Desastres Naturais: podem ou não ser evitados? Como o tema aparece no Enem?
Com os últimos acontecimentos no Rio Grande do Sul um debate sobre os desastres naturais retorna: eles podem ser evitados? E como a temática pode aparecer no Enem?
Recentemente, as atenções se voltaram novamente para os desastres naturais, um tema que há tempos é de extrema relevância, mas que ganha contornos ainda mais dramáticos diante das enchentes devastadoras que assolam o estado do Rio Grande do Sul.
Este fenômeno reacende o debate sobre até que ponto esses eventos catastróficos são inevitáveis e como podemos, enquanto sociedade, responder a eles de maneira mais eficaz.
Pensando em atualidades e sua cobrança no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o entendimento aprofundado sobre os desastres naturais não apenas enriquece seu repertório cultural e científico, mas também pode te preparar para questões interdisciplinares que frequentemente aparecem na prova.
Vamos entender a diversidade de assuntos que envolvem os desastres naturais, desde seu significado, até as estratégias de prevenção e manejo, e como eles podem ser vinculados com o Enem.
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O que são Desastres Naturais?
Desastres naturais são eventos severos que resultam da atividade da natureza, como terremotos, furacões, tornados, inundações e erupções vulcânicas. Esses eventos podem ter efeitos devastadores sobre o ambiente e as sociedades humanas.
Por exemplo, terremotos podem destruir cidades inteiras, enquanto furacões podem desencadear inundações e deslizamentos de terra. Esses fenômenos podem e têm sido, muitas vezes, exacerbados por fatores humanos, como o desmatamento e a urbanização inadequada, que podem intensificar sua frequência e severidade.
É possível prevenir desastres naturais?
Embora os desastres naturais, por definição, se originem de processos naturais, muitas de suas consequências mais graves são potencializadas pela ação humana. Mudanças climáticas, erosões e alterações significativas na paisagem, impulsionadas por práticas insustentáveis, aumentam a frequência e a intensidade desses eventos.
Ambientalistas e cientistas argumentam que, através do monitoramento ambiental e de políticas de gestão de risco, é possível não só prever com maior antecedência esses desastres como também mitigar seus impactos.
A prevenção eficaz requer investimentos em infraestrutura resiliente, políticas de planejamento territorial e conscientização pública, aspectos frequentemente deixados em segundo plano no Brasil .
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Rio Grande do Sul: as enchentes são um desastre natural?
O caso recente do Rio Grande do Sul ilustra como as enchentes, embora fenômenos naturais, são intensificadas por uma combinação de gestão inadequada dos recursos naturais e falta de preparo para emergências.
Estas enchentes, as mais severas em décadas, levantam questões sobre a eficácia das políticas públicas voltadas para a prevenção de desastres naturais. A ação imediata do governo e o planejamento estratégico para responder a crises são cruciais para limitar os danos e proteger a população, destacando a importância de uma infraestrutura bem preparada e de uma resposta coordenada.
Mas, antes mesmo de pensar nos cuidados pós crise, muitos especialistas levantaram alguns estudos que já indicavam a chegada de possíveis desastres ambientais, que poderiam ter sido observados e suas consequências evitadas.
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Um exemplo disso, é o Relatório Brasil 2040, solicitado pelo Governo Federal em 2014 e entregue aos governos estaduais em 2015, o relatório que custou mais de R$ 3,4 milhões já anunciava diversos desastres ambientais no país, desde mortes por onda de calor, secas amplificadas nas regiões norte e nordeste e até mesmo as fortes chuvas no sul do país, que agora, acarretaram enchentes.
No entanto, o projeto foi considerado “alarmista”, engavetado, posteriormente ignorado pelas gestões que se seguiram, e até mesmo declarado extraviado, ou seja, perdido.
Isso significa que, há cerca de uma década, cientistas informaram sobre o problema, mas ele foi deixado de lado pela governança. Nessa situação, muitos estudiosos indicam que o desastre no sul do país, pode ser natural por um lado, mas suas consequências não.
Isso porque com as mudanças climáticas sendo sempre citadas por especialistas e o despreparo do governo em lidar com a situação previamente, aponta que a questão teria sido ignorada mais uma vez, mesmo com o alerta dado.
Como prevenir desastres naturais?
Prevenir desastres naturais implica em adotar uma abordagem proativa, que envolve desde o planejamento urbano até a conservação ambiental. Ouvir especialistas e ambientalistas, assim como integrar seus conhecimentos nas políticas públicas, é essencial para reduzir a vulnerabilidade às catástrofes naturais.
Com todas as alterações envolvendo o clima, é preciso unir esses profissionais para buscar medidas de adaptação às mudanças climáticas e diminuir a vulnerabilidade populacional em casos de eventos extremos como esses.
Além disso, se torna evidente o quanto a valorização e o uso estratégico de relatórios ambientais podem direcionar essas e outras ações governamentais e comunitárias, minimizando assim os riscos associados a esses eventos.
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A importância dos relatórios ambientais
Relatórios ambientais fornecem dados cruciais sobre mudanças no ecossistema, previsões meteorológicas e avaliações de risco, que são fundamentais para a tomada de decisão em políticas de prevenção de desastres.
Valorizar essas informações significa estar um passo à frente na prevenção e no manejo de desastres naturais, permitindo uma resposta mais rápida e eficiente em situações de emergência.
O que priorizar caso desastres naturais ocorram?
Um exemplo de como ao menos lidar com os desastres, em casos de inevitabilidade, ainda envolve a ação prévia. Especialmente quando muitos deles podem e já foram mapeados por especialistas.
Segundo um documento publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional em 2022, o Brasil já sofreu com cerca de 63 mil ocorrências de desastres naturais, somente entre os anos de 1991 até 2020 e em praticamente todos os seus municípios.
Considerando os impactos observados após esses desastres, uma das formas mais práticas de lidar com os desastres naturais é buscando melhorias em infraestrutura, condições de moradia, observação de áreas de habitação, além de atenção aos alertas.
Pois, nesse caso, mesmo que desastres ocorram e pessoas sejam atingidas, a prioridade deve estar em auxiliar a população, diminuir danos e claro, todos os planos para lidar com a questão já precisam estar desenvolvidos pelas autoridades competente e o governo.
Como Desastres Naturais podem aparecer no Enem?
No Enem, o tema dos desastres naturais pode emergir em diversas áreas, desde questões de Ciências da Natureza até a redação, requerendo dos alunos não apenas conhecimento factual, mas também capacidade de análise crítica e proposição de soluções.
Os candidatos podem ser desafiados a explorar as causas e consequências desses eventos, bem como as medidas preventivas e de mitigação, refletindo sobre o papel da ciência e da sociedade na gestão de desastres naturais.
Além disso, exemplos históricos e atuais de desastres naturais podem ser utilizados para testar a capacidade dos alunos de aplicar conceitos científicos em contextos reais.
Separamos algumas questões de edições anteriores do Enem que mostram como o tema pode ser abordado na prova:
1 – (Enem 2014)
O uso intenso das águas subterrâneas sem planejamento tem causado sérios prejuízos à sociedade, ao usuário e ao meio ambiente. Em várias partes do mundo, percebe-se que a exploração de forma incorreta tem levado a perdas do próprio aquífero.
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra.
São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2009 (adaptado).
No texto, apontam-se dificuldades associadas ao uso de um importante recurso natural. Um problema derivado de sua utilização e uma respectiva causa para sua ocorrência são:
a) Contaminação do aquífero — Contenção imprópria do ingresso direto de água superficial.
b) Intrusão salina — Extração reduzida da água doce do subsolo.
c) Superexploração de poços — Construção ineficaz de captações subsuperficiais.
d) Rebaixamento do nível da água — Bombeamento do poço equivalente à reposição natural.
e) Encarecimento da exploração sustentável — Conservação da cobertura vegetal local.
2 – (Enem 2019)
A pegada ecológica gigante que estamos a deixar no planeta está a transformá-lo de tal forma que os especialistas consideram que já entramos numa nova época geológica, o Antropoceno. E muitos defendem que, se não travarmos a crise ambiental, mais rapidamente transformaremos a Terra em Vênus do que iremos a Marte. A expressão “Antropoceno” é atribuída ao químico e prêmio Nobel Paul Crutzen, que a propôs durante uma conferência em 2000, ao mesmo tempo que anunciou o fim do Holoceno — a época geológica em que os seres humanos se encontram há cerca de 12 mil anos, segundo a União Internacional das Ciências Geológicas (UICG), a entidade que define as unidades de tempo geológicas.
SILVA, R. D. Antropoceno: e se formos os últimos seres vivos a alterar a Terra? Disponível em: www.publico.pt. Acesso em: 5 dez. 2017 (adaptado).
A concepção apresentada considera a existência de uma nova época geológica concebida a partir da capacidade de influência humana nos processos
a) eruptivos.
b) exógenos.
c) tectônicos.
d) magmáticos.
e) metamórficos.
3 – (Enem 2014)
Cientistas acreditam que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera tem aumentado devido, principalmente, à sua liberação durante a queima de combustíveis fósseis. O dióxido de carbono é um dos componentes da atmosfera que retém a radiação infravermelha na superfície da Terra, e o aumento na sua concentração contribui para o aquecimento global. Uma das medidas propostas para combater este problema é o consumo de biocombustíveis no lugar de combustíveis fósseis.
A citada medida se justifica porque o consumo de biocombustíveis
a) é energeticamente menos eficiente que o consumo de combustíveis fósseis.
b) libera menos dióxido de carbono na atmosfera que o consumo de combustíveis fósseis.
c) não resulta na emissão de poluentes, como acontece com o consumo de combustíveis fósseis.
d) não provoca o esgotamento de um recurso não renovável, como acontece com o consumo de combustíveis fósseis.
e) não aumenta a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, como acontece com o consumo de combustíveis fósseis.
Gabarito:
1 – A
2 – B
3 – E
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