das crenças populares, que  muitas vezes passam de uma geração para outra e que ajudam a construir os imaginários sociais coletivos e estão, muitas vezes, atrelados a crenças sobre práticas e ações corriqueiras.  Por exemplo, faz parte do senso comum acreditar que os cabelos devem ser cortados durante a lua crescente, para que cresçam mais rapidamente. Ainda de acordo com senso comum, cortar o cabelo na fase da lua minguante influenciaria no crescimento e volume dos cabelos, o cabelo ficaria “minguado”, sem viço, sem vida.

O senso comum exposto acima não pode ser explicado a partir de nenhuma referência racional ou científica, faz apenas parte de uma crença popular, que de tanto ser repetida, muitas vezes, é considerada  por muitos como sendo verdadeira. Abaixo, descubra mais sobre o senso comum, suas principais características e descubra também mais algumas crenças relacionadas ao senso comum.

Fases da lua, que segundo o senso comum, podem interferir no resultado dos cortes de cabelo.

O senso comum é um conjunto de conhecimentos e crenças que são amplamente aceitos como verdadeiros por uma determinada comunidade ou sociedade, mas que não são necessariamente baseados em evidências científicas ou na reflexão crítica.

Quais são as principais características do senso comum? 

As principais características do senso comum são:

• É passível de ser aceito ou rejeitado por um grupo social: o senso comum é geralmente baseado nas crenças compartilhadas por uma comunidade ou sociedade, mas pode ser questionado e modificado ao longo do tempo.
• É impreciso e incompleto: o senso comum muitas vezes é baseado em generalizações simplistas ou incompletas, que não refletem adequadamente a complexidade do mundo ao nosso redor.
• É influenciado por fatores subjetivos: o senso comum pode ser influenciado por crenças preconcebidas, emoções, interesses pessoais e outros fatores subjetivos que podem levar a conclusões equivocadas.
• É menos rigoroso e crítico que o conhecimento científico: o senso comum é menos rigoroso e crítico em relação a suas fontes e métodos de validação, e pode ser mais suscetível a erros e vieses.
• É útil e importante para a vida cotidiana: apesar de suas limitações, o senso comum é uma forma útil de conhecimento para a tomada de decisões e a resolução de problemas na vida cotidiana.

Exemplos de crenças e práticas baseadas no senso comum incluem:

• "Tomar um resfriado" ao se molhar na chuva ou ficar exposto ao ar-condicionado
• Utilizar remédios caseiros como chás e compressas para tratar doenças
• Acreditar que a lua cheia pode influenciar o comportamento humano
• Evitar comer alimentos pesados antes de fazer exercícios físicos
• Acreditar que o horóscopo pode influenciar a personalidade e o destino das pessoas

Como o senso comum pode influenciar nosso comportamento e percepção da realidade?

O senso comum pode influenciar nosso comportamento e percepção da realidade de diversas formas. Ele pode nos levar a acreditar em informações sem fundamentos científicos, influenciar nossas decisões e julgamentos de forma emocional, e nos levar a ter uma visão simplificada e estereotipada do mundo.

Por exemplo, uma pessoa que acredita que a lua cheia pode influenciar o comportamento humano pode agir de forma diferente durante esse período, como ficar mais alerta ou ter medo de sair de casa à noite. Além disso, o senso comum pode levar a generalizações e preconceitos, como acreditar que todas as pessoas de determinada etnia ou grupo social têm determinadas características ou comportamentos.

O senso comum é o conhecimento prático e cotidiano que adquirimos por meio da experiência e da cultura, enquanto o senso crítico é a capacidade de analisar e avaliar ideias e informações de forma objetiva e fundamentada em evidências. O senso comum muitas vezes é baseado em generalizações simplistas e incompletas, enquanto o senso crítico busca uma compreensão mais aprofundada e precisa da realidade. Enquanto o senso comum pode levar a preconceitos e estereótipos, o senso crítico busca evitar esses problemas por meio da avaliação cuidadosa e fundamentada em evidências.

Como o senso comum é diferente do conhecimento científico? 

O senso comum difere do conhecimento científico principalmente em sua origem e método de validação. Enquanto o conhecimento científico é baseado em pesquisas sistemáticas, experimentos e testes empíricos, o senso comum é formado a partir da experiência pessoal, da tradição cultural, da intuição e da observação casual do mundo ao nosso redor. Além disso, o conhecimento científico é submetido a um processo rigoroso de validação e revisão por pares, visando minimizar erros e vieses, enquanto o senso comum é menos crítico e pode ser influenciado por crenças preconcebidas, emoções e outras formas de subjetividade. 

O senso comum pode ser influenciado por fatores subjetivos, como emoções e interesses pessoais, o que pode levar a conclusões equivocadas.

Quais são as críticas mais comuns ao senso comum? 

As críticas mais comuns ao senso comum são:

• Falta de fundamentação científica: O senso comum é baseado em conhecimentos empíricos que não são validados cientificamente, o que pode levar a conclusões equivocadas ou baseadas em preconceitos.
• Generalizações simplistas: O senso comum muitas vezes utiliza generalizações simplistas para explicar situações complexas, o que pode levar a estereótipos e preconceitos.
• Influência da cultura e das tradições: O senso comum é influenciado pela cultura e pelas tradições de uma sociedade, o que pode levar a visões distorcidas ou injustas sobre outras culturas e formas de vida.

Como o senso comum pode levar a preconceitos e estereótipos? 

O senso comum pode levar a preconceitos e estereótipos porque muitas vezes se baseia em generalizações simplistas que não refletem a complexidade das pessoas e das situações. Por exemplo, uma pessoa pode acreditar que todas as pessoas de determinada raça ou religião têm determinadas características ou comportamentos, o que pode levar a discriminação e injustiças.

O senso comum desempenha um papel significativo na sociedade e na política. 

Como o senso comum influencia a sociedade e a política?

O senso comum pode influenciar a sociedade e a política de diversas maneiras. Como mencionado anteriormente, o senso comum é influenciado pela cultura e tradições de uma sociedade, o que pode levar a visões distorcidas ou injustas sobre outras culturas e formas de vida. Além disso, as crenças baseadas no senso comum podem ser amplamente difundidas e adotadas pela população, mesmo que não sejam baseadas em evidências científicas ou informações precisas.

Essa influência do senso comum pode ser utilizada para manipular a opinião pública, principalmente na era das redes sociais e da informação instantânea. A disseminação de informações falsas e de notícias sensacionalistas pode levar a uma visão distorcida da realidade e a adoção de crenças baseadas em preconceitos e estereótipos.

Como o senso comum pode ser usado para manipular a opinião pública? 

Quando se trata de tomada de decisões políticas, a adoção de crenças baseadas apenas no senso comum pode ser perigosa. A falta de fundamentação científica pode levar a políticas públicas equivocadas, que não levam em conta as complexidades das questões sociais, econômicas e ambientais. Além disso, a adoção de crenças baseadas em preconceitos e estereótipos pode levar a políticas discriminatórias e injustas.

Senso comum pode colaborar com a propagação de fake news.

Quais são os perigos de se basear apenas no senso comum na tomada de decisões políticas? 

A basear decisões políticas apenas no senso comum, há vários perigos a considerar:

• Falta de fundamentação científica: O senso comum não é baseado em métodos rigorosos de pesquisa e validação. Decisões políticas baseadas em crenças populares sem uma base sólida em evidências podem não ser eficazes e podem até ser prejudiciais.
• Preconceito e estereótipos: O senso comum pode ser influenciado por preconceitos e estereótipos que podem levar a decisões políticas discriminatórias e injustas.
• Generalizações inadequadas: O senso comum muitas vezes é baseado em generalizações simplistas ou incompletas que não refletem adequadamente a complexidade das questões sociais, econômicas e ambientais.
• Ignorância das complexidades: O senso comum pode levar à adoção de soluções simplistas e rápidas para problemas complexos. Na política, isso pode levar a políticas públicas ineficazes que não abordam as causas fundamentais do problema.
• Manipulação: O senso comum pode ser facilmente manipulado por indivíduos ou grupos que buscam influenciar a opinião pública a seu favor.

Por esses motivos, é essencial que os líderes políticos e a sociedade em geral baseiem suas decisões em informações precisas e fundamentadas em evidências científicas, em vez de depender apenas do senso comum.

A filosofia nasce a partir da necessidade de explicar racionalmente uma série de dúvidas e questionamentos que, tradicionalmente, os gregos, explicavam a partir da mitologia. A base da filosofia é, portanto, a necessidade da reflexão racional e uso de metodologias e por isso, a filosofia se distancia do senso comum.

Filosofia e senso comum, embora tenham a mesma finalidade, a de resolver dúvidas e trazer respostas a questões, sejam elas cotidianas ou mais complexas, executam a tarefa de forma muito distinta, uma vez que o senso comum não se baseia em análises aprofundadas ou sistemáticas e considera questões culturais e sociais, bem diferente da filosofia que preza sempre por explicações racionais e que, portanto, fogem do senso comum.

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