Assim, o licenciado adquire repertório teórico e técnico para trabalhar em sala de aula. Já o bacharel em filosofia pode trabalhar com a docência no ensino superior, caso faça um mestrado ou doutorado, posteriormente; além de poder ser contratado também como colunista de veículos de comunicação, atuar no mercado editorial e trabalhar no setor público ou em ONGs.
Em todo caso, as oportunidades no mercado de trabalho são parecidas, afinal, alguém com licenciatura também pode trabalhar em empresas, em instituições públicas e em ONGs, assim como o bacharel pode ser professor, só que não no ensino básico, apenas no superior.
Saiba como é o curso de Filosofia
Como vimos, o curso de Filosofia possibilita ao estudante adquirir um repertório amplo, mas, e o dia a dia na sala de aula, como é? Para saber mais, conversamos com Carlos Intrieri, que fez bacharelado em filosofia e se formou em 2017.
Na época em que prestou vestibular, Carlos estudava engenharia da computação, só que o desânimo com o curso o fez mudar de ideia. “Não conseguia suportar
[a parte de] Elétrica; mas entrara neste primeiro curso flertando com o de Filosofia. À medida que desisti do primeiro, logo me matriculei no curso que concluí, e sei que fiz a escolha certa”, contou.
Sobre a experiência na graduação, Carlos disse que ela correspondeu às suas expectativas, só que se surpreendeu com a complexidade de alguns textos que estudou durante o curso. “Textos, como os escritos de Parmênides, conseguiram, desde o início, nos levar longe numa viagem sem volta no mundo da Filosofia. Um ponto interessante é que a Filosofia tinha todo um vocabulário próprio, que, se não estudado previamente, pode confundir o estudante”, explicou.
Ao longo dos três anos de bacharelado, Carlos contou que teve aulas intensivas, provas, seminários e debates constantes em sala de aula. “As leituras são sempre densas, mas muitas delas bem inteligíveis. Quanto aos debates, fazíamos muito círculos com as carteiras e discutíamos textos previamente estudados em casa, o que enriquecia muito o aprendizado da matéria”, disse.
Sobre a experiência da graduação, Carlos garantiu que só tem boas memórias. “Foram anos muito agradáveis. O ambiente da faculdade era bem amigável e levo até hoje amigos de lá. Não experimentei decepções, pois estava muito ocupado no encantamento que o curso me proporcionou com sua vasta gama de assuntos, os quais me interessavam muito”.
Entre os temas que o encantou, estavam “a Ética, a Lógica, o Latim, a Psicologia e a História, desde a Antiguidade até a Contemporaneidade”, disse. Em um mundo onde a utilidade prática e a aplicação imediata do aprendizado costumam ser valorizadas, muitas pessoas se perguntam: qual é a utilidade da Filosofia no cotidiano?
De acordo com Carlos, ela é de muita importância. “Aprendi a colocar na prática do dia a dia tudo o que mais me cativou nos pensamentos diversos de pensadores e filósofos inúmeros pelos quais excursionamos
[estudamos]”. Além disso, o amplo repertório adquirido o possibilitou interpretar o mundo ao seu redor de um modo diferente.
“Aprendi a entender melhor a realidade e a escolher qual interpretação dela eu queria para mim. Aplicando à nossa própria vida, a Filosofia é salutar para entender a existência do Todo”, afirmou.