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Dia do Leitor: a história por trás da data e números da leitura no Brasil

Você sabe por que o Dia do Leitor é celebrado no dia 7 de janeiro? A Revista Quero traz a explicação e números sobre a leitura no país.

No dia 7 de janeiro de 1928, o jornal diário “O Povo” começou a circular em Fortaleza, no Ceará. Seu fundador, o poeta e jornalista baiano Demócrito Rocha, foi formado em Odontologia e chegou a ser telegrafista e deputado federal.

Para homenagear Demócrito e seu jornal, e a todos os apaixonados por ler, a data de fundação do periódico passou a celebrar o Dia do Leitor no Brasil.

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“O Povo” e a literatura

Em 1929, no segundo ano de atividade, o jornalista criou o suplemento literário “Maracajá”, que passou a circular junto ao jornal. Esse caderno se tornou um dos principais divulgadores do modernismo literário do estado e do Nordeste.

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Em suas páginas, a revista literária publicava textos de escritores e intelectuais cearenses, como Rachel de Queiroz, Jáder Moreira de Carvalho e Antônio Filgueiras Lima, que classificou Demócrito como “a coluna mestra do modernismo no Ceará“. Demócrito também escreveu a maioria de seus poemas no “Maracajá”, mas sempre assinou com o pseudônimo de Antônio Garrido.

No primeiro aniversário do jornal “O Povo”, o jornalista publicou um de seus mais consagrados poemas: “O Rio Jaguaribe é uma artéria aberta“. Os versos se tornaram um ícone representativo do movimento modernista cearense.

Demócrito Rocha foi membro da Associação Cearense de Imprensa e, em 1930, ingressou na Academia Cearense de Letras. Faleceu em 1943, aos 55 anos, vítima de tuberculose.

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A leitura no Brasil

Os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  em maio de 2018, apontaram que a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais de idade é de 7% em 2017. Esse número representa 11,5 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever. O índice estipulado pelo Plano Nacional de Educação (PNE) para 2015 foi de 6,5% da população.

Outro número que merece atenção é que 30% dos brasileiros nunca compraram livros. É o que apontou a estimativa “Retratos da Leitura no Brasil“, realizada em 2015 pela Câmara Brasileira do Livro, que entrevistou 5012 pessoas em cidades de todo o território nacional.

A pesquisa mostrou melhora nos números de leitores no Brasil. Em 2011, 50% se declararam não leitores, isto é, não tinham lido nenhum livro nos últimos três meses. Já em 2015, o percentual de não leitores caiu para 44%, enquanto 56% da população declarou ter lido, inteiro ou em partes, pelo menos um livro no trimestre.

O índice também apontou que o brasileiro lê, em média, 4,96 livros por ano, sendo que apenas 2,43 dessas obras foram terminadas.

Confira trecho do primeiro editorial do jornal “O Povo”, escrito por Demócrito Rocha, em 1928

“(…) É no jornal que o povo encontra o seu pão espiritual de cada dia. O jornal descortina-lhe o mundo, vencendo distâncias. É a lanterna mágica do progresso. É a força propulsora e condutora das massas insatisfeitas, para as grandes reivindicações de seus direitos postergados pela cáfila absorvente dos magnatas de todos os tempos.

Quando o povo geme escravo, entorpecido pelas algemas do cativeiro, indiferente à violência paralisante do grilhão, o jornal é o sangue novo, forte e generoso a nutrir-lhe as células dormentes, a despertar-lhe os neurônios amortecidos, a ondear-lhe, nas veias, a torrente vigorosa e enérgica da revolta. O povo precisa de mais gritos que o estimulem, de mais vozes que lhe falem ao sentimento. Eis por que surgimos…”

Fontes: Fundação Demócrito Rocha e Academia Cearense de Letras.

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