O governo de Jânio Quadros não durou muito. Com a ruptura da UDN e de outros setores conservadores, o então presidente acabou renunciando em agosto de 1961.
Na época da renúncia de Jânio Quadros, Jango estava visitando a República Popular da China, uma ditadura comunista. Somado ao fato de que Jango possuía uma trajetória política que não agradava às parcelas conservadoras da população, a visita de Jango à China foi motivo para que alguns grupos civis e militares tentassem impedir a volta de Jango ao Brasil, com a justificativa de que o então vice-presidente instauraria uma revolução comunista no país.
Aconteceu então a chamada “Batalha da Legalidade”, onde grupos distintos disputaram a volta e tomada de poder de Jango. O então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, junto a um grupo de militares, articulou uma campanha para viabilizar a volta de Jango e garantir sua posse, a chamada Campanha da Legalidade.
Diante da tensão, o Congresso Nacional transformou o regime presidencialista em parlamentarista, o que veio a restringir a força política de Goulart, mas possibilitou sua volta e sua posse em setembro de 1961. O regime parlamentarista durou 14 meses e teve fim em 1963 por voto popular.
Durante o governo de Jango, um política econômica conservadora foi posta em voga, incluindo a diminuição da participação das empresas estrangeiras e a limitação dos lucros das mesmas.
Ao mesmo tempo, João Goulart também procurava atender às reivindicações das classes populares. Defendia assim a realização das chamadas Reformas de Base, que tinha por objetivo a distribuição de renda a partir de transformações e reformas nas estruturas agrárias, administrativas, tributárias e educacionais. Nesse contexto, surgiram e fortaleceram-se movimentos sociais como as Ligas Camponesas.
Goulart em seu governo tentou se aproximar do reformismo populista, junto a Leonel Brizola, criando espaço para aspirações de uma esquerda complexa e distinta e ampliando as tensões com setores da direita.
O posicionamento político de João Goulart diante das classes populares eseuímpeto por promover essas reformas de base desagradaram demasiadamente as classes conservadoras - civis e militares - da população.