O ciclo do ouro foi um período na história do Brasil Colônia em que a principal atividade econômica era a extração e exportação do ouro. As primeiras grandes reservas de ouro no Brasil foram encontradas na região de Minas Gerais e tornaram-se a principal fonte de renda da economia brasileira a partir do final do século XVII, enquanto o ciclo da cana-de-açúcar estava chegando ao fim.
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O Descobrimento do Brasil aconteceu em 1500 em meio ao processo das Grandes Navegações e Expansão Marítima portuguesa. As primeiras caravelas a aportar em solo brasileiro eram lideradas por Pedro Álvares Cabral. Entretanto, a chegada dos portugueses não significou nem de perto uma rápida consolidação do domínio colonial. Na verdade, o Período Pré-Colonial foi marcado por um relativo desinteresse da coroa portuguesa por explorar efetivamente essas terras.
Somente em 1532, com a chegada das primeiras expedições colonizadoras, deu-se início no período chamado Brasil Colônia, marcado pela expansão territorial e exploração de matérias-primas.
Foi nesse contexto que em 1534, o então Rei Dom João III inaugurou o sistema das capitanias hereditárias, na intenção de começar o processo de povoamento na colônia. A posse das capitanias era passada aos descendentes dos donatários e esses donatários podiam entregar pedaços de terras, as chamadas sesmarias, para terceiros. O sistema das capitanias hereditárias foi uma estratégia interessante para o governo português, uma vez que povoou a colônia sem grandes custos para o Estado.
Com as capitanias hereditárias e seus donatários, começa o plantio de cana-de-açúcar no Brasil. Os portugueses esperavam que ao introduzir o cultivo da cana, conseguissem firmar a colonização, garantir a presença portuguesa e com isso, impedir as invasões externas e ameaças estrangeiras.
Quando os holandeses conquistaram a região do Caribe e começaram a plantar sua própria cana-de-açúcar, não demorou muito para que parassem de comprar a cana dos portugueses (basicamente entre os anos de 1680 e 1700). Além disso, passaram a controlar o transporte e comércio do produto e dominaram o mercado consumidor europeu, levando à crise do ciclo da cana-de-açúcar no Brasil.
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Os primeiros grandes reservatórios de ouro foram encontrados em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Dessa forma, após o declínio da exploração da cana-de-açúcar, a descoberta do ouro impulsionou a extração e exportação dos minérios, tornando essa atividade a principal desta fase colonial no país.
De forma semelhante ao que acontecia com a divisão das terras para monocultura - separadas em sesmarias latifundiárias - as terras para exploração dos minérios foram divididas em lotes.
Portugal passou décadas explorando e canalizando esses recursos tão valiosos. A metrópole cobrava altos impostos em cima da atividade, como o chamado Quinto, taxa de 20% sobre todo ouro retirado das minas. Outros impostos cobrados eram a Derrama, quota de 1.500 kg de ouro por ano como meta a ser atingida pela colônia, e a Capitação, imposto que o senhor pagava por cada escravo que trabalhava para ele.
É importante pontuar que, apesar dos altos impostos cobrados por Portugal, a maior parte dos lucros decorrentes da exploração de minérios no Brasil foi para a Inglaterra, devido à grande dependência econômica de Portugal em relação ao país, estabelecida pelo Tratado de Methuen.
Durante o século XVIII, o ciclo do ouro alcançou seu auge, gerando aumento exponencial do fluxo de mercadorias e pessoas nas regiões de exploração e seu desenvolvimento econômico. Várias cidades surgiram e cresceram nesse período, assim como as atividades comerciais, construções de igrejas, teatros e escolas. Ouro Preto, Tiradentes e Mariana são exemplos dessas cidades na região de Minas Gerais.
Em geral, o ciclo do ouro foi responsável pelo deslocamento do centro comercial da região Nordeste (por conta da cana-de-açúcar) para as regiões de exploração de minérios (Sul e Sudeste). A fim de realizar de forma mais firme a fiscalização das regiões de mineração, a capital da colônia passou de Salvador para o Rio de Janeiro. Além disso, o processo de ocupação das regiões ricas em minérios também fez desenvolver outras atividades, como a pecuária e a agricultura.
A partir da segunda metade do século XVIII, o ouro começou a ficar mais escasso. Entretanto, Portugal não diminuiu os impostos sobre ele, já que o país havia acabado de passar por um terremoto e precisava de recursos para se restabelecer. Ao contrário, decretou a chamada “Derrama”, imposto que obrigava cada região aurífera (extratora de ouro) a recolher uma tonelada e meia de ouro por ano e entregá-lo para Portugal.
No século XVIII a produção do ouro provocou muitas transformações na colônia. Entre elas podemos destacar: