A Guerra dos Mascates (1710-1712) foi um movimento nativista que ocorreu na capitania de Pernambuco durante o período colonial. Tal movimento aconteceu por conta de rivalidades locais e não visava ao rompimento com a metrópole, isto é, não era emancipacionista.
O conflito se deu entre os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife, em uma disputa pelo poder local. A guerra recebeu esse nome devido à participação dos comerciantes portugueses, que eram chamados pejorativamente de mascates.
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Em meados do século XVII, um conjunto de movimentos políticos começou a se mobilizar no Brasil Colônia, os denominados movimentos nativistas. Esses movimentos expressavam o descontentamento dos colonos em relação aos abusos de Portugal, que se intensificaram após a Restauração Portuguesa.
Vale ressaltar que esses movimentos não eram emancipacionistas, e sim visavam à defesa de interesses locais ou regionais. Outros movimentos que podem ser classificados como nativistas são a Revolta de Beckman, a Guerra dos Emboabas, a Revolta de Filipe dos Santos e a Aclamação de Amador Bueno.
Nordeste brasileiro, os holandeses passaram a cultivar cana-de-açúcar nas Antilhas, que eram suas colônias. Dessa forma, como eles já dominavam o refino e a comercialização do açúcar na Europa, a economia açucareira do Brasil entrou em crise.
Após serem expulsos doAssim, o poder econômico local passou a rodar em torno do povoado de Recife, dominado por comerciantes portugueses, chamados pejorativamente de mascates. Devido à decadência da cana, os senhores de engenho de Olinda passaram a se endividar com os comerciantes portugueses de Recife. Ainda assim, eles continuavam a controlar o poder político da capitania de Pernambuco.
A Guerra dos Mascates teve como principal causa a grande rivalidade entre os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife, sendo que os comerciantes portugueses contavam com o apoio do governador Sebastião de Castro Caldas. Essa rivalidade podia ser observada, principalmente, por meio da disputa entre Olinda e Recife pelo poder político da capitania de Pernambuco.
Além disso, o favorecimento da metrópole aos comerciantes, a crise econômica em Olinda e o forte sentimento antilusitano por parte dos aristocratas olindenses também são causas do conflito.
A Guerra dos Mascates teve início quando Recife foi elevada ao título de vila, o que favorecia os comerciantes portugueses.
A aristocracia de Olinda iniciou essa revolta com o objetivo de dominar politicamente a região da capitania de Pernambuco. Ademais, a rebelião também visava a fazer com que a Coroa tratasse igualmente Olinda e Recife. Por fim, os aristocratas também lutavam para que Recife fosse rebaixado ao grau de povoado.
Em 1710, os senhores de engenho de Olinda, comandados por Bernardo Vieira de Melo e Pedro Ribeira da Silva, invadiram Recife, libertaram os presos e destruíram o Pelourinho (coluna de pedra em que puniam os considerados criminosos em local público). A invasão teve como justificativa o fato de que os recifenses desrespeitavam as fronteiras entre as comarcas de Recife e Olinda.
Em 1711, os comerciantes portugueses de Recife revidaram e invadiram Olinda. Eles destruíram vilas e engenhos durante a invasão.
Também em 1711, a Coroa Portuguesa nomeou um novo governador para a capitania de Pernambuco, Félix José de Mendonça, e enviou tropas para conter a revolta e para prender os responsáveis pelo conflito. A Guerra dos Mascates cessou em 1712, após essas medidas.
Ao fim da guerra, o novo governador determinou que os principais líderes do movimento fossem presos. Além disso, em 1712, Recife recebeu o título de cidade e capital de Pernambuco, o que evidencia o favorecimento dos comerciantes portugueses pela Coroa Portuguesa. Como consequência disso, a rivalidade entre os senhores de engenho e os comerciantes portugueses se intensificou ainda mais.
Após dois anos do fim da Guerra dos Mascates, em 1714, o rei que governava na época, D. João V, concedeu anistia às pessoas que participaram do conflito, desde que não houvesse mais confrontos.
Ademais, a fim de evitar novas revoltas, o governador Félix José estabeleceu que a administração de Pernambuco seria alternada semestralmente entre Olinda e Recife.
A chamada Guerra dos Mascates, ocorrida em Pernambuco, em 1710, deveu-se: