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Atualidades Enem: crise hídrica

Veja o que é a crise hídrica, as suas causas e consequências, os assuntos relacionados e como o tema é cobrado no Enem

Atualizado em 21/10/2022

Nos últimos anos, a seca prolongada está afetando o abastecimento dos reservatórios de água do Brasil, o que produz uma série de consequências tanto para a sociedade como para a economia do país. Uma delas é a crise hídrica.

Como o nome sugere, “crise hídrica” é o termo usado para descrever uma situação em que o volume de água disponível nos reservatórios é menor do que o utilizado pelas atividades humanas. 

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O que caracteriza uma crise hídrica?

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A falta ou a insuficiência de água para a realização das atividades humanas é o que caracteriza uma crise hídrica. E essas atividades humanas vão além de tomar banho e lavar o carro – que configuram uso doméstico –, elas também dizem respeito à Industria e ao Agronegócio. O professor de Geografia do curso Anglo (São Paulo), Sebastian Fuentes, explica que essa é uma situação que afeta a sociedade como um todo:

“O abastecimento urbano, que é a água que a gente vai receber em casa; o abastecimento da Indústria, que é o necessário para a produção industrial; o abastecimento para o Agronegócio e, um dos pontos principais, pensando hoje no Brasil, o abastecimento, ou melhor, o uso dessa água para gerar energia elétrica”.

Crise hídrica e crise elétrica: entenda qual é a relação entre elas

No caso do Brasil, onde mais de 60% da energia elétrica consumida é gerada por hidrelétricas, essa relação é praticamente de causa e consequência, na qual a crise hídrica resulta em uma crise elétrica

Essa avaliação é compartilhada pelo professor Sebastian Fuentes. “Aqui no Brasil, em que a gente utiliza muita hidrelétrica,

[a crise hídrica] pode caracterizar, quase de imediato, mas não necessariamente, uma crise elétrica, já que os nossos reservatórios não têm água suficiente para poder fazer gerar as turbinas e, consequentemente, gerar a nossa energia elétrica”.

Porcentagem das fontes de energia do Brasil

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De acordo com o Ministério de Minas e Energia, em 2020, mais de 83% da matriz elétrica do Brasil foi gerada a partir de energias renováveis. Confira: 

1. Hidrelétrica: 63%
2. Eólica: 9,3%
3. Biomassa e biogás: 8,9%
4. Solar: 1,4%

Falta de chuva: único fator responsável pela crise hídrica?

A falta de chuva pode ser apontado como o principal fator, mas não como o único. Confira quais são outros fatores que causam a falta de água:

  • Poucas chuvas;
  • Estiagens prolongadas;
  • Má preservação dos mananciais;
  • Poluição dos rios;
  • Desperdício no uso doméstico, industrial e agrícola.

O professor de Geografia, Sebastian Fuentes, afirma que o aquecimento global e as mudanças climáticas afetam o volume de chuvas, mas outros motivos também devem ser considerados na hora de entendermos a crise atual.

“Temos que pensar que, por mais que esteja chovendo cada vez menos, e isso tem muito a ver com as mudanças climáticas e o aquecimento global, o desperdício que a gente faz da água, o manejo da água, o mau uso que a gente faz da água, também são fatores a se contar”.

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Como é possível o Brasil ter crise hídrica mesmo tendo tantos rios?

Como vimos, a crise hídrica é causada por diversos fatores, que vão do desmatamento ao desperdício de água. Assim, o fato de o Brasil ter grandes mananciais de água não o impede de passar por crises hídricas, embora elas sejam menos frequentes do que em outras regiões do globo.

Quando perguntado se os brasileiros precisam se preocupar menos com a falta de água por conta do grande número de rios caudalosos existentes no país, o professor Sebastian é enfático. “De jeito nenhum! Isso, na verdade, coloca que nós, aqui do Brasil, temos uma riqueza natural muito importante, o que nos trás vantagens e também muitas responsabilidades“, avalia.

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Além disso, é importante saber que os rios e lagos brasileiros podem secar se não forem preservados. “Cuidar desses rios e desses mananciais é o que nos permite ter água em grande proporção, Mas, se a gente não cuida, os rios secam, os mananciais secam. E, consequentemente, nós teremos problema de crise hídrica também”, alerta o professor.

Preservação ambiental: uma necessidade 

Outro fator fundamental para a manutenção das fontes de água é a preservação do meio-ambiente. Isso porque o desmatamento desenfreado compromete a recomposição dos mananciais de água, além de causar outros problemas ambientais.

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“Nós não cuidamos dos mananciais, nós desmatamos a Amazônia, desmatamos cada vez mais o Pantanal, o Cerrado. E, principalmente, o Cerrado, que é conhecido como o berço dos rios no Brasil. Então, o não cuidado desses mananciais, o não cuidado a esta natureza, também nos leva a ter menos água nos reservatórios, menos água nos rios, e por assim vai”, explica Sebastian.

Crescimento do desmatamento nos diferentes biomas brasileiros em 2020:

Segundo dados do projeto MapBiomas, em 2020, o desmatamento cresceu cerca de 13% em todo o país, consumindo mais de 13.800 Km² de vegetação, quase nove vezes a cidade de São Paulo.

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Os dados do levantamento mostram que 61% da área desmatada fica na Amazônia. Entre os biomas do país, o que apresentou o maior aumento porcentual na taxa de desmatamento foi a Caatinga. De acordo com o MapBiomas, o aumento se deu porque este bioma passou a contar com um sistema de identificação de desmatamento exclusivo.

1. Caatinga: 405%

2. Mata Atlântica: 125%

3. Pampa: 99%

4. Pantanal: 43%

5. Cerrado: 6%

6. Amazônia: 9%

 

O que pode ser feito para melhorar a crise hídrica?

Como vimos, a crise hídrica não é causada por um único motivo, por isso, a solução pode ser arranjada por meio de diversas ações, como a diminuição do desmatamento e o consumo consciente da água. 

Além disso, há dois cenários diferentes que devem ser levados em consideração: o primeiro é quando a crise hídrica ainda não se instalou, situação em que medidas de prevenção devem ser tomadas, como cuidar dos rios e da vegetação já existentes para que os mananciais não se esgotem.

O segundo cenário é quando a crise hídrica já está acontecendo. Nesse caso, o mais importante é fazer uso consciente das reservas de água disponíveis, medida que deve ser adotada por todos os consumidores, não apenas domésticos, mas também industriais e agrícolas. 

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Isso porque essa é uma responsabilidade de todos, não apenas de alguns setores da sociedade. Tal perspectiva é compartilhada pelo professor de Geografia. Segundo Sebastian Fuentes, “um ponto interessante é a gente pensar: a população comum deve economizar água? Com toda certeza. Mas, quem são os maiores consumidores de água maiores consumidores de água? Em primeiro lugar, o Agronegócio; em segundo lugar, a Indústria. Então, a população comum deve economizar ao máximo o consumo de água, mas, isso, em nenhum momento, pode ser apenas uma única via”. 

Ainda de acordo com Sebastian, algumas medidas são importantes tanto antes como durante a crise hídrica. É o caso da preservação da vegetação nativa e dos mananciais de água.

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Precisamos preservar os mananciais e rios. Precisamos preservar a própria vegetação, já que dentro dela tem uma grande quantidade de água. Então, tudo isso é muito importante tanto para passar pela crise hídrica atual como também para evitar uma nova crise hídrica. O melhor jeito de evitar uma crise hídrica futura é você preservar o que já tem e ter reservatórios muito bem estabelecidos”, avalia o professor. 

Crise hídrica: o tema pode ser cobrado no Enem?

Sim, tanto no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quanto em outros vestibulares, como o da Unesp, da Unicamp e da USP. Isso porque o tema, além de estar em alta, possui vários assuntos relacionados, podendo ser cobrado não apenas em questões específicas, mas também nas multidisciplinares.

Entre os temas relacionados, o professor de Geografia afirma que o clima costuma ser cobrado no Enem. “Em um primeiro momento, pensar em clima, em climatologia. Então, quais são os diversos tipos de chuva existentes. Esse é um ponto legal, que o Enem cobra”, explica. 

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A crise hídrica também pode aparecer em perguntas sobre os rios e as bacias hidrográficas existentes no Brasil ou sobre as políticas públicas adotadas por diferentes governos em relação ao meio-ambiente

“Outro tema interessante  é a gente pensar na geopolítica da sustentabilidade. Como é que os países e as empresas estão buscando, cada vez mais, fazerem acordos com outras empresas e outros países que preservam a natureza, o que inclui os mananciais e rios”, avalia o professor.

Resumo de temas relacionados à crise hídrica:

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