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Doces para crianças: cuidados e orientações

Criança pode comer doce? Descubra as recomendações sobre a introdução de açúcar na alimentação infantil e saiba como evitar problemas de saúde a curto e longo prazo.

Dentre tantos cuidados e recomendações dadas aos pais para a criação dos filhos, a alimentação, sem dúvidas, é uma das mais desafiadoras, especialmente quando se trata dos doces para crianças

Quando pensamos em doces logo vem à mente a imagem de um momento de alegria, mas, na verdade, a introdução precoce ao açúcar pode ser prejudicial.

Tanto a Sociedade Brasileira de Pediatria, quanto o Ministério da Saúde recomendam não oferecer doces para crianças até os dois primeiros anos de vida. Isso porque a introdução precoce do açúcar pode influenciar no hábito alimentar das crianças, além de aumentar o risco de sobrepeso, cáries, diabetes e comprometer o sistema imunológico.

Segundo o Ministério da Saúde, uma introdução alimentar saudável começa com o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e continua com a oferta de alimentos naturais e não processados, a partir do primeiro semestre.

Neste artigo você vai ver: 

  • Por que crianças não podem comer doce?
  • Qual a idade para comer doce?
  • Por que não dar açúcar antes dos 2 anos?
  • Quanto doce uma criança pode comer por dia?

Por que crianças não podem comer doce?

Até os dois anos de idade, a criança está formando o seu paladar, e tudo o que ela consome nessa fase tem um papel crucial na construção de hábitos alimentares saudáveis para o futuro. 

Mas afinal, será que a criança pode comer doce nessa fase? Especialistas afirmam que não, pois o consumo de açúcar antes do ideal acostuma o paladar infantil ao sabor adocicado, criando uma preferência que se estenderá para a vida adulta. 

Além disso, o açúcar nessa fase está associado a riscos como cáries, sobrepeso e até dificuldades no desenvolvimento imunológico, impactando a saúde geral da criança.

Em entrevista para a revista Terra, o nutricionista Antônio Wanderson Lack de Matos, explicou que seguir a recomendação do Ministério da Saúde sobre oferta de doces para crianças é fundamental para as consequências de curto e longo prazo na vida alimentar infantil. 

“Quando você introduz alimentos com um gosto extremamente acentuado, como o açúcar ou o sal, a palatabilidade dos outros alimentos que seriam naturais e saudáveis vão se perdendo”, afirma.

O especialista ainda destaca que a introdução precoce ao açúcar pode interferir na aceitação do leite materno: 

“Ao introduzir o doce, quase que automaticamente você exclui a aceitação do leite materno, entre outros alimentos. Esse é um risco grande, uma vez que o alimento vindo da mãe é o único a fornecer todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê”, complementa.

Qual a idade para comer doce?

De acordo com os guias e profissionais da área, a partir dos dois anos, os doces para crianças estão liberados, mas é claro, com muita moderação e regras bem estabelecidas. 

O maior desafio é que, a partir dessa idade, a oferta de doces que a criança encontra fora de casa é imensa e pode ser difícil os pais controlarem totalmente a alimentação do pequeno. 

Na escola, por exemplo, é comum encontrar doces em lanches e comemorações. Em passeios na rua, as crianças são atraídas por guloseimas vendidas em padarias, lanchonetes e shoppings. 

Além disso, muitos alimentos industrializados, como sucos e biscoitos, trazem açúcar escondido nos rótulos, e toda essa oferta dificulta o controle pelos pais e aumenta a frequência de consumo.

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2024) avaliou hábitos alimentares de crianças de até seis anos em todo o Brasil. A pesquisa descobriu que, entre bebês de 6 a 23 meses, cerca de 70% já foram expostos ao consumo de açúcar. Entre as crianças de 2 a 5 anos, essa porcentagem aumenta para 87%.

Esses dados ressaltam a necessidade de atenção e cuidado dos responsáveis na introdução alimentar, reforçando as recomendações de evitar doces para crianças nos primeiros anos de vida para promover uma alimentação mais saudável e equilibrada.

Por que não dar açúcar antes dos 2 anos?

Como vimos, a fase até os dois anos é crucial para a formação dos hábitos alimentares da criança e do futuro adulto. 

Oferecer doces para crianças antes da idade recomendada e em excesso, pode trazer consequências prejudiciais à saúde e uma tendência à preferência de alimentos mais açucarados ao decorrer do desenvolvimento infantil. 

É importante entender que, embora muitos se perguntem se a criança pode comer doce após os dois anos, ou se criança pode comer doce todo dia, especialistas e órgãos de saúde recomendam evitar ao máximo, uma vez que exposição ao açúcar está relacionada a riscos como sobrepeso e cáries, bem como a doenças emocionais e crônicas no futuro. 

Por isso não é à toa a recomendação para que os pais priorizem alimentos naturais e não processados, como frutas e vegetais, em vez de produtos ricos em açúcar. 

Quando a criança, após os dois anos, estiver exposta a doces, é essencial que isso aconteça em contextos específicos, como festas ou eventos, e em porções controladas.

Dessa forma, os pais podem ajudar a manter uma relação saudável com a comida e evitar que o açúcar se torne uma recompensa ou uma fonte de conforto emocional.

Aqui estão alguns motivos para não oferecer doces para crianças:

  • Desenvolvimento do paladar: introduzir açúcar cedo pode criar uma preferência por sabores doces, dificultando a aceitação de frutas e vegetais mais saudáveis no futuro.
  • Risco de cáries: o açúcar é um dos principais vilões das cáries dentárias. Sua presença em doces e produtos açucarados pode favorecer o crescimento de bactérias nocivas na boca.
  • Obesidade infantil: o consumo excessivo de açúcar contribui para o aumento de peso e está relacionado a problemas de saúde, como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
  • Agitação e sonolência: o açúcar provoca picos de energia que podem resultar em hiperatividade e, em seguida, em uma queda acentuada, afetando a rotina e o sono das crianças.
  • Ingestão inadequada de nutrientes: oferecer doces pode fazer com que as crianças prefiram essas opções em vez de alimentos nutritivos, resultando em deficiências vitamínicas e minerais.

Quanto doce uma criança pode comer por dia?

Como vimos, a partir dos dois anos, o açúcar em certa medida, está liberado, mas após esse período, a criança pode comer doce todo dia? Os guias e especialistas recomendam que o açúcar pode fazer parte da dieta depois dos primeiros dois anos, mas sempre com moderação e nunca todos os dias

A Associação Americana do Coração recomenda um limite de até 25 gramas de açúcar por dia (cerca de 5 colheres de chá). Essa quantidade inclui todo o açúcar presente nas receitas e alimentos industrializados. 

Para garantir uma alimentação equilibrada, é importante que os doces para crianças sejam consumidos apenas em ocasiões especiais, evitando que se tornem um hábito diário.

Se o doce for oferecido, priorize opções caseiras e evite alimentos com açúcares adicionados. Lembre-se de que o foco deve ser em alimentos naturais e nutritivos que ajudam a desenvolver hábitos alimentares saudáveis.

Alimentos recomendados e não recomendados para crianças até 2 anos

CategoriaAlimentos Recomendados (a partir de 6 meses)Alimentos a Evitar
Leite MaternoLeite materno (preferencial até os 2 anos ou mais)**Nenhum substituto é recomendado nesta fase
Frutas e VegetaisFrutas frescas (maçã, banana, mamão) e vegetais cozidos ou crusFrutas em calda e vegetais enlatados com adição de açúcar
LaticíniosIogurte natural sem adição de açúcar e queijos frescosIogurtes adoçados, achocolatados e leite com sabor artificial
Cereais e GrãosPapinhas caseiras com arroz, aveia, quinoa e outros grãos integraisCereais matinais açucarados e produtos industrializados com açúcar adicionado
BebidasÁgua, sucos naturais feitos em casa sem açúcarRefrigerantes, sucos de caixinha e chás adoçados
OutrosPapinhas de frutas e vegetais feitas em casaBiscoitos, bolos e sobremesas prontas com açúcar refinado

Como vimos, gerenciar a alimentação do seu filho é uma forma de cuidado e amor. Por isso, limitar os doces para crianças e introduzi-los apenas quando apropriado ajuda a formar hábitos alimentares equilibrados e uma relação positiva com a comida, protegendo a saúde dos pequenos a curto e longo prazo.

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