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João Goulart (Jango)

História do Brasil - Manual do Enem
Maria Clara Cavalcanti Publicado por Maria Clara Cavalcanti
 -  Última atualização: 28/7/2022

Índice

Introdução

João Goulart, popularmente conhecido como Jango, foi um político nascido no Rio Grande do Sul e o vigésimo quarto homem a assumir a presidência da República brasileira. Os anos em que Jango esteve no cargo de presidente (1961-1964) foram marcados por inúmeras tensões e disputas. Em abril de 1964, João Goulart sofreu um Golpe Militar orquestrado por forças civis e militares de oposição.

Trajetória política

Bacharel em direito, João Goulart tinha muita popularidade na região onde nasceu e onde vivia a sua família. Incentivado pelo próprio Getúlio Vargas, lançou-se na política e foi eleito deputado estadual pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) em 1947. Em 1950 foi eleito Deputado Federal e entre 1952 e 1964 foi presidente nacional do PTB.

Durante o segundo governo de Getúlio Vargas, João Goulart foi Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, momento em que promulgou medidas em prol dos trabalhadores, como o aumento de 100% do salário mínimo. Essa medida não agradou em nada os setores empresariais e mais conservadores da população e tornou-se um dos motivos dos ataques ao poder de Getúlio Vargas em 1954.

Após o suicídio de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente em 1955 e João Goulart eleito seu vice-presidente, em um período em que as eleições para presidência e vice-presidência eram feitas separadamente.

5 anos depois, Jango foi novamente eleito como vice-presidente, dessa vez durante a presidência de Jânio Quadros. João Goulart e Jânio Quadros possuíam perspectivas políticas bem distintas. Enquanto Jânio era apoiado pelo partido historicamente de oposição à Vargas, a UDN (União Democrática Nacional), Jango era getulista.

João Goulart: Presidente da República

O governo de Jânio Quadros não durou muito. Com a ruptura da UDN e de outros setores conservadores, o então presidente acabou renunciando em agosto de 1961. 

Na época da renúncia de Jânio Quadros, Jango estava visitando a República Popular da China, uma ditadura comunista. Somado ao fato de que Jango possuía uma trajetória política que não agradava às parcelas conservadoras da população, a visita de Jango à China foi motivo para que alguns grupos civis e militares tentassem impedir a volta de Jango ao Brasil, com a justificativa de que o então vice-presidente instauraria uma revolução comunista no país.  

Aconteceu então a chamada “Batalha da Legalidade”, onde grupos distintos disputaram a volta e tomada de poder de Jango. O então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, junto a um grupo de militares, articulou uma campanha para viabilizar a volta de Jango e garantir sua posse, a chamada Campanha da Legalidade.

Diante da tensão, o Congresso Nacional transformou o regime presidencialista em parlamentarista, o que veio a restringir a força política de Goulart, mas possibilitou sua volta e sua posse em setembro de 1961. O regime parlamentarista durou 14 meses e teve fim em 1963 por voto popular.

Durante o governo de Jango, um política econômica conservadora foi posta em voga, incluindo a diminuição da participação das empresas estrangeiras e a limitação dos lucros das mesmas.

Ao mesmo tempo, João Goulart também procurava atender às reivindicações das classes populares. Defendia assim a realização das chamadas Reformas de Base, que tinha por objetivo a distribuição de renda a partir de transformações e reformas nas estruturas agrárias, administrativas, tributárias e educacionais. Nesse contexto, surgiram e fortaleceram-se movimentos sociais como as Ligas Camponesas.

Goulart em seu governo tentou se aproximar do reformismo populista, junto a Leonel Brizola, criando espaço para aspirações de uma esquerda complexa e distinta e ampliando as tensões com setores da direita.

O posicionamento político de João Goulart diante das classes populares eseuímpeto por promover essas reformas de base desagradaram demasiadamente as classes conservadoras - civis e militares - da população.

O Golpe em João Goulart

Em março de 1964, João Goulart anunciou em um grande comício na Central do Brasil que daria início às Reformas de Base. O comício - onde foram pautadas as reformas tributária, eleitoral, pelo voto dos analfabetos, pela emancipação e justiça social - contou com mais de 200 mil participantes.

Diante do receio a uma suposta “ameaça comunista” e como resposta ao Comício da Central do Brasil, grupos conservadores políticos, civis e militares organizaram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Historiadores apontam para o fato de que os Estados Unidos tiveram uma participação financeira nessa movimentação, uma vez que no contexto da Guerra Fria, era de seu interesse conter a possível emergência de regimes de esquerda em outros países.

Essa marcha teve como um de seus organizadores o político Carlos Lacerda, a participação da Igreja Católica, de famílias e setores conservadores da população. Sobre a figura de João Goulart recaiu a imagem de comunista.

Foi nesse contexto que em 31 de março de 1964, grupos militares e civis conservadores insatisfeitos com a política de João Goulart e com os avanços dos direitos das classes populares, promulgaram o que ficou conhecido como Golpe de 1964

Jango, com receio de derramamento de sangue e conflitos violentos, acabou por não resistir ao Golpe. Castelo Branco foi o primeiro presidente da Ditadura Militar no Brasil e João Goulart pediu asilo político no Uruguai.

João Goulart e Leonel Brizola.João Goulart e Leonel Brizola.

Comício da Central do Brasil no Rio de Janeiro.Comício da Central do Brasil no Rio de Janeiro.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
PUC/2016

Em março de 1964, um movimento militar derrubou o então presidente João Goulart (PTB), dando origem a uma nova fase da história brasileira, na qual se estabeleceu uma Ditadura Militar, que durou até meados dos anos 1980. Sobre as causas que deram origem ao Golpe Militar de 1964,NÃO é possível incluir:

A As reformas de base que Jango tentou implantar no seu governo e que deveriam envolver a reforma eleitoral e a reforma agrária, contrariando os interesses das classes conservadoras.
B A falta de apoio de Goulart à revolta dos sargentos que defendiam o direito dos indivíduos desta patente se candidatarem ao Poder Legislativo, o que descontentou a cúpula militar.
C As diretrizes da Política Externa Independente (PEI) adotada pelo governo João Goulart, que privilegiava alianças diplomáticas com países fora da zona de controle dos EUA, provocando temores em Washington sobre os seus reais propósitos.
D As características políticas de João Goulart, líder sindicalista e populista, o que levava os setores conservadores a suspeitar de suas intenções em estabelecer um regime peronista no Brasil.
E A visão oposicionista da grande imprensa brasileira, que encetou forte campanha contra o governo de Goulart, especialmente entre os anos de 1963 e 1964, defendendo a sua saída da Presidência da República.
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