Com o declínio do comércio de especiarias, as atenções portuguesas voltaram-se para a América portuguesa e as constantes tentativas de invasão tornaram-se uma preocupação. É nesse contexto que em 1534, o então Rei Dom João III inaugura o sistema das capitanias hereditárias, na intenção de começar o processo de povoamento na colônia.
O que eram as capitanias hereditárias?
As capitanias hereditárias já haviam sido implementadas pelos portugueses em outros territórios coloniais, como a Ilha da Madeira e Cabo Verde. No Brasil, o rei dividiu a faixa litorânea em 15 lotes, 14 capitanias e entregou-as a 12 donatários, nobres portugueses que tinham a posse útil das terras.
A posse das capitanias era passada aos descendentes dos donatários e estes donatários podiam entregar pedaços de terras, as chamadas sesmarias, para terceiros.
O sistema das capitanias hereditárias foi uma estratégia interessante para o governo português, uma vez que povoou a colônia sem grandes custos para o Estado.
Pouco mais de 10 anos depois da doação das terras por parte do rei, o sistema das capitanias hereditárias ainda não funcionava muito bem. Isso porque, a maioria dos donatários não veio para o Brasil imediatamente, deixando buracos vazios no litoral, o que enfraquecia sua função de defesa.
As capitanias viviam até então em um regime extremamente desorganizado, com falhas na comunicação entre os donatários e falta de recursos. Mediante a esse cenário, Dom João III acreditou que a solução viria da centralização da administração em uma autoridade real, fundando assim em 1548 o chamado Governo-Geral.
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Ciclo da Cana-de-Açúcar
Junto com as capitanias hereditárias e seus donatários, começa o plantio de cana-de-açúcar no Brasil. Os portugueses esperavam que ao introduzir o cultivo da cana, conseguissem firmar a colonização, garantir a presença portuguesa e com isso, impedir as invasões externas e ameaças estrangeiras.
Os holandeses desempenhavam papel importante no ciclo da cana no Brasil. Primeiro, faziam empréstimos para que portugueses cultivassem a cana na América Espanhola. Além disso, eram eles quem compravam a maior parte da matéria-prima, refinavam e vendiam o açúcar.
Quando em meados do século XVII, foram expulsos do litoral do nordeste brasileiro e depois de algumas tentativas frustradas de invadir o território brasileira, os holandeses conquistam a região do Caribe.
É nesse momento que começam a plantar sua própria cana-de-açúcar e entre os anos de 1680 e 1700 param de comprar a cana dos portugueses. Além disso, passam a controlar o transporte e comércio do produto e dominam o mercado consumidor europeu, iniciando a crise do ciclo da cana-de-açúcar no Brasil.
Com a descoberta do ouro no final do século XVII, a economia passou a se voltar para a extração do minério, principalmente na região de Minas Gerais.
O Ciclo do Ouro
A partir do final do século XVII, a descoberta do ouro impulsionou a extração e exportação dos minérios, tornando essa atividade a principal desta fase colonial no país.
"O Ciclo do Ouro” de Rodolfo Amoedo
As primeiras grandes reservas de ouro do Brasil foram descobertas pelos bandeirantes na região que hoje é Minas Gerais. Portugal passou décadas explorando e canalizando esses recursos tão valiosos. A metrópole cobrava altos impostos em cima da atividade, como o chamado “quinto”, taxa de 20% sob todo ouro retirado das minas.
Desde a segunda metade do século XVIII, o ouro começou a ficar mais escasso. Entretanto, Portugal não diminuiu os impostos sobre ele, já que o país havia acabado de passar por um terremoto e precisava de recursos para se restabelecer. Ao contrário, decretou a chamada “derrama”, imposto que obrigava cada região aurífera (extratora de ouro) a recolher uma tonelada e meia de ouro por ano e entregá-lo para Portugal.