Trabalhar suspenso por cordas em grandes alturas deixou de ser algo exclusivo do montanhismo esportivo. O alpinista industrial é um profissional especializado em realizar serviços técnicos em locais de difícil acesso.
Ele utiliza equipamentos semelhantes aos do alpinismo tradicional — mas com foco em segurança, produtividade e manutenção predial, estrutural ou industrial. Essa atividade vem ganhando espaço no Brasil, impulsionada pelo crescimento da construção civil, da indústria energética e da busca por soluções ágeis e eficientes para trabalhos em altura.
Além de exigir preparo físico e psicológico, a profissão requer qualificação técnica, certificações específicas e cumprimento rigoroso de normas de segurança. As oportunidades de atuação são diversas, e a demanda por profissionais treinados tende a crescer nos próximos anos.
O que faz um alpinista industrial?
O alpinista industrial executa tarefas técnicas em locais de difícil acesso, geralmente em grandes alturas, utilizando técnicas de acesso por corda. Esse método dispensa o uso de andaimes ou plataformas elevatórias, o que torna o trabalho mais ágil, seguro e menos oneroso em diversas situações.
Entre suas principais atividades estão a manutenção predial e industrial, limpeza e conservação de fachadas, pintura, soldagem em estruturas metálicas, inspeções técnicas e até serviços emergenciais, como contenções ou desmontagens.
A atuação do alpinista industrial pode ser tanto em ambientes urbanos — como edifícios comerciais — quanto em estruturas de grande porte, como refinarias, plataformas offshore (estruturas no mar) e torres de energia.
O diferencial da função está na capacidade de operar com precisão em áreas de difícil acesso, sempre seguindo procedimentos rigorosos de segurança e planejamento. Cada atividade é precedida por análises de risco, escolha adequada de equipamentos e definição de rotinas operacionais.
A atuação do alpinista industrial está presente em diferentes setores da economia, especialmente naqueles que exigem intervenções técnicas em estruturas elevadas ou de difícil acesso. As principais oportunidades estão em áreas como:
Construção civil e manutenção predial, com foco em fachadas de edifícios, silos, reservatórios e galpões industriais;
Indústria de óleo e gás, incluindo plataformas offshore e refinarias, onde o acesso por corda facilita inspeções e reparos em estruturas metálicas;
Energia eólica, com serviços de manutenção em turbinas e torres;
Setor portuário e naval, com trabalhos em cascos de navios, guindastes e estruturas portuárias;
Mineração e siderurgia, especialmente em estruturas verticais e equipamentos de grande porte.
A flexibilidade do acesso por corda permite que empresas reduzam custos com montagem de andaimes e acelerem processos de manutenção. Além disso, a adoção dessa técnica está associada à redução de riscos, desde que as normas de segurança sejam seguidas à risca.
Quais são os riscos e cuidados essenciais na profissão
O trabalho do alpinista industrial envolve altos níveis de risco, principalmente devido à execução de tarefas em altura e em áreas de difícil acesso. Quedas, choques mecânicos, exposição a intempéries e falhas em equipamentos estão entre os principais perigos associados à atividade.
Para diminuir esses riscos, a legislação brasileira exige o cumprimento de normas rigorosas de segurança, com destaque para a NR 35, que estabelece regras específicas para o trabalho em altura, incluindo o uso de equipamentos adequados, planejamento das atividades e capacitação obrigatória dos profissionais que atuam suspensos por cordas.
Entre os cuidados indispensáveis estão:
Uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) certificados, como capacetes, talabartes, cadeirinhas, cordas, freios mecânicos e outros equipamentos para alpinismo industrial;
Realização de Análise de Risco e emissão da Permissão de Trabalho (PT) antes de cada operação;
Treinamento específico para trabalho em altura, com reciclagem periódica;
Presença de sistemas de ancoragem e proteção contra quedas;
Planos de emergência e resgate devidamente estruturados.
A adoção dessas medidas é essencial para preservar a integridade física dos profissionais e garantir a conformidade legal das empresas contratantes.
O que diz a NR 35: trabalho em altura com segurança
A NR 35 (Norma Regulamentadora nº 35), do Ministério do Trabalho e Emprego, é a principal referência legal para o trabalho em altura no Brasil. A norma define critérios para garantir a segurança e saúde dos profissionais envolvidos em atividades realizadas a mais de dois metros do nível inferior, sempre que houver risco de queda.
Entre os pontos centrais da norma estão:
Obrigatoriedade de capacitação específica com carga horária mínima e instrutores habilitados;
Realização de análise de risco antes da atividade;
Elaboração de procedimentos operacionais detalhados;
Fornecimento e uso correto de EPIs adequados;
Definição de planos de emergência e resgate.
Além disso, a NR 35 estabelece que cabe às empresas garantir que todas as condições de segurança estejam atendidas, e que os trabalhadores tenham ciência dos riscos envolvidos. Também é obrigatório que os profissionais passem por reciclagem periódica para atualização dos conhecimentos.
Como se tornar um alpinista industrial
Para atuar como alpinista industrial, é necessário realizar um curso específico sobre técnicas de acesso por corda e os procedimentos de segurança exigidos por lei.
A formação deve incluir a certificação em trabalho em altura, conforme estabelece a NR 35, além de treinamentos práticos com simulações de resgate, manuseio de equipamentos e deslocamento vertical.
Os requisitos mais comuns para iniciar na área incluem:
Ter mais de 18 anos;
Estar com a saúde física e mental em dia (alguns cursos exigem atestado médico);
Concluir o curso de alpinismo industrial oferecido por instituições reconhecidas;
Obter a certificação em NR 35, que é obrigatória para qualquer atividade acima de dois metros com risco de queda.
Os profissionais que desejam ampliar as oportunidades de trabalho, inclusive fora do Brasil, também podem buscar certificações internacionais, como a IRATA (Industrial Rope Access Trade Association) ou a SPRAT (Society of Professional Rope Access Technicians), que são bem valorizadas no setor industrial global.
A entrada na profissão não exige formação superior, o que torna essa carreira acessível para quem busca qualificação técnica e rápida inserção no mercado de trabalho.
Quanto ganha um alpinista industrial no Brasil
A remuneração de um alpinista industrial varia conforme a região, a experiência profissional e o tipo de atividade desempenhada. De acordo com dados recentes da plataforma Glassdoor, o salário base médio no Brasil é de R$ 2 mil por mês. A faixa salarial base costuma variar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil mensais.
Além do salário fixo, muitos profissionais recebem remuneração variável, que pode incluir adicionais por periculosidade, horas extras e bonificações por produtividade. Essa parcela variável tem uma média de R$ 746 por mês, podendo chegar a até R$ 3 mil, conforme o tipo de contrato e local de trabalho.
Com a escassez de profissionais qualificados e o avanço das regulamentações, a tendência é que os salários se tornem mais atrativos, principalmente em setores de maior risco ou que operam em regime offshore — modelo de trabalho realizado em alto-mar.
Carreira em ascensão: por que apostar no alpinismo industrial
Tem crescido a demanda por profissionais especializados em alpinismo industrial no Brasil, impulsionada pela expansão de setores como energia, construção civil, manutenção predial e infraestrutura. Com isso, cresce também a busca por serviços técnicos realizados em altura com agilidade, precisão e segurança.
Um avanço importante na área é o projeto de lei em tramitação no Senado que propõe regulamentar a atividade de alpinista industrial no Brasil. A medida pode consolidar a carreira no mercado nacional, ampliar o reconhecimento profissional e reforçar o compromisso com segurança e qualificação técnica no setor.
Apesar da crescente procura, o número de profissionais qualificados ainda é restrito, o que gera boas oportunidades para quem busca uma carreira técnica com rápida inserção no mercado e retorno financeiro competitivo.
Há também possibilidade de atuação em diferentes regiões e segmentos, inclusive fora do país, especialmente para quem investe em certificações reconhecidas internacionalmente, como IRATA ou SPRAT.
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