58% dos engenheiros formados não atuam na área, segundo o CNI
No dia 10 de abril é comemorado o Dia da Engenharia no Brasil.
No dia 10 de abril comemora-se o Dia da Engenharia no Brasil. A data foi escolhida em homenagem ao Tenente Coronel João Carlos de Villagran Cabrita e Comandante do 1º Batalhão de Engenharia, que foi morto em uma explosão durante a Guerra do Paraguai, no dia 10 de abril de 1966.
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De acordo com o Censo da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), dois dos dez cursos mais procurados no País são de Engenharia, que formou mais de 80 mil profissionais em 2015.
Áreas de atuação
A área de atuação do engenheiro não se restringe à de sua formação. Como é o caso de José Camara, engenheiro civil formado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que hoje trabalha como analista de inteligência de mercado em uma startup de São José dos Campos (SP).
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“Como bom engenheiro civil, sempre me imaginei no meio da obra. E não é que eu não me veja mais assim, mas, analisando a atividade que exerço hoje, consigo perceber como me identifico muito com ela. Além disso, sair da minha área de formação foi bem importante para mim, sabendo que posso atuar no que eu quiser e não estou limitado ao que estudei na graduação”, afirma.
Já o engenheiro mecânico formado pela Universidade de São Paulo (USP) e analista de dados, Ricardo Matheus, sempre quis exercer essa função. “O curso, por ser mais teórico, dá poucas oportunidades de desenvolvimento na área de dados”.
No entanto, os conteúdos vistos em aula contribuíram para o desenvolvimento de sua função: “Como lido com dados e o curso é praticamente inteiro analítico, consigo aproveitar, e muito, o que vi na faculdade. Acabo trabalhando com hipóteses, validações e estatística”.
O último levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2014, apontou que aproximadamente 680 mil engenheiros não atuam na área de formação, o que representa 58% do total de formados.
Esse fenômeno atinge não apenas os formados no curso, mas também que ainda estão na graduação de Engenharia. Mateus Holanda está no último ano de Engenharia Aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e já trabalhou nas áreas de ciência de dados e marketing.
Para o futuro engenheiro, as experiências profissionais em outras áreas foram positivas. “Achei uma oportunidade bastante interessante, pois consegui compreender coisas mais subjetivas, como comportamento das pessoas e técnicas de vendas para chamar a atenção de clientes, algo que é muito pouco explorado em qualquer engenharia”.
O curso
Segundo os engenheiros entrevistados pela Revista Quero, os cursos de Engenharia se destacam pelo enfoque em análise, resolução de problemas e, ainda, pela promoção do autodidatismo.
José teve uma professora que dizia “‘no curso, não aprendemos a calcular um prédio, mas a resolver problemas’. Dessa forma, após a formação, quando mudamos de área, de cenário e regras, o objetivo é o mesmo: encontrar a solução”.
O autodidatismo também faz parte de muitos cursos de Engenharia, segundo Ricardo. “Você precisa pegar um livro técnico, ler e aprender, muitas vezes sem ajuda de professores e monitores. Você aprende a aprender e isso é muito útil no mercado de trabalho”, acrescenta.
Para Mateus, o perfil analítico também é muito explorado nos cursos da área. “Há um estímulo para aperfeiçoar a capacidade analítica e habilidades com ferramentas mais técnicas como softwares, banco de dados, programação”.
Esse estímulo prepara o profissional para atuar nos mais diversos mercados como economia, gestão e mercado financeiro, ciência e engenharia de dados, TI, administração, pois “toda empresa precisa de uma base sustentada por números e em dados para poder tomar decisões corretas”, conclui o estudante de Engenharia.
De acordo com a recrutadora de tecnologia, Nairana Leal, o perfil do candidato é mais relevante do que a formação em uma área específica no momento de contratação. Portanto, leva-se em consideração se esse perfil atende aos requisitos na empresa. Na área de tecnologia “há uma base bem analítica em todos os processos, e por isso é imprescindível trazer pessoas dessa área de formação”.
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