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Formação de Portugal e Revolução de Avis

História do Brasil - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 28/7/2022

Índice

Introdução

A formação de Portugal aconteceu ainda na Baixa Idade Média, período marcado por significativas mudanças que possibilitaram o surgimento de importantes monarquias nacionais na Europa Ocidental.

Esse processo de centralização do poder monárquico no Reino de Portugal data ainda do século XII. Possui profunda relação com as chamadas Guerras de Reconquista, uma vez que foram as relações políticas estabelecidas nesse contexto que levaram à criação do Condado Portucalense e, mais tarde, à sua independência.

Alguns anos depois, já no século XIV, após a morte do Rei Fernando I, a iminência de uma possível união do Reino de Portugal com o Reino de Castela levou parte da população - burguesia e a “arraia miúda” - a se aliarem à Dom João Mestre de Avis, para garantir a consolidação de Portugal como reino independente.

Esse processo fundamental na formação de Portugal ficou conhecido como Revolução de Avis (1383-1385).

A formação de um reino não acontece de um dia para o outro. O contexto político da época foi fundamental para sua realização, como veremos a seguir.

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A Expansão Islâmica e as Guerras de Reconquista

A partir do século VIII, com a morte do profeta Maomé, os mouros (muçulmanos) passaram a avançar pela Arábia, Oriente Próximo e Norte da África, chegando à Península Ibérica.

A grande maioria das mais importantes cidades da região foram conquistadas pelos mouros, em um fenômeno conhecido como Expansão Islâmica.

A fim de recuperar esses territórios dominados e expulsar os invasores, os reinos cristãos visigóticos do norte travaram intensas batalhas: as Guerras de Reconquista.

Neste contexto, surgem pequenos reinos - expandidos conforme o processo de reconquista era bem sucedido - como, por exemplo, os chamados reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão (territórios hoje pertencentes à Espanha).

No período da guerra, esses quatro reinos uniram forças e contaram com o apoio de nobres franceses para a expulsão dos mouros. Um desses nobres se destacou por sua atuação e, como recompensa por seus esforços, ganhou de Afonso VI, rei de Leão, o poder sobre terras que formariam o Condado Portucalense. Esse foi Henrique de Borgonha, que, além da posse sob o território, recebeu a filha de Afonso VI como esposa. Desse casamento nasceu Afonso Henriques.

Herdeiro do trono do Condado Portucalense, Dom Afonso Henriques foi um dos responsáveis pela formação de Portugal como estado soberano. Ele conquistou a autonomia política do condado em 1139, através do Tratado de Zamora.

É nesse momento que foi instaurada, em Portugal, a Dinastia Borgonha, chegando a seu fim somente na ocasião da Revolução de Avis, em 1383.

Nesse contexto de formação de Portugal, as batalhas contra os muçulmanos em território português chegam ao fim em 1147, quando Afonso Henriques os expulsa ao conquistar Lisboa.

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A Revolução de Avis

Em 1383, morre o então rei de Portugal Dom Fernando I. Na época, Beatriz I, sua filha e herdeira, era também esposa de D. João I de Castela. Nesse cenário, a tomada de poder pela filha de Dom Fernando significaria a união do Reino de Portugal e do Reino de Castela.

Anos após de independência adquirida, a iminência dessa união dividiu opiniões em Portugal. Por um lado, a nobreza apoiava a aproximação com Castela, uma vez que o sistema feudal do Reino de Castela continuaria a conceder privilégios a essa parcela da população.

Por outro, burguesiae o povo (chamado no período de “arraia miúda”), posicionaram-se contra a coroação de Beatriz I, já que a união dos dois reinos significaria colocar Portugal sob o poder de um Rei que vinha dedicando-se fundamentalmente ao cruzadismo e à conquista de terras, ao invés do incentivo ao comério.

Dom João Mestre de Avis, irmão do falecido Dom Fernando I, une-se à burguesia e a “arraia miúda”, entrando em disputa pelo trono.

A Batalha de Aljubarrota

Após dois anos da morte de Dom Fernando I, sem chegarem a uma decisão pacífica, Dom João I de Castela acaba por invadir Portugal a fim de tomar o poder.

Entretanto, apesar do maior número de homens nas tropas castelhanas, as tropas de Dom João Mestre de Avis vencem a Batalha de Aljubarrota, em 1385. Dom João torna-se, então, soberano de Portugal, iniciando a Dinastia de Avis.

Batalha de Aljubarrota (biblioteca nacional da Noruega)Batalha de Aljubarrota (biblioteca nacional da Noruega)

E depois da Revolução

A Dinastia de Avis foi marcada pela aproximação e aliança do poder real com a burguesia.

Além disso, foi formada uma nova nobreza, uma vez que grande parte das famílias de nobres mais antigas abandonaram Portugal. Inicia-se, então, um período inédito de centralização monárquica e intenso crescimento do reino.

A partir dos interesses em comum entre a monarquia e a burguesia - como a busca por novas rotas de comércio nas Índias e busca por metais valiosos -, Portugal torna-se pioneiro na expansão marítima.

Iniciada com a Tomada de Ceuta, no ano de 1415, a expansão marítima portuguesa passou ao norte da África e, depois, chegou até os continentes asiático e americano.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UFRS/2007

Durante a Baixa Idade Média, ocorreu em Portugal a denominada Revolução de Avis (1383-1385), que resultou em uma mudança dinástica, cuja principal consequência foi:

A o enfraquecimento do poder monárquico diante das pressões localistas que ainda sobreviviam nas pequenas circunscrições territoriais do Reino.
B o surgimento de uma burguesia industrial cosmopolita e afinada com a mentalidade capitalista que se instaura na Europa.
C o início das grandes navegações marítimas, que resultaram no descobrimento da América e no reconhecimento da Oceania pelos lusitanos.
D o início do processo de expansão ultramarina, que levaria às conquistas no Oriente, além da ocupação e do desenvolvimento econômico da América portuguesa.
E o surgimento de uma aristocracia completamente independente do Estado, que tinha como projeto político mais relevante a expansão do ideal cruzadista.
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