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Universidades

Faculdades adaptam grades curriculares seguindo tendências do mercado de trabalho

por Mathias Sallit em 22/09/20

O mercado de trabalho tem apresentado mudanças e novas exigências para os profissionais de diversas áreas. Novas tendências valorizam cada vez mais pessoas que se destacam não só na formação técnica, mas também que apresentam competências que influenciam diretamente no dia a dia profissional e pessoal.

Se preparar para o mercado e começar uma profissão sempre foram sinônimos de fazer uma faculdade. Mas essas mudanças também começam a refletir no Ensino Superior e na formação dos estudantes desse nível de educação. Por isso, universidades têm buscado se adaptar e transformar a experiência dos alunos de uma forma que acompanhe as tendências e desenvolva nos alunos as habilidades necessárias.

Com um projeto que vem sendo estruturado desde 2018, as universidades do grupo Ânima Educação começaram a implementar no primeiro semestre de 2020 modelos de currículo integrados que não se restringe apenas às disciplinas. Essa nova estrutura dos cursos é denominada de Unidades Curriculares (UCs), nomenclatura dada também pelo Ministério da Educação (MEC).

(Foto: Divulgação/Ânima Educação)
UniBH unidades curriculares
Campus Buriti da UniBH, que começou a adotar as unidades curriculares em 2020

Diferente das tradicionais disciplinas das graduações, as UCs buscam ampliar os conhecimentos das diferentes áreas de formação de uma maneira que integre os saberes e o conhecimento, fazendo assim que os alunos vejam a conexão entre aquilo que estão estudando e a prática.

“A proposta das unidades curriculares é que cada uma delas tenha uma temática central e, a partir dela, diversos conhecimentos e saberes são integrados e apresentados aos alunos, com começo, meio e fim naquele mesmo semestre, dentro da própria unidade curricular”, explica a coordenadora das Unidades Curriculares Duais da Ânima Educação, Juliana Lopez.

Foram três faculdades do grupo que começaram a adotar as UCs nas suas grades no primeiro semestre deste ano: Universidade São Judas Tadeu (USJT), em São Paulo, UniSociesc, em Santa Catarina, e Una, em Minas Gerais e Goiás.

Já no segundo semestre, a Ânima ampliou a novidade para outras quatro instituições de Ensino Superior do grupo: Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh) e Centro Universitário Ages.

Ao longo de um semestre, os alunos cursam duas Unidades Curriculares, cada uma com carga horária de 160h. “O principal ganho que temos desse tipo de experiência para os alunos é o desenvolvimento de competências, não só as competências específicas da profissão, mas também aquelas relacionadas às habilidades socioemocionais e soft skills, que são tão necessárias para que eles tenham de fato sucesso no mercado de trabalho”, conta Juliana.

Leia também: O que são soft skills e quais serão importantes ter para conseguir um emprego em 2020?

O desenvolvimento dessas competências podem dar uma nova visão do que realmente é esse sucesso profissional para os estudantes. "Isso terá um impacto muito positivo para essas gerações que estão passando por esse tipo de formação", conta Patricia Volpi, fundadora da Prosperitah Talents, consultoria especializada em desenvolvimento de talentos e executive search.

Patricia destaca como essa formação pode contribuir com uma percepção mais ampla sobre os objetivos de carreira e como isso reflete no mercado de trabalho.

"[A pessoa] consegue entender para ela, como indivíduo, o que é sucesso, o que é felicidade. E isso gera um impacto para as empresas, você [passar a] ter profissionais muito mais certos, conscientes daquilo que ele pode agregar, daquilo que ele precisa desenvolver, daquilo que ele traz de resultado e daquilo que ele traz de contribuição para a empresa. Não só para o resultado, mas a contribuição no dia a dia da empresa", explica Patricia.


Competências e o saber agir

Outra instituição que foca em desenvolver em seus alunos essas competências que vão além das capacidades técnicas é a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Na universidade, os cursos são desenvolvidos a partir de "percursos formativos", que focam na aprendizagem e na formação integral dos estudantes.

"Em todas as nossas disciplinas, os estudantes desenvolvem as aprendizagens de uma maneira ativa", conta Aline von Bahten, líder de percursos formativos do Centro de Ensino e Aprendizagem (CrEAre) da PUCPR.

"Pensando no perfil do egresso, a gente escreve as competências. A partir disso, é desenvolvido esse percurso formativo que vai aparecer nas disciplinas, e a gente mapeia como essas competências serão desenvolvidas ao longo do curso, sendo que terão algumas disciplinas que vão certificar essas competências", explica Aline.

(Foto: Divulgação/PUCPR)
pucr
Campus de Londrina da PUCPR

A universidade usa como base o conceito de "Avaliação da aprendizagem numa abordagem por competências", elaborado pelo teórico Gerar Scallon, da Universidade Laval, no Canadá. Aline explica: "Nesse conceito, não tem nada que seja teoria pela teoria. Não importa só o saber, mas o que eu faço com esse saber."

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Flexibilização no currículo e prática junto à teoria

Cada Unidade Curricular da Ânima Educação possui começo, meio e fim. Por isso, não há um sequenciamento nos currículos e o calouro pode estar em qualquer UC prevista na grade do curso já a partir do primeiro semestre - há algumas restrições, como cursos da área da saúde.

Estudante do 4º período de Engenharia Civil na Una, Douglas Santos da Silva (25) já trazia uma experiência do mercado de trabalho quando entrou na faculdade, em 2019. Sua atuação com derivados do petróleo na indústria química o fez escolher pelo curso para aprofundar seus conhecimentos.

 A implementação das UCs em 2020 provocou em Douglas uma certa resistência no começo, mas logo ele percebeu as diferenças na formação que dá ênfase à prática e como isso reflete na sua atuação profissional.

"Aos poucos percebi que essas unidades nos desenvolvem, tanto profissionalmente quanto nossos comportamentos emocionais e nos prepara para mudanças e aplicabilidade do teórico na prática", ele conta.

Apesar da mudança, o novo modelo não diminui a carga de conteúdo prevista para a formação do aluno. "Como a gente trabalha com essa aplicação intensa e simultânea ao longo do processo formativo, temos uma consolidação desse conhecimento de uma forma muito mais efetiva", conta Juliana Lopez, coordenadora das Unidades Curriculares Duais da Ânima Educação.

"Se faz sentido para o aluno, se o aluno enxerga a aplicação, a tendência é que o conhecimento construído seja ainda maior, e não menor", ela completa.


Interação entre áreas e experiências práticas refletem no perfil profissional

Ao mesmo tempo em que estudam em Unidades Curriculares específicas de cada curso, as faculdades da Ânima também contam com UCs que colocam os alunos em contato com áreas semelhantes à sua formação, exercitando a convivência com estudantes de outros cursos.

"Faz sentido eles estudarem juntos, já que futuramente vão trabalhar juntos, em equipes multidisciplinares. Dessa forma, a gente promove inclusive uma rede de contatos já dentro da graduação", afirma Juliana.

Fabiola Cordeiro, head de projetos da consultoria especializada em recrutamento e seleção de jovens talentos Newik, conta que essas atividades podem apresentar benefícios nos primeiros momentos da carreira. "Há ganhos aí não só no aprendizado, mas também no desenvolvimento de características que serão importantes para a carreira dele ao longo dos anos, como networking, interação com outras áreas, fazer uma gestão da carreira e tomar decisões com autonomia."

Assim como a PUCPR, as faculdades da Ânima também certificam as competências e contam com uma plataforma que acompanha o desenvolvimento do aluno desde o primeiro semestre na faculdade. "Todas as UCs são certificadas, e essa competência que foi certificada vai sendo cadastrada e alimentada nesse currículo do futuro dentro da plataforma Vida & Carreira", explica Juliana.

Para Aline von Bahten, da PUCPR, todas as atividades de extensão com a comunidade e com o mercado de trabalho já vão preparar o estudante para o começo da carreira.

"Em um momento que existem até questionamentos com relação ao diploma, a gente acredita que essa formação integral valoriza não só o diploma, mas todo o histórico dele. A ideia de desenvolver o currículo assim faz com que o aluno saia da universidade muitas vezes com um portfólio que ele pode apresentar na hora de uma entrevista", afirma Aline.

Consultora de RH da Newik, Anne Tortola conta que em processos seletivos em cargos de início de carreira a falta de experiência anterior costuma ser substituída por diversas atividades, e a certificação de competências pode se tornar um diferencial na hora da seleção.

De acordo com Fabiola, da Newik, a tendência é que se formem profissionais com "modelo mental voltado para execução": “Esse tipo de currículo vai fazer com que esses estagiários e formandos tenham uma formação mais focada e personalizada, com aprendizados mais específicos”, ela conclui.

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